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A tomaticultura da Serra Gaúcha

Produtores buscam novas tecnologias para melhorar a eficiência dos recursos naturais e atingir maiores produtividades

 

Mauro Martini

Camila Elisabeth Scholl

Engenheiros agrônomos e consultores técnicos Agrosul Agropecuária

 

Fotos Mauro Martini
Fotos Mauro Martini

A Serra Gaúcha possui considerável participação na tomaticultura do Estado do Rio Grande do Sul, apresentando histórico de crescimento ao longo dos anos. A região tem clima apropriado para produção de tomate de elevada qualidade na principal safra do ano, que ocorre entre dezembro e março.

Os cultivos da região ainda envolvem pequenos produtores que utilizam de sistemas antigos e obsoletos para o desenvolvimento da lavoura. Dos quais, podemos destacar a ausência de fertirrigação, uso inadequado e excessivo de adubos, sistema de pulverização manual e carência de análises e monitoramento de plantas periódicos. Estes produtores vêm reduzindo a participação no mercado, devido à falta de eficiência e em pouco tempo provavelmente não haverá mais espaço para os mesmos competirem.

Contudo, a grande maioria dos produtores vem implantando e utilizando tecnologias para melhorar a eficiência dos recursos naturais e atingir maiores produtividades. Entre as tecnologias adotadas, pode-se destacar o uso de variedades adaptadas às necessidades do mercado, plantio em ambiente protegido, uso de fertirrigação precisa, sistema de pulverização mais eficiente, constante análise e monitoramento dos parâmetros produtivos. Através do uso dessas práticas, os produtores apresentam notórios avanços e êxito na lavoura.

Mudanças e avanços no setor

Entre as principais mudanças que aconteceram na tomaticultura da Serra Gaúcha estáa abundância de híbridos etipos de tomate (gaúcho, saladete, salada) cultivados. Predominou num passado recentecultivares com frutos longa vida de baixo calibre, tomate paulista e italiano. Atualmente, o mercado consumidor prefere frutos com característica de longa vida genética, comcalibre maior (>200 g) e que agregue características de sabor e coloração.

O produtor da Serra Gaúcha está fazendo da tomaticultura um cultivo mais rentável, todavia, este aumento de tecnologia exige maior controle e muita técnica.

Felizmente essa mudança já pode ser observadano perfil dosprodutores, que vem implementando novas tecnologias e técnicas para que seja possível produzir maioresvolumescom elevada qualidade, respeitando o ambiente e, principalmente, ao que se refere ao solo.

Dentre as práticas implementadas nas lavouras estão a rotação de culturas com variedades de gramíneas para melhorar estruturação de solo; aplicação parcelada de matéria orgânica superficialmente; uso eficiente de nutrientes baseados na extração da cultura e concentração dos mesmos no solo; manutenção das proporções de cátions no solo; aplicação de nutrientes e estimulantes foliares em estágios específicos da cultura; adoção de medidas de manutenção e proteção à microbiota do solo; e entre outras.

Considerando todos os benefícios da adoção dessas técnicas, justifica-se, portanto,a necessidade da prática de análises recorrentes e criteriosas de planta, de solo e solução de solo para o sucesso do cultivo.

Manutenção do solo

A eficiência na produtividade e o cuidado com o ambiente de cultivo são essenciais
A eficiência na produtividade e o cuidado com o ambiente de cultivo são essenciais

As práticas que visam a manutenção do solo são de extrema importância para qualquer cultivo, uma vez que garantequantidades de nutrientes em níveis suficientes, favorecem uma estrutura física apropriada no que diz respeito a macro e micro poros, e o mais importante, proporciona a conservação da vida no solo, garantindo um cultivo mais sustentável, comlongevidade de plantio.

O aperfeiçoamento da condução da parte aérea também foi importante para o avanço do cultivo na região. O sistema de “V“ invertido vem sendo parcialmente substituído pelo sistema de taquara vertical emcampo aberto, e condução em fitilho no cultivo protegido.Em ambos os casos, observou-se maior ventilação e absorção de luz solar pelas plantas, favorecendo o aumento de produtividade por planta. No entanto, o espaçamento e o número de hastes adotadas pelo produtoré que irão determinar a quantidade de cachos e, consequentemente,a produtividade da lavoura.

O cultivo em ambiente protegido está aumentando em alto grau na região devido aos diversos benefícios para o produtor, entre eles, maior durabilidade do ciclo de cultivo, maior qualidade do fruto, melhor controle de bactérias e fungos emaior segurança contra intempéries. Porém, esse sistema exige do produtor maior cuidado com o solo devido ao cultivo subsequente e maior atenção ao ataque de pragas que se intensifica, devido a temperatura mais alta e menor umidade do ambiente.

Os sistemas de pulverização também sofreram grandes mudanças. Houve uma migração da pulverização tratorizada manual para a tratorizada com turbo atomizador. Este sistema de pulverização proporciona uniformidade e agilidade no tratamento, facilitando o planejamento fitossanitário da lavoura. Além disso, o produtor está mais consciente da necessidade e importância da tecnologia de aplicação e da obrigação do uso de produtos específicos e registrados para seus cultivos, o que acarreta em uma prática racional com garantia de ausência de resíduos no produto final.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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