Alasse Oliveira da Silva – Pós-graduação em Fitotecnia – Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) – alasse.oliveira77@gmail.com
Liliane Marques de Sousa – Pós-graduação em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV/Viçosa) – liliane.engenheira007@gmail.com
Jhonatah Albuquerque Gomes – Graduando em Agronomia – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) – jhonatahalbuquerque@outlook.com
As brassicáceas são importantes hortaliças originárias do continente Europeu que apresentam relevância em produção no território nacional. Dentro desse grupo enquadra-se a couve-de-folha, hortaliça anual ou bienal, sendo conhecida pelo seu elevado valor nutracêutico para os seres humanos (Carmargo, 2015).
A couve destaca-se nutricionalmente devido aos seus elevados teores de cálcio, ferro, vitamina A e C, niacina, proteínas, fibras e carboidratos.
A couve Tatsoi, Brassica rapa var. rosularis, produz folhas pequenas de cor verde-escura e possui sabor picante, com textura crocante e suculenta. Sendo assim, apresenta-se como uma inovação no mercado de hortaliças para os horticultores, que podem aproveitar a produção dessa espécie como plantas jovens (microverdes) ou adultas.
Novidades da Tatsoi
A couve Tatsoi produz folhas pequenas de cor verde-escura e possui sabor picante, com textura crocante e suculenta, atendendo aos paladares mais exigentes; podendo ser utilizada como alimento substituto à couve Pak Choi ou até mesmo ao manjericão.
Desta forma, apresenta-se com uma novidade para os horticultores de brássicas, que podem aproveitar a produção dessa espécie como microgreens ou adultas, destacando que o porte dessas plantas varia de 10 – 20 cm, em ciclo completo de 40 – 60 dias, respectivamente, havendo a possibilidade de cultivo em hortas urbanas, sistemas suspensos e afins, desde que atendam às necessidades nutricionais do vegetal.
Manejo cultural
Para manejar o plantio, recomenda-se espaçamento entre as plantas de 15 a 25 cm, dependendo de quando se espera fazer a colheita, em caso de colheita de plantas adultas. Mas, para consumo em forma de microverdes, recomenda-se um espaçamento menor, para aumenta a produtividade por área.
O substrato à base de turfa é o mais utilizado, porém, em sistema hidropônico, a manta de fibra de coco e espuma fenólica têm sido empregados, podendo, assim, baratear ainda mais os custos de produção.
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Os substratos são acondicionados em bandejas, e o sistema de sub-irrigação tem sido um dos mais adotados, com fluxo intermitente de aplicação da solução, quando necessário (Melo, 2021).
A iluminação solar deve ser direta ou em sobra parcial, especialmente em regiões de clima mais quente. Regiões com temperaturas menores que 10°C, podem induzir a emissão precoce de flores. Além disso, irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, mas sem que fique encharcado.
A colheita da Tatsoi pode ser realizada a qualquer momento durante o ciclo de vida das plantas, porém, se é desejável que as plantas colhidas apresentem folhas grandes, deve-se esperar de 45 a 50 dias para que as folhas se desenvolvam (Tuner, 2020).
Mercado
Com vasta área mundial cultivada, as microverdes movimentam um capital anual de cerca de US$ 50 milhões, e no Brasil o mercado também é crescente, gerando emprego e renda. No País, a maior aceitação do produto ocorre na região sudeste, devido ser a primeira a realizar o cultivo.
Segundo a FAO (2021), as expectativas são de que o mercado continue crescendo, devido à alta demanda no mercado consumidor em produtos rentáveis, de ciclo curto e com boa aceitação, fazendo da couve Tatsoi uma brassicácea que atende as expectativas de produtores mais exigentes; atraídos pelo baixo valor inicial de investimento e retorno esperado em 40 dias após plantio para plantas adultas.
Além disso, é uma planta fácil de produzir, com germinação e crescimento rápido, podendo ser cultivada em sementeira ou transplantação, que ocorre quando as primeiras folhas surgirem.
Dica de sucesso
No geral, o consumo médio das hortifrutícolas em miniatura tem crescido entre 15 e 20% ao ano. Este mercado ainda tem muito a crescer, principalmente entre o público infantil, devido ao sabor mais acentuado do produto.
O maior consumo desta planta ainda é realizado em forma de microverde, porém, devido à crocância das folhas, seu uso em refogados e saladas vem crescendo, principalmente em regiões de clima mais ameno, onde ocorre maior aceitação do produto; exemplo dos Estados da região sul e sudeste do País.