21.6 C
Uberlândia
sábado, abril 20, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosGrãosA irrigação agrícola e sua fundamental importância

A irrigação agrícola e sua fundamental importância

Hiran Medeiros Moreira

Engenheiro agrônomo, MSc. Irrigação e diretor da Irriger

A irrigação agrícola e sua fundamental importância - Crédito Shutterstock
A irrigação agrícola e sua fundamental importância – Crédito Shutterstock

Com a maior necessidade de racionalizar e economizar o uso da água perante a crise hídrica vivida por algumas regiões do Brasil, é natural que os olhares sejam voltados para aqueles que são os maiores usuários da água no Brasil: a agricultura.

No entanto, de maneira geral, o Brasil acompanha a distribuição de uso de água que ocorre no mundo. Então, pergunta-se, será a irrigação a vilã de toda esta situação? Seguramente, não.

Alguns números nos ajudam a entender: 18% das áreas de produção são irrigadas, sendo responsáveis por 44% da produção mundial de alimentos. Especificamente no Brasil, segundo estimativa da ANA de 2012, temos cerca de 5,8 milhões de hectares irrigados, correspondendo a 8,3% da área de produção agrícola e superando 40% do valor econômico gerado.

Estima-se que, atualmente, o Brasil tem cerca de 6,2 milhões de hectares irrigadas e tem potencial para 29 milhões de hectares, ou seja, utilizamos apenas 21% do potencial que dispomos.

É lei

É importante mencionar que o Brasil dispõe de leis adequadas para realizar a gestão do uso da água. Entre estas leis, a principal é a lei 9.433 de 1997 ” conhecida como “Lei das Águas“, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, incluindo instrumentos para definir o acesso à água, como a outorga de direito de uso de recursos hídricos.

O artigo 1º nos traz o entendimento do espírito desta lei, elencando os principais fundamentos da Política Nacional. Ali há a compreensão de que a água é um bem público (não pode ser controlada por particulares) e recurso natural limitado, dotado de valor econômico, mas que deve priorizar o consumo humano e de animais, em especial em situações de escassez. A água deve ser gerida de forma a proporcionar usos múltiplos (abastecimento, energia, irrigação, indústria) e sustentáveis.

Paralelamente, houve forte evolução tecnológica da indústria de irrigação, havendo motores elétricos e bombas que operam com maior rendimento, emissores com maior uniformidade de distribuição e que atuam sob menor pressurização, resultando em significativa economia de água e energia.

Complementando, há sistemas de automação que permitem programar, controlar e otimizar o funcionamento dos sistemas irrigados. Assim, sistemas de irrigação do tipo pivôs centrais e gotejamento alcançam níveis de eficiência de aplicação de 92 a 95%, sucessivamente.

Projetos inovadores

Em vários polos de irrigação no Brasil, como o altiplano de Brasília, sudoeste de Goiás, noroeste de Minas, Triângulo Mineiro e sudeste de São Paulo há extensa implantação de barramentos (represas) de pequeno e médio porte por parte dos produtores, para suprir a demanda de projetos de irrigação.

Neste contexto, o irrigante passa a ser “produtor“ de água, uma vez que ele reserva a água da chuva, que iria para o oceano, para ser utilizada no período seco. É importante frisar que o uso de barramentos promove pequeno impacto ambiental, permite regularização da vazão de rios, multiplica o potencial de irrigação, aumenta a recarga de aquíferos e preserva o fluxo original de água do manancial.

Quando vemos uma área irrigada, saibamos que ali se realiza uma atividade nobre e que contribui de maneira estratégica para a produção de alimentos, geração de emprego e de renda. Assim, o irrigante não só não é responsável pela crise hídrica, como desempenha importante função econômica e social.

 

Essa matéria você encontra na edição de Abril da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua.

ARTIGOS RELACIONADOS

Embrapa apresenta tecnologias na Hortitec 2017

Para a 24ª edição da Hortitec " Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas que acontece em Holambra (SP), de 21 a...

Adubação nitrogenada e potássica com fertilizantes de liberação controlada

Evaldo Kazushi Takizawa Engenheiro agrônomo e consultor da Ceres Consultoria Agronômica evaldo@ceresconsultoria.com.br   Os nutrientes, ao mesmo tempo em que são absorvidos e utilizados pelas plantas, podem também...

Variedades de cebola resistentes aos fungos de solo

Daniel Pedrosa Alves Engenheiro agrônomo, doutor em Genética e Melhoramento e pesquisador da Epagri danielalves@epagri.sc.gov.br Edivânio Rodrigues Araújo Engenheiro agrônomo e doutor em Fitopatologia e pesquisador da Embrapa Valter...

Última chamada para conhecer a cadeia produtiva de grãos da Argentina

Roteiro da MF Trip - Viagens Técnicas no Agro desvendará cadeia produtiva, com passagem pela ExpoAgro’ 2024 - a principal exposição agropecuária do país vizinho; pacote estará disponível até 16 de fevereiro

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!