O setor representado institucionalmente pela Indústria
Brasileira de Árvores (Ibá), que reúne empresas que têm nas árvores cultivadas
a base da sua produção, oferecendo bioprodutos e biomateriais para o mercado
nacional e internacional, prevê investimentos em expansão de R$ 35,5 bilhões até
2023, destinado para florestas, novas fábricas, expansões, tecnologia e
ciência. Esse investimento é praticamente o dobro do registrado nos quatro anos
anteriores, entre 2016 e 2019, quando foram realizados investimentos de R$ 18,0
bilhões para a construção de diversas novas unidades.
Esse alto nível de investimento demonstra a confiança do segmento no
crescimento da economia verde, na opção dos consumidores por produtos com
rastreabilidade, originados em fontes renováveis, recicláveis, muitos deles,
biodegradáveis, e que, por sua base em árvores plantadas, absorvem e estocam
CO2.
O correto manejo de recursos naturais, o auxílio ao combate das mudanças
climáticas, aliando produção com preservação, e o diálogo com as comunidades
vizinhas, gerando valor compartilhado fazem com que esse segmento salte aos
olhos do investidor que busca projetos ESG.
“Rastreabilidade é um imperativo para esta cadeia, que há mais de duas décadas
opera dentro de níveis de excelência, não somente cumprindo, mas indo além do
que certificadores como FSC e, até mesmo, a legislação ambiental nacional
exigem. 100% da matéria-prima vinda da indústria tem origem em florestas
cultivadas. O desmatamento ilegal é repudiado pelas companhias do setor, que
inclusive se destacam como as que mais conservam áreas naturais no País”,
afirma Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
O setor de árvores plantadas atua há anos com produção sustentável, provendo
inúmeros produtos de origem renovável, essenciais para o dia a dia das pessoas
como móveis, livros, pisos, papéis higiênicos e embalagens. A Indústria
Brasileira de Árvores (Ibá), associação que reúne empresas do setor, lança seu
novo estudo revelando os avanços ambientais, sociais, econômicos, além de
revelar o olhar para o futuro desta cadeia.
Além de prover o hoje, essa indústria também está de olho no futuro, investindo
em pesquisa e inovação para oferecer cada vez mais biodprodutos e biomateriais
da economia circular, biodegradáveis e recicláveis, como mais opções para
tecidos verdes, como a celulose solúvel, usada na viscose, e a microfibrilada
em fase de desenvolvimento
Em 2019, o valor aplicado em inovação cresceu para cerca de 2% de todos os
investimentos do segmento. São roadmaps no sentido de produtos e matérias-primas
como óleos, bio-óleos, lignina, nanofibra, nanocelulose e nanocristais que
podem ser empregados nas cadeias alimentícia, automobilística, de cosméticos e
medicamentos.
Segundo o relatório, pela primeira vez o setor atingiu uma receita bruta total
na casa de R$ 100 bilhões. A contribuição na balança comercial foi de US$ 10,3
bilhões em 2019, o segundo melhor resultado dos últimos 10 anos. Essa cadeia
industrial representa 1,2% do PIB Nacional. Além de atuar de forma sustentável,
é um importante gerador de riqueza compartilhada. Em 2019, foram 1,3 milhão de
postos de trabalho, na cadeia de árvores plantadas, somando oportunidades para
3,75 milhões de brasileiros em todo o País. Com os investimentos de expansão
devem ser criados mais 36 mil novos postos de trabalho.
Com uma área total de árvores cultivadas de 9 milhões de hectares e
outros 5,9 milhões de hectares destinados para Áreas de Preservação Permanente
(APPs), Reserva Legal (RL) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural
(RPPN), uma área maior que o Estado do Rio de Janeiro.
O potencial de estoque das suas áreas tanto de plantação, quanto de
conservação, soma 4,48 bilhões de toneladas de CO2eq. Além de uma relevante
taxa de reciclagem de papel (66,9%), o setor também se destaca pela alta participação
(90%) de energia renovável em sua matriz.
A celulose nacional chega às mãos de milhões de pessoas em todo o planeta em
diversos produtos. O Brasil tem motivos para comemorar seus diferenciais
trazidos por essa indústria, com 100% da celulose e do papel brasileiro
provenientes de árvores cultivadas para fins industriais, não havendo relação
com o desmatamento ilegal.
Todas as empresas exportadoras de papel e celulose brasileiras adotam
voluntariamente programas de certificação que asseguram a rastreabilidade e a
origem responsável dos seus produtos, com sistemas reconhecidos
internacionalmente, como Forest Stewardship Council (FSC), Programme for the
Endorsement of Forest Certification (PEFC) e International Organization for
Standardization (ISO). Segundo os novos dados da Ibá são 7,4 milhões de
hectares certificados atualmente, um crescimento frente ao ano anterior. A soma
da área certificada pelo setor é maior do que a área da Bélgica, Dinamarca ou
Suíça, por exemplo.
As associadas da Ibá investiram R$ 828 milhões em ações socioambientais,
beneficiando 6,9 milhões de pessoas com projetos que buscam ajudar no
desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida e prosperidade das
comunidades onde o setor está inserido. Estes são números e fatos, que
demonstram que o setor de árvores cultivadas trabalha no País com
responsabilidade social, compromisso com o meio ambiente há anos, e segue
buscando formas de atingir melhores níveis ambientais, econômicos e
sociais, buscando parcerias com entidades, vizinhos, poder público e outras
indústrias.
Paulo Hartung, presidente da Ibá, reforça que esta é uma indústria que cuida do
hoje e do futuro, sendo um dos grandes aliados para a mitigação dos efeitos das
mudanças climáticas.
Além das remoções e estoques de carbono nas florestas, o setor também contribui
evitando emissões por meio do uso de produtos de origem florestal, ao invés de
fontes não renováveis, a exemplo da geração de energia limpa. O estoque de
carbono nos produtos varia conforme o tipo. Produtos de papel como embalagem
longa vida e livros estocam aproximadamente 45% de carbono, piso laminado e
mesa de madeira 47% e o carvão vegetal de florestas plantadas 85%.“À medida que
ocorrer a transição de uma economia de alta emissão de carbono para baixa
emissão e bioeconomia, incluindo aquela baseada em florestas plantadas, o
estoque de carbono e as remoções de carbono aumentam, ou seja, o setor consegue
ampliar seu beneficio climático para o planeta”, disse.
Os dados do integram o Relatório Anual da Ibá 2020, referentes 2019, lançado
hoje o e produzido pela primeira vez em parceria com Instituto Brasileiro de
Economia (IBRE), da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Acesse o novo relatório anual aqui.