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A certificação florestal e as novidades para o produtor

A certificação florestal, como as demais, é um processo para garantir que a matéria-prima de origem florestal tenha origem que garanta a conservação dos recursos naturais, condições justas de trabalho e boas relações com a comunidade local

 Crédito Jorge Roberto Malinovski
Crédito Jorge Roberto Malinovski

A certificação florestal baseia-se nos três pilares da sustentabilidade: ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável. São passíveis de certificação o manejo florestal e a cadeia de custódia, que são os estágios da produção, distribuição e venda de um produto de origem florestal, sendo que neste caso a madeira é rastreada de uma floresta certificada até o produto final.

Jorge Roberto Malinovski, diretor geral da Malinovski, empresa privada de consultoria florestal, tomando por base o decorrer da história do segmento florestal, a separa em diversas etapas:

Ãœ Primeira etapa: produção de madeira com viabilidade econômica. Foi usada principalmente na “exploração de florestas nativas”, tanto nas florestas de araucária quanto da mata atlântica e da floresta amazônica.

Ãœ Segunda etapa: produção de madeira com conhecimentos de silvicultura e manejo, e com viabilidade econômica. Usado no início dos plantios florestais de Pinus e Eucalyptus.

Ãœ Terceira etapa: produção de madeira com conhecimentos de silvicultura e manejo, sustentabilidade ambiental e viabilidade econômica. Foi usado normalmente pelas empresas que verticalizaram a produção.

Ãœ Quarta etapa: produção de madeira com conhecimentos de silvicultura e manejo, com sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e viabilidade econômica. Esta é a base da certificação florestal usada pelas empresas que obtiveram a certificação CERFLOR ou FSC.

 

O que é

A certificação florestal, assim como qualquer outra certificação, é um processo para garantir que a matéria-prima, neste caso produtos de origem florestal, tenham origem que garanta a conservação dos recursos naturais, condições justas de trabalho e boas relações com a comunidade local.

 Para Aline Maldonado Locks, engenheira ambiental e diretora da Aliança da Terra, instituição brasileira sem fins lucrativos que trabalha diretamente com os produtores rurais para reduzir o impacto ambiental e social nas cadeias produtivas, a certificação florestal pode abrir novos mercados. “Como traz uma garantia de origem, a certificação pode orientar o comprador a escolher um produto que atenda mercados mais exigentes. Recentemente vimos o acordo inédito entre Indonésia e União Europeia, e o Brasil tem potencial para um mercado como este também“, considera.

Ainda segundo Aline, se isso ocorrer, o produtor terá a chance de agregar valor a seu produto. Além disso, esse tipo de processo, se bem implantado, traz para a propriedade uma gestão interna que pode diminuir custos de produção e até aumentar a produtividade.

Novidades

Já estão disponíveis produtos originados de esquemas voluntários que garantem a responsabilidade socioambiental da produção. A Aliança da Terra, por meio da ‘Plataforma Produzindo Certo’, é um caso prático.

“Temos uma lista de critérios e indicadores que são capazes de traduzir a performance socioambiental de uma fazenda, e a partir disso traçar planos de ação e implementar um processo de melhoria contínua para a fazenda. A fazenda é monitorada e suas informações podem ser compartilhadas via web, assegurando transparência ao processo produtivo, dispensado uma auditoria de terceira parte que onera o processo“, explica Aline.

Ainda segundo ela, a’Plataforma Produzindo Certo’ funciona como uma base que faz benchmark com quaisquer selos de viés socioambiental. “Ou seja, o produtor toma consciência de tudo o que ele precisa adequar e implementar na fazenda para certificá-la. Aparecendo o mercado, ele está praticamente pronto“, detalha.

Muito importantes também são as tecnologias para o monitoramento das florestas. “Estamos vendo muitas startups voltadas para o agronegócio, e isso é muito bom. Aplicativos, como por exemplo o GreenControl, que será lançado em breve, é um exemplo.Funcionará como uma caixa de ferramentas que pode ajudar o produtor a informar a sua área certificada ou em processo de certificação, e ao mesmo tempo fornece ferramentas ao comprador que dão a oportunidade de monitorar remotamente esta área, garantindo a origem e o cumprimento de critérios específicos, de maneira prática, instantânea e confiável“, esclarece a diretora da Aliança da Terra.

Por onde começar

Para ter a certificação florestal, é necessário que o produtor tenha ciência de todos os critérios que ele precisa adequar em sua fazenda. Com a fazenda pronta, é necessário contratar uma auditoria de terceira parte para validar o cumprimento dos critérios.

Jorge Malinovski aponta como novidade a certificação de propriedades de fomentados, em que as grandes empresas buscam ter a maioria da madeira usada em seus processos com o selo das certificadoras e, consequentemente, aprimorar a cadeia de custódia. “Além disso, também se tem buscado o uso de pesticidas menos agressivos ao meio ambiente“, observa.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro/fevereiro 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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