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Adubação molíbdica – Respostas na cultura do milho

Autor

Carlos Sérgio Tiritan
Doutor em Agronomia e professor da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste)
tiritan@unoeste.br
Maikon Vinicius da Silva Lira
Mestre e doutorando em Fertilidade de Solos e Nutrição de Plantas – Unoeste

O molibdênio (Mo) é um micronutriente que atua na redutase do nitrato, melhorando a absorção de N pelas plantas (Taiz; Zeiger, 2008), também participa da enzima nitrogenase, que é essencial para as plantas fixadoras do N atmosférico (Rosolem et al., 2001).

O molibdênio é o mineral menos encontrado no solo, o que ocorre devido a seu material de origem primário ser a molibdenita (MoS2), que é lentamente oxidado e transformado em íons de molibdato, que na maioria das vezes é adsorvido aos óxidos.

A adubação com molibdênio vem crescendo muito nos últimos anos devido aos materiais genéticos mais produtivos e com maiores exigências nutricionais. O grande problema da aplicação do micronutriente é determinar as doses, fontes e épocas de aplicação mais adequada à cultura.

Sintomas de deficiência

A deficiência de molibdênio é mais visual durante a fase reprodutiva do que na vegetativa, podendo afetar de forma importante a produção das culturas (Hamlin, 2007). Em razão da restrita mobilidade nas plantas, em algumas espécies a deficiência aparece nas folhas novas e em outras nas folhas velhas (Prado, 2008).

 Podem ser observadas deformidades na folha, pela morte de algumas células do parênquima. As folhas apresentam tamanho reduzido, com clorose e mosqueado de cor marrom em toda a folha, apresentando áreas necrosadas nas pontas, levando finalmente à morte da folha e sua queda prematura (Dechen; Nachtigall, 2006). 

Muitas vezes a deficiência de molibdênio se manifesta como deficiência de nitrogênio, pois é um nutriente indispensável ao metabolismo (Hamlin, 2007; Kaiser et al., 2005; Fageria, 2009).

Recomendações

Existem três formas de aplicações do molibdênio, aplicação no solo, foliar e na semente (Pereira, 2010). As quantidades de molibdênio aplicadas no solo de 0,05 a 1 kg ha-1 nas sementes, de 50 a 400 g ha-1, e as aplicações foliares, entre 60 a 218 g ha-1, são comuns em muitas culturas (Gupta; Mcleod, 1978).

Pesquisas testando o molibdênio via foliar obtiveram acréscimos médios na produtividade de grãos de 43,8 e 11,8% no milho grão-maduro devido ao molibdênio via foliar, nas plantas sem e com aplicação de nitrogênio, respectivamente.

No Trabalho feito por Teixeira (2006), avaliando doses de molibdênio via foliar (0 a 1.600 g ha-1), parcelados de diferentes formas, foram verificados efeitos na altura da planta e no peso de 1.000 grãos de milho-grão maduro, enquanto em milho pipoca se constataram incrementos na produtividade, número de sementes e no teor de molibdênio nos grãos e folhas.

Araújo (2010), em milho-pipoca, obteve 4.251 kg ha-1 de grãos, com dose de até 1.600 g ha-1 de Mo. A máxima produtividade de grãos, próxima à observada neste trabalho, foi constatada por Pereira et al. (1999), com a aplicação de 111 g ha-1 de Mo via foliar.

Os autores conseguiram aumento de 6,7% na produção de grãos quando comparado ao tratamento sem a aplicação do micronutriente. Caioni et al. (2017), fornecendo adubação nitrogenada e molíbdica, conseguiram incrementos da produtividade conforme foram aumentando as doses de Mo, assim concluindo que o efeito provavelmente é devido ao maior acúmulo de proteínas no grão, em resultados de maior disponibilidade de nitrogênio na solução do solo.

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