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quinta-feira, abril 25, 2024
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Ácido salicílico – Indutor de resistência contra bactérias do tomateiro

 

Douglas José Marques

Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS

douglas.marques@unifenas.br

Hudson Carvalho Bianchini

Professor de Fertilidade do Solo da UNIFENAS

Lívia Mendes Brandão

Aluna de Agronomia – UNIFENAS

 

Ácido salicílico como indutor de resistência - Crédito Shutterstock
Ácido salicílico como indutor de resistência – Crédito Shutterstock

As plantas apresentam estratégias de defesa que permitem o retardamento ou até mesmo impedem a penetração de agentes fitopatogênicos, tais como fungos, bactérias, vírus, nematoides e insetos.

A ativação do mecanismo de defesa da planta ocorre por meio de sucessivos eventos e sinais que se iniciam no reconhecimento pela planta do agente agressor e culmina com a ativação das barreiras físicas e químicas envolvidas na sua constituição.

Nesse sentido, uma substância que estimula as defesas das plantas é o ácido acetil salicílico que, por hidrólise, dá origem ao ácido salicílico. Na maioria dos organismos vivos esta hidrólise é catalisada pela enzima acetil esterase, ativando mecanismos de defesa. O uso do ácido salicílico, quando aplicado às plantas, pode causar o mesmo efeito.

O ácido salicílico é considerado como componente de uma nova classe de substâncias que incentivam o crescimento em plantas, assim como os hormônios vegetais e sua síntese ocorre a partir do aminoácido fenilalanina.

Além da atuação como um importante regulador de diversos processos fisiológicos da planta, incluindo a fotossíntese, o ácido salicílico é um regulador de crescimento endógeno, de natureza fenólica, que participa da regulação de processos fisiológicos nas plantas, estando, também, relacionado com a resistência às doenças, o que sinaliza para a indução de mecanismos de defesa na planta.

Danos causados pelas bactérias

As doenças causadas por bactérias em tomateiro ocorrem em todas as regiões do País e podem provocar perdas consideráveis na produção, tanto de tomate para consumo in natura como para processamento industrial.

O controle das doenças, normalmente, é complicado devido a inúmeros fatores, entre os quais se destaca a rápida multiplicação e disseminação das bactérias devido às condições ambientais favoráveis e a baixa eficácia do controle químico. Por isso, o controle das doenças causadas por bactérias deve ser de caráter preventivo para que se obtenha o sucesso desejado.

Entre as doenças causadas por bactérias em tomateiro existem as que sobrevivem no solo por muitos anos, mesmo na ausência da planta hospedeira, e as que atacam a parte aérea das plantas. A importância de cada uma delas depende de vários fatores, entre os quais:

– Clima;

– Tipo de solo;

– Sistema de irrigação;

– Outros fatores relacionados a cada doença.

Entre as principais doenças bacterianas do tomateiro no Brasil, destacam-se a murchadeira, o cancro bacteriano, o talo-oco ou podridão-mole, a mancha-bacteriana, a pinta-bacteriana e a podridão-da-medula.

Foto 02 O ácido salicílico tem se mostrado um eficiente agente de defesa do tomateiro - Crédito Shutterstock (2)

Ácido salicílico x bactérias

Diversas pesquisas apontam que os mecanismos de resposta e as substâncias envolvidas nos processos de defesa da planta estão associados aos diferentes receptores nas células vegetais, os quais estão em sinergismo com substâncias específicas derivadas de componentes estruturais, que acionam os sinais ativadores de genes ligados à defesa da planta, no núcleo das células.

No caso específico do tomateiro, os estudos a respeito dos efeitos da aplicação do ácido salicílico ainda são incipientes, necessitando de mais pesquisas nesta área. De acordo com as informações disponíveis, sabe-se que a pulverização foliar com baixas concentrações deste produto pode ter efeito na aclimatação do tomateiro, proporcionando aumento da tolerância aos mais diferentes tipos de estresses abióticos.

Manejo

A aplicação do ácido salicílico geralmente é feita via foliar, mas é bom lembrar que as dosagens e a frequência de aplicação variam em função das diferentes fases fenológicas da cultura do tomateiro, sendo primordial que sejam respeitadas as recomendações do fabricante do produto.

As aplicações devem ser feitas de forma totalmente preventiva. Em tomate tutorado na forma tradicional denominado de cerca-cruzada, as aplicações podem ser iniciadas quando as plantas ultrapassarem a altura do primeiro amarrio.

Em tomate rasteiro, iniciar as aplicações quando a cultura atingir cerca de 30 dias de idade. Reaplicar a cada 5-7 dias, totalizando no máximo 10 aplicações. As doses aplicadas devem respeitar as recomendações do fabricante, geralmente entre 0,2; 0,35 e 0,5 grama do ingrediente ativo por litro.

 

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