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Aminoácidos reduzem estresse do cafeeiro

Nilva Teresinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

Créditos Shutterstock
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Entre os nutrientes de plantas exigidos pelo cafeeiro o nitrogênio se destaca pela quantidade extraída e pelas funções que desempenha, sendo absorvido, principalmente, como nitrato. Porém, as plantas podem absorver, também, amônio, amônia, nitrito e, ainda, pequenos compostos orgânicos, como os aminoácidos.

Tanto as raízes como a parte aérea são capazes de absorver nutrientes, fitorreguladores e produtos fitossanitários. Entretanto, a absorção ocorre principalmente pelas raízes.

O principal órgão de absorção de nutrientes é a água. Após a absorção, o nitrato se transforma em amônia, que se incorpora em compostos orgânicos formando os aminoácidos. Para isso, há gasto de energia, o que depende da fotossíntese, que gera os açúcares que se metabolizam, formando os precursores dos aminoácidos.

Nas plantas

 

As plantas produzem todos os aminoácidos que necessitam, por meio do nitrogênio mineral absorvido. Para isso, ocorre dispêndio de apreciável quantidade de energia. Quando se incluem aminoácidos na adubação, economizam-se rotas metabólicas e, em consequência, energia. Tais compostos são incorporados rapidamente, estimulando a síntese de proteínas que são importantes para o desenvolvimento e produção das plantas.

Quando se acrescenta aminoácidos no processo produtivo, pode-se melhorar a germinação de sementes, a vegetação, a florada e a maturação dos frutos. Ainda, o seu uso reduz estresses causados por produtos fitossanitários e fertilizantes agrícolas, pois estimula a síntese de proteínas formadoras de tecidos e enzimáticas, o que acelera novas brotações e enfolhamento das plantas.

Créditos Shutterstock
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Vantagens

O emprego exógeno dos aminoácidos pode aumentar a resistência às pragas e doenças. Observe-se que os aminoácidos tirosina e fenilanina são os precursores dos compostos fenólicos como o ácido cinâmico, o ácido cumárico e flavonas, envolvidos com a defesa das plantas

Além disso, os aminoácidos proporcionam redução dos compostos solúveis nas plantas, que são responsáveis pela suscetibilidade das plantas às pragas e doenças. Um dos componentes estruturais das plantas ligados à resistência é a lignina. Encontrada nas paredes celulares, é uma substância bastante abundante nas plantas, sendo formada por álcoois sintetizados a partir do aminoácido fenilalanina.

A lignina é encontrada nas paredes celulares de vários tipos de tecidos de sustentação e vascular, juntamente com a celulose e hemicelulose. É a responsável pelo fortalecimento de caules e do tecido vascular. Ainda, protege as plantas quanto ao acamamento e à ação de insetos e microrganismos, devido à sua estabilidade química.

Por sua capacidade de ligação à celulose e às proteínas, a lignina também reduz a digestibilidade dessas substâncias.

Outro aspecto a destacar é o papel dos alcaloides na proteção das plantas quanto aos problemas fitossanitários. Alcaloides são compostos conhecidos por defender as plantas quanto aos insetos-praga devido à sua toxicidade e são sintetizados a partir dos aminoácidos lisina, tirosina e triptofano.

Observações de literatura dão conta de que em condições de estresse as plantas aumentam a produção dos aminoácidos ligados à resistência, como por exemplo, a lisina, prolina, tirosina e triptofano. Porém, tal ocorrência se dá apenas quando o problema está instalado e em quantidades aquém das necessárias. Assim, a sua aplicação via exógena promoverá maior proteção vegetal quanto aos agentes externos.

Os aminoácidos diminuem os prejuízos causados por estresses abióticos e bióticos - Créditos Shutterstock
Os aminoácidos diminuem os prejuízos causados por estresses abióticos e bióticos – Créditos Shutterstock

Respostas do cafeeiro

O cafeeiro é uma planta perene que está constantemente exposta a fatores estressantes. Entre os fatores abióticos causadores de estresse, o déficit hídrico é um dos mais importantes, pois compromete seu desenvolvimento inicial e, em consequência, sua produção.

Nas regiões produtores de café (no Brasil e no exterior), a seca é considerada a principal causa abiótica capaz de afetar o desenvolvimento e a produção do cafeeiro, pois prejudica a fisiologia e modifica o metabolismo vegetal.

Em condições de déficit hídrico, pode-se incluir, no processo produtivo, tecnologia para evitar a transpiração ou para aumentar a absorção de água. O cafeeiro, como as demais culturas, necessita de água facilmente disponível no solo em todas as fases do seu crescimento: em seu desenvolvimento inicial, nas fases vegetativas e reprodutivas para a plena produção.

Por exemplo, a floração e pegamento dos frutos é fortemente influenciada pela umidade. Veranicos na época de florada prejudicam muito a produção. Quando ocorre déficit hídrico, há prejuízo no desenvolvimento das gemas produtivas e, por consequência, ocorre floração uniforme.

Assim, o cafeeiro não submetido à falta de água ou cultivado com tecnologia que aumenta a sua resistência tem uniformização da floração e da formação do fruto, ou seja, significa a colheita de produtos de melhor qualidade e, em consequência, maior lucratividade.

Fator biótico estressante às plantas é a incidência de pragas e doenças que prejudicam o desenvolvimento das plantas, a sua produtividade e, ainda, podem provocar redução da vida produtiva do cafeeiro e até sua morte.

Pode-se estimar que, na cafeicultura brasileira, a incidência de pragas e doenças pode provocar quebras de safra na faixa de 10 – 20%.

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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