24.9 C
Uberlândia
sábado, novembro 23, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosInoculante biológico eleva a produtividade

Inoculante biológico eleva a produtividade

Arroz – Crédito Shutterstock

Em parceria com a Embrapa Clima Temperado, a Biotrop é a primeira empresa no Brasil a obter o registro do Mapa para utilização de composto na cultura, com o bioinsumo Azototal

Os produtores de arroz que buscam um cultivo mais sustentável e eficiente acabam de ganhar um novo e importante aliado: o Azospirillum brasilense. A bactéria diazotrófica associativa, que tem alta capacidade de promoção do crescimento de plantas em função da sua produção de fito-hormônios e fixação biológica de nitrogênio, é disponibilizada pela Total Bio, uma marca da Biotrop. A empresa, que desenvolve soluções biológicas e naturais, em parceria com a Embrapa Clima Temperado, é a primeira no Brasil a obter o registro junto ao Mapa da utilização da bactéria como inoculante, nesse caso o Azototal, para a rizicultura.

Segundo a Engenheira agrônoma Josiane Fukami, doutora em biotecnologia e supervisora de pesquisa e inovação da Biotrop, o Azototal, por ser um inoculante que ajuda no desenvolvimento da raiz, auxilia na absorção de água e nutrientes e consequente na manutenção da planta por mais tempo. “Se pegarmos, por exemplo, um período longo de estiagem, a planta terá mais tolerância a este período de estresse. Uma lavoura mais nutrida vai conseguir se estabelecer respondendo melhor aos estresses bióticos e abióticos, e essa questão nutricional é fundamental para a cultura do arroz”, destaca.

Outro diferencial do inoculante é que ele melhora os índices de clorofila nas folhas, aporta maior produção de biomassa e altura de plantas, resultando em uma lavoura mais sadia e produtiva. No arroz, a fixação biológica do Nitrogênio (N) proporcionada pelo Azospirillum supre parte da necessidade da planta, reduzindo o volume necessário de adubação de N mineral para atender as necessidades totais da mesma.

De acordo com a doutora em ciência do solo, Engenheira Agrônoma Maria Laura Turino Mattos, pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, que realizou as pesquisas, o Azospirillum é uma bactéria benéfica para a planta e não patogênica ao homem. “Esta apresenta vida livre e se associa aos vegetais em diferentes graus de especificidade e com multifuncionalidade. Em função disso, interage com muitas espécies de gramíneas e leguminosas, estabelecendo alta colonização de raízes e partes internas de plantas, como colmos do arroz”, explica.

Testes e comprovação de eficiência

A Embrapa realizou a avaliação da eficiência agronômica de Azospirillum brasilense em arroz irrigado por inundação em cinco safras agrícolas (2013/14, 2014/15, 2015/16, 2016/17 e 2017/18), por meio de um contrato de cooperação entre a instituição e a Biotrop. Os experimentos foram conduzidos na Estação Experimental Terras Baixas em Capão do Leão, e as validações realizadas em propriedades orizícolas nos municípios de Camaquã, Jaguarão, Mostardas, Rio Grande e São Gabriel, todas no Estado do Rio Grande do Sul.

Em uma das pesquisas, utilizando a cultivar BRS Pampa CL com uma dose reduzida de fertilização nitrogenada, o Azototal apresentou efeito positivo sobre a produção de matéria seca da parte aérea das plantas. Além disso, ampliou o volume e comprimento de raízes, aumentando o número de perfilhos, número e massa de panículas, acúmulo de N nos colmos e folhas.  A inoculação dessas sementes com Azospirillum permitiu reduzir 30 kg de N ha-1, além de proporcionar 67,8% de grãos inteiros e renda média do benefício de 70,5%.

Em outro experimento realizado em uma propriedade no município de Camaquã, foi observada maior produção da cultivar BRS Pampeira (12.180 kg ha-1) com o uso do inoculante Azototal, além da redução de 20% da adubação nitrogenada de cobertura (119 kg de N ha-1). Isso proporcionou um incremento de aproximadamente nove sacas por hectare quando comparado ao tratamento testemunha (sem redução da adubação nitrogenada de cobertura). “Este cenário elevou o lucro líquido do produtor por hectare e proporcionou maior desempenho produtivo da cultivar BRS Pampeira”, concluiu Maria Laura.

Força da produção gaúcha

De acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o estado responde por cerca de 70% da produção nacional de arroz com 944.841 hectares semeados na safra 2020/2021. Por isso, com esse novo registro, a equipe de campo da Biotrop está trabalhando forte para levar essa solução a todos os rizicultores gaúchos. “Nossos profissionais de desenvolvimento de mercado estão focados em apresentar a tecnologia para demonstrar ao produtor que ele terá um grande ganho de eficiência com o Azototal”, finaliza a supervisora de pesquisa e inovação da Biotrop.

ARTIGOS RELACIONADOS

Greening é a mais destrutiva doença dos citros?

Autores Tais Santo Dadazio Engenheira agrônoma, mestra, doutora em Proteção de Plantas e professora de Fitopatologia - FIB e Unisalesiano tais.dadazio@hotmail.com Roque de Carvalho...

Por que as lagartas pardas tiram o sono dos silvicultores?

AutorPedro José Ferreira Filho Doutor e professor da Universidade Federal de São Carlos - DCA/UFSCar, campus de Sorocaba (SP) pedrojf@ufscar.br As lagartas desfolhadoras têm...

Silicato – Alternativa para a correção do solo

  Anderson Carlos Marafon Pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros - UEP Rio Largo anderson.marafon@embrapa.br   Os solos agrícolas brasileiros, na maioria, apresentam média a alta acidez, o que traz...

Orgânicos – Mercado brasileiro fatura R$ 4 bilhões

O mercado brasileiro de orgânicos faturou no ano passado R$ 4 bilhões, resultado 20% maior do que o registrado em 2017, segundo o Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), que reúne cerca de 60 empresas do setor.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!