Programa foi instalado pela CODEPA com apoio da IHARA; armadilhas já registraram o aparecimento de mariposas
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Desde quando começou, no início de outubro, o plantio da soja vem acompanhado de medidas preventivas contra a Helicoverpa armigera, velha conhecida dos agricultores. Após surto em 2013 e 2014, a incidência da lagarta diminuiu consideravelmente em virtude de um intenso trabalho de combate. No entanto, o aparecimento de algumas mariposas já preocupa os produtores nessa safra de verão.
Na região sudoeste do Paraná, o programa foi instalado pela CODEPA, com apoio da IHARA, que iniciou a montagem de armadilhas em pontos estratégicos, espalhados por mais de dez municípios, incluindo algumas cidades limÃtrofes a Santa Catarina. “Montamos 30 armadilhas com o objetivo de capturar o adulto da Helicoverpa. Uma única armadilha apanhou mais de sete mariposas numa só noite. É um resultado preocupante“, alerta Afonso Venzel, administrador técnico da IHARA. Apesar disso, segundo o profissional, a plantação não deve correr riscos de perdas justamente pelo monitoramento preventivo e controle bem na fase inicial.
O monitoramento é a base para a recomendação correta do controle da Helicoverpa. Segundo relato do pesquisador Carlos Marcelo, do IMA/MT, assim que as primeiras mariposas forem detectadas nas armadilhas, é recomendado fazer uma inspeção no campo para verificar a presença de ovos. Caso eles sejam encontrados a indicação é iniciar as aplicações dos produtos. Isso se faz necessário para efetuar um controle nos estágios iniciais das lagartas, com melhor eficácia e sem causar prejuízo para o agricultor.
Cooperação no combate à lagarta
Com mais de 500 cooperados, a Codepa e seus agricultores estão alinhados na vigilância contra a Helicoverpa armigera. De acordo com o responsável pelo departamento técnico da cooperativa, Jocinei Vieira, os danos causados pela lagarta nos anos anteriores serviram para que todos se antecipassem aos perigos. “A verificação do plantio começou há mais de um mês. Monitoramos a olho toda a safra periodicamente, mas as armadilhas têm mais eficácia porque pegam os adultos e a partir daà podemos pulverizar e evitar a eclosão dos ovos da lagarta“.
Nas últimas semanas, tem chovido muito na região, o que pode ser um fator importante para controlar a pressão da praga. No entanto, o favorecimento das questões climáticas não pode diminuir o alerta dos produtores, que precisam manter as ações de monitoramento, como explica o engenheiro agrônomo da Coopertradição, Fernando Tonus. “Com maior incidência da chuva, muitos agricultores vão adiando a aplicação do produto, mesmo quando ele se faz necessário. Mas a nossa orientação é monitorar e agir o quanto antes para minimizar os riscos“.
Segundo Tonus, a cooperativa fez um projeto de fidelização no qual os produtores se comprometem a comprar 100% de grãos e entregar 100% da colheita ou algo muito aproximado desse total. “A ideia é garantir assistência técnica ao agricultor e, ao mesmo tempo, estabelecer uma parceria de prevenção sistemática contra a lagarta“, explica. O objetivo da cooperativa é apoiado pela IHARA, que oferece toda a orientação de campo e práticas de segurança.
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