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Avanços no cultivo de maracujá no Brasil

 

O Brasil é o maior produtor mundial da fruta e também o maior consumidor. Por isso, as exportações são pouco significativas, já que o mercado interno é sólido e paga preços altamente compensadores

 

Informe Técnico - Maracujá - Crédito Agrocinco
Informe Técnico – Maracujá – Crédito Agrocinco

O Brasil continua sendo o maior produtor e consumidor mundial de maracujá. Dados preliminares do IBGE, indicam que foram colhidas mais de 510.000 toneladas de frutos em 41.500 hectares, no decorrer da safra 2013/14, o que deve significar uma queda de 15% em relação à safra 2012/13, que foi de 612.000 toneladas. Estima-se, para a safra 2014/2015, uma pequena recuperação, devendo voltar aos patamares da penúltima safra.

Todas as regiões brasileiras produzem maracujá, tendo à frente o Nordeste, com grande concentração no Estado da Bahia, que se destaca tanto pela área plantada quanto pela produção colhida.

Em segundo lugar fica o Sudeste, também considerando área e produção, sendo que Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo têm participações muito semelhantes. As demais regiões, hoje, estão praticamente com áreas e produções iguais, com ligeira vantagem para o Sul. A produção conjunta de Nordeste e Sudeste representa mais de 70% da produção brasileira.

Segundo José Rafael da Silva, engenheiro agrônomo e diretor do Viveiro Flora Brasil, a produção brasileira cresceu muito nos últimos anos, mas também oscila bastante. No entanto, os recuos de produção quase sempre permanecem muito próximos do último pico, mostrando que o maracujá faz parte da dieta do brasileiro.

Tabela 1 – Evolução da área cultivada e produção de maracujá no Brasil – (dados aproximados)

Ano Área (ha) Produção (t)
1979 10.520 105.400
1981 12.600 124.870
1985 8.521 35.873
1988 25.143 128.109
1989 28.259 129.294
1990 26.329 158.618
1991 30.308 190.222
1992 32.617 209.125
1993 32.539 180.249
1994 33.487 190.054
2006 44.363 615.000
2010 62.019 920.158
2012 57.148 776.097
2013 48.000 585.000
2014 45.000 532.000

Estimativa de levantamento dos Ceasas

Concentração

A safra de maracujá no Centro-sul do Brasil se concentra no primeiro semestre do ano, em que os preços tendem a ser menores devido à maior oferta de frutos. Isso se deve a uma característica da planta, que necessita de pelo menos 11 horas de luz/dia para seu florescimento.

“Dessa forma, no segundo semestre a produção é possível somente nas regiões Norte e Nordeste do país, fazendo com que a oferta diminua e os preços se elevem, até o fim do ano, quando novamente começa a safra do centro-sul“, informa José Rafael.

Nesse sentido, ele avalia que a oferta de frutos se manteve reduzida durante toda a safra de 2013/14, devido à redução da área plantada em 2012/13, o que elevou o preço do fruto tanto no mercado in natura quanto na indústria.

A falta de chuvas em algumas regiões produtoras, aliada à sua má distribuição em outras, também influenciou na diminuição da produção do ano passado. Além disso, as indústrias iniciaram a safra com estoques reduzidos, o que contribuiu para a elevação dos preços.

O melhoramento genético tem ganhado espaço na cultura do maracujá - Crédito Miriam Lins
O melhoramento genético tem ganhado espaço na cultura do maracujá – Crédito Miriam Lins

De fora para dentro

Normalmente, em anos de baixa produção a importação de suco de maracujá concentrado de outros países, como o Equador, é um fator que influencia os preços do fruto na indústria. Em 2013, a disponibilidade de suco, em outros países da América do Sul, também foi reduzida, elevando o custo do produto importado e favorecendo ainda mais o aumento do valor do suco nacional.

Isso também aconteceu ao longo da safra 2013/14. No entanto, no final do período, notadamente a partir do mês de julho/2014, José Rafael lembra que houve sensível melhoria na oferta de sucos com igualmente sensível redução de preço.

“Assim, temos para a safra que hora se inicia algumas dificuldades de estimativa de comportamento, tanto pela já visível e imponderável situação do clima quanto pela disponibilidade de estoques nas principais indústrias, além, lógico, do comportamento da economia local e global“, analisa o especialista.

Ainda segundo ele, temos uma área plantada superior à da última safra e, por enquanto, os preços têm permanecido semelhantes aos do ano anterior. Lembrando que os preços praticados no mercado de fruta fresca (Ceasa, sacolões, etc) são influenciados pela oferta do dia e os da indústria pela disponibilidade da safra.

Neste caso, referindo-se à safra da região Sul e Sudeste, o período de colheita vai de meados do mês de novembro até o final do mês de agosto.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro/2015 da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua para leitura completa!

 

 

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