24.9 C
Uberlândia
sábado, novembro 23, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioMercadoEstimativas para a safra 2020/21 de cana-de-açúcar

Estimativas para a safra 2020/21 de cana-de-açúcar

Autores

Matheus Costa – Analista de Inteligência de Mercado em Açúcar

Etanol Rafaela Souza – Estagiária em Inteligência de Mercado em Açúcar & Etanol

Cana – Crédito: Shutterstock

Ao longo dos próximos parágrafos, nós da Inteligência de Mercado da StoneX Brasil apresentaremos nossa 4ª revisão das projeções elaboradas para a safra sucroalcooleira de 2020/21 (abr-mar) no Centro-Sul do Brasil. Além de moldarem com maior precisão as expectativas para a temporada corrente, essa que tem apresentado dinâmica peculiar em meio à pandemia do novo coronavírus, os indicadores aqui apresentados serão fundamentais para a discussão do saldo global de açúcar. Como não poderia deixar de ser, as condições climáticas no cinturão canavieiro brasileiro continuaram sob os holofotes do mercado. No acumulado de junho e julho de 2020, as precipitações na região analisada totalizaram 46,3 mm, apresentando alta de 16,4% frente ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, esse volume se posiciona 29,6% abaixo da média de 10 anos.

De modo geral, em muitas das principais regiões produtoras do Centro-Sul, a menor umidade ante à normalidade continuou pesando sobre as perspectivas de produtividade dos canaviais que serão colhidos no fim da temporada atual. Por isso, revisamos para baixo nossa projeção de moagem em 2020/21, para 595,3 milhões de toneladas, volume que apresenta queda de 0,4% no comparativo com a estimativa anterior, mas ainda assim, supera em 0,8% o patamar observado em 2019/20. É preciso destacar que a redução nas estimativas de moagem da matéria-prima foi limitada pelo desempenho climático em algumas mesorregiões específicas. Na área de Presidente Prudente e Assis, por exemplo, as precipitações superaram as expectativas, especialmente ao longo do mês de junho, o que ajudou a aliviar o estresse hídrico registrado nos meses anteriores.

O ATR médio, em sentido contrário à moagem, foi revisado para cima, uma vez que a qualidade das lavouras colhidas tem conseguido se sustentar em meio à menor umidade registrada no cinturão canavieiro brasileiro. Por isso, nós da StoneX Brasil estimamos que a concentração de açúcares na cana suba para 139,5 kg/t, valor que se posiciona 0,3 kg/t acima da última publicação e supera 2019/20 em 0,6%. Com isso, o ATR total – ou a disponibilidade de matéria-prima que é direcionada para a indústria – atingiu 83,0 milhões de toneladas, uma diminuição de aproximadamente 0,2% no comparativo com a estimativa anterior, publicada no início de junho. Ainda assim, a oferta de açúcares redutores totais em 2020/21 deve superar o nível observado em 2019/2020 em 1,5%.

O mix produtivo e os subprodutos da cana no Centro-Sul do Brasil Nesta que é a 4ª revisão das estimativas de safra para o Centro-Sul, mantivemos nosso share açucareiro inalterado em relação à projeção anterior, em 47,2%. Embora o mix acumulado de 2020/21 até a primeira metade de julho não esteja tão elevado em relação à safra 2017/18, por exemplo, quando o cinturão canavieiro registrou a maior produção histórica de açúcar, espera-se que a reversão para o etanol – tendência que é característica dos últimos meses do ciclo – seja menos acentuada.

A redução no volume de cana que será processada deve ter impacto limitado sobre a produção de açúcar por usinas do Centro-Sul na temporada atual, essa que deve atingir 37,3 milhões de toneladas. Comparativamente, esse valor representa uma diminuição de 0,2% em relação à projeção publicada no início de junho, mas supera o nível de 2019/20 em 39,5% – mantendo-se como novo recorde para a região. No tocante à produção de etanol de cana, esperamos que sejam produzidos 25,8 milhões de m³, volume que representa queda de 0,1% em relação à projeção anterior da StoneX e se posiciona 18,4% abaixo do patamar registrado em 2019/20. Especificamente, esperamos que sejam fabricados 18,0 milhões de m³ de hidratado (+3,6% e -18,7%, respectivamente) e 7,8 milhões de m³ de anidro (-7,7% e -17,7%).

É importante destacar que os números apresentados acima sinalizam ampliação da produção de etanol hidratado em detrimento do anidro no comparativo com a última publicação da StoneX. Essa alteração foi resultado de uma revisão negativa no mix do anidro: em termos práticos, o ajuste significa que do ATR total direcionado à fabricação de etanol, uma proporção menor será convertida em anidro – e, consequentemente, um share maior de hidratado será fabricado. A projeção de produção de etanol de milho, por sua vez, foi elevada em 5,2% frente à estimativa anterior, para pouco menos de 2,4 milhões de m³, superando a safra 2019/20 em 46,3%.

Em meio às perspectivas de retomada do consumo de combustíveis no médio e longo prazo, a StoneX projeta que a oferta total de milho no Brasil em 2019/20 (set-ago) possa atingir as 100 milhões de toneladas, o que, a depender das exportações e da evolução do consumo doméstico, poderá pesar sobre os preços no mercado interno e contribuir com a margem de produção do biocombustível a partir do cereal. Especificamente, nós da StoneX projetamos que cerca de 1,6 milhão de m³ de hidratado sejam produzidos, volume que representa alta anual de 33,3%. Para o anidro, as expectativas são de as destilarias fabriquem 796 mil m³ de anidro (+81,1%) em 2020/21 (abr-mar). Na 4ª revisão das estimativas da safra 2020/21 do Centro-Sul do Brasil, portanto, esperamos que a produção total de etanol fique em 28,2 milhões de m³, retração de 15,2% em relação à 2019/20.

ARTIGOS RELACIONADOS

Colheita mecanizada da cana

Atualmente, 97% da colheita de cana-de-açúcar na região Centro-sul do Brasil é mecanizada.

Aminoagro destaca tecnologia que possibilita produção de manga fora de época no estado de São Paulo

  Empresa realizará encontro com produtores para demonstrar a eficácia das soluções A Aminoagro, que pertence ao Grupo Fertiláqua, um dos líderes no mercado de nutrição,...

Estratégias para superar desafios no mercado pecuário

Agro10X na Fazenda: Grupo Ipê revela estratégias para superar desafios no mercado pecuário.

Qual a hora certa de utilizar os aminoácidos?

Todas as culturas são beneficiadas com a aplicação de aminoácidos, visto que eles ajudam a planta a se recuperar de algum estresse sofrido. As plantas sintetizam todos os 21 aminoácidos por ela demandadas, e a ciência moderna já consegue identificar em quais momentos dentro da fenologia da planta eles são mais demandados.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!