
O Brasil é um dos maiores produtores de abacate do mundo. Em 2018, foram produzidas mais de 235 mil toneladas – a expectativa da Associação Brasileira dos Produtores de Abacate é mais que dobrar a produção nos próximos anos. Os principais Estados produtores são: São Paulo (21.216 t), Minas Gerais (50.751 t), Paraná (20.003 t), Rio Grande do Sul (4.520 t) e Distrito Federal (3.050 t).
A produção mundial gira em torno de 5,9 milhões de toneladas. O México lidera a produção, com quase dois milhões de toneladas do fruto em uma área de cultivo de 180,5 mil hectares, em 2016, correspondendo a aproximadamente um terço da produção mundial, seguido da República Dominicana, com uma área de 13,4 mil ha e produção de 601,3 t; Peru, com 37,9 mil ha de área plantada e produção de 455,4 mil t; Colômbia, com área de 35,1 mil ha e produção de 309,4 mil t; e Indonésia com área de 24,0 mil ha e produção de 304,9 mil t.
Produção nacional
O Brasil encontra-se, atualmente, como o sexto maior produtor de abacate, representando somente 3,2% do total mundial, mas com uma forte tendência de aumento de plantios, principalmente para atender o mercado consumidor interno.
A produtividade nacional em 2018 foi de 16.453 kg/ha, com destaque para os Estados de São Paulo (20,823 kg/ha), Distrito Federal (20,356 kg/ha) e Paraná (17,170 kg/ha). Em Minas Gerais a produtividade foi de 13,544 kg/ha e no Rio Grande do Sul de 12,522 kg/ha.
O Sudeste se destaca como principal região produtora, correspondendo a 83,2% da produção nacional, englobando os principais Estados produtores, como São Paulo e Minas Gerais.
Exportação e importação
Atualmente, apenas cerca de 10% da produção brasileira de abacates é exportada, sendo que quase sua totalidade (cerca de 90%) é do tipo avocado. No entanto, o mercado para o abacate tropical, mais cultivado no Brasil e destinado basicamente para o mercado interno, está se abrindo.
Recentemente, o Brasil começou a exportar abacate para a Argentina, e pretende em breve abrir novos mercados para exportação, como China e Japão.
A importação de abacate é ainda menor, especialmente, pelo fato da maior demanda no Brasil ser por abacates tropicais, além de o País produzir o fruto praticamente durante todo o ano.
Custo de produção
Os resultados econômico-financeiros têm sido positivos e favoráveis para investimento, considerando as condições atuais, com positivos saldos médios de caixa gerados com a produção a partir do quarto ano após a implantação dos pomares.
No primeiro ano de implantação, na região de Lavras (MG), é possível formar 1,0 ha de abacateiro gastando cerca de R$ 4.135,00. A manutenção da lavoura no segundo ano é de R$ 1.489,00, já no terceiro ano R$ 3.689,00.
A partir do quarto ano é possível obter, na primeira colheita, de 2,0 a 8,0 t/ha, no quinto ano: 7,0 a 13 t/ha, no sexto ano: 14 a 18 t/ha e a partir do 6º ano: 18 a 29 t/ha.
O preço do abacate oscila bastante. No momento o preço está alto. O abacate comum foi pago ao produtor, no dia 09/01/2020, 3,75/kg da fruta. Estimando esse preço para os demais anos de produção, temos a seguinte situação:
Produção | Produtividade | Rentabilidade/ha |
4º ano | 2,0 a 8,0 t/ha | R$ 7.500,00* a R$ 30.000,00* |
5º ano | 7,0 a 13 t/há | R$ 26.250,00* a R$ 48.750,00* |
6º ano | 14 a 18 t/há | R$ 52.500,00* a R$ 67.500* |
A partir do 6º ano | 18 a 29 t/há | R$ 67.500,00* a R$ 108.750,00* |
* Valores brutos |
Balanço e perspectiva
A demanda cresceu significativamente na última década e em 2019, as áreas destinadas ao plantio de abacateiro aumentaram consideravelmente, e a abertura de novos mercados para exportação tem sido um fator chave para uma perspectiva positiva quanto à cultura. Portanto, a expectativa para 2020 é de aumento do consumo, das áreas de plantio e das exportações.
Autoria:
Leila Aparecida Salles Pio
Doutora em Fitotecnia/Fruticultura, professora e pesquisadora – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Deniete Soares Magalhães
Engenheira agrônoma, doutora em Fitotecnia e pesquisadora – UFLA