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Silício protege e aumenta a produção do tomate

 

Wesley Devair Bittencourt Machini

Engenheiro agrônomo da AgroBR Consultoria Agrícola

wdevair@hotmail.com

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

A legislação brasileira, hoje, reconhece o silício (Si) como micronutriente, e o silicato de potássio como a única fonte de silício líquido solúvel, que é um produto obtido da fusão da sílica e uma base alcalina, como o hidróxido de potássio se tornando um produto com pH alto e de alta solubilidade e pureza.

Atuação do silício

O silício é um elemento que desperta grande interesse entre agricultores e pesquisadores que atuam na área devido ao seu histórico e diversos benefícios que vem trazendo a diversas culturas. As vantagens de seu uso se estendem desde aumento significativo na produtividade, ataques de insetos, doenças fúngicas, resistências a estresses bióticos e abióticos e, também, a deficiências hídricas.

Ao adicionar um nutriente por adubação ao solo ocorrem diversas reações químicas que modificam diretamente o pH, que pode ampliar ou reduzir a capacidade tamponante do solo (CTC, capacidade de troca de cátions), ou seja, ampliando ou reduzindo a disponibilidade de outro nutriente para a planta.

No caso do silício, esse fato é muito interessante, já ele consegue se alinhar e favorecer a nutrição da planta juntamente com outros nutrientes fundamentais. O silício, por meio de uma série de ações no metabolismo da planta, tanto do ponto de vista químico como físico, pode contribuir para que haja aumento no crescimento e na produtividade.

Relação do silício com as plantas

A palavra-chave para o silício é antiestressante, pois ele tem um papel importante nas relações planta-ambiente, fornecendo à cultura melhores condições para suportar adversidades climáticas, biológicas e do solo, tendo como resultado final um aumento e maior qualidade de produção.

Os efeitos do silício nas plantas são mais evidentes quando elas são submetidas a algum tipo de estresse, seja ele de natureza química, física ou biológica. Maior rigidez estrutural, menor transpiração, maior tolerância a doenças e pragas, maior resistência ao acamamento, encharcamento, veranicos e geadas, bem como neutralização ou diminuição dos efeitos tóxicos de metais pesados, como manganês e alumínio, são alguns dos importantes benefícios que a adubação silicatada pode proporcionar para as plantas cultivadas.

Contribuição para a tomaticultura

O silício deve ser utilizado como uma fonte auxiliar para toda e qualquer lavoura - Créditos Shutterstock
O silício deve ser utilizado como uma fonte auxiliar para toda e qualquer lavoura – Créditos Shutterstock

Diversos estudos estão sendo feitos com a utilização do silício na tomaticultura e vieram apresentando resultados incríveis, aumentando a resistência das plantas contra ataques de diversos agentes patogênicos. Um exemplo é a aplicação do silício contra a traça-do-tomateiro, que tem apresentado resultados satisfatórios, pois a incidência da praga reduziu drasticamente, de acordo com as quantidades aplicadas por hectare.

Fontes de silício

Atualmente, pesquisadores estudam as aplicações de silício por meio dos silicatos de potássio, de cálcio e de magnésio. Os silicatos de potássio apresentaram um grande histórico na prevenção de doenças e patógenos, uma vez que o potássio possui um teor salino capaz de reduzir e retardar a proliferação de fungos. Devido à sua ação, ele acaba sendo absorvido rapidamente pelo sistema radicular e pelas folhas.

Apresenta, ainda, ação sistêmica, e pode atuar fortemente reduzindo o crescimento micelial, a formação de esporângios e a diminuição da liberação de zoósporos.

Os silicatos de cálcio e magnésio, provenientes da indústria siderúrgica, que também são considerados corretivos de acidez do solo, possuem ação neutralizante devido à formação de íons hidroxilas que irão neutralizar o íon hidrogênio da solução do solo, reduzindo a acidez presente no local e disponibilizando íons de cálcio e magnésio para a fração solúvel do solo.

Manejo

Há divergências na aplicação de silício nas lavouras, pois ainda não foi encontrada nenhuma dose que pudesse prejudicar a lavoura de forma substancial. Porém, alguns estudos utilizaram entre 1,0 a 8,0 l/ha aplicados via pulverização mecânica, outros estudos utilizaram 1,2 a 1,5 T/ha aplicados a lanço para o material fino (pó), e para finalizar alguns estudos foram utilizadas entre 0,5 a 0,8 T/ha para o silicato granulado por aplicação na linha de plantio.

Em todos estes estudos observou-se que os silicatos apresentaram resultados satisfatórios, reduzindo os estresses por diversos motivos, sendo que na aplicação pulverizada também foi reduzido o percentual, severidade e quantidade de ataques por insetos.

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