Aliado na busca por altas produtividades no milho
Douglas Teles Diniz – douglas.teles@hotmail.com
João Renan Volpe – joaorenanvolpe@gmail.com
Graduandos em Agronomia – Centro Universitário de Ourinhos (Unifio)
Adilson Pimentel Júnior – Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia e professor – Unifio – adilson_pimentel@outlook.com
O milho é uma cultura que exige grandes quantidades de nitrogênio para atingir altas produções. Este elemento é o constituinte básico para a produção de aminoácidos e, consequentemente, de proteínas na planta, além de compor a molécula de clorofila, que por meio da fotossíntese produz os fotoassimilados da planta.
Uma das formas de tornar mais eficiente a atuação do N no milho é direcionar as aplicações nos períodos em que os estádios vegetativos se encontram ainda no início, ou seja, a fase em que a planta mais demanda o nutriente, evitando perdas por lixiviação quando há excesso de chuvas. No caso da aplicação por cobertura, podem ocorrer perdas também por evaporação.
Benefícios do nitrogênio
O nitrogênio é um elemento que está diretamente ligado à capacidade e potencial produtivo da planta, e seu uso eleva as quantidades dos elementos essenciais, como P, K, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn e Zn, o que irá produzir espigas maiores, e por consequência grãos sadios e mais pesados.
Em decorrência desse aspecto, proporciona diversos benefícios à estrutura da planta, como formação de raízes, vigor no desenvolvimento vegetativo até a maturação do milho, atrelado, principalmente, à melhoria da área foliar, espessura de colmo, porte de planta, tamanho de espigas e biomassa, contribuindo para a produtividade final e melhorando o teor de óleo e proteínas no grão.
Manejo
A aplicação de nitrogênio na cultura do milho pode ser feita via solo, juntamente com a semeadura, respeitando as quantidades observadas pela análise de solo e recomendação para a cultura.
Existe, também, o nitrogênio complementar e o aplicado via foliar, que seria um complemento à adubação nitrogenada de semeadura (plantio), uma alternativa que pode ser utilizada para trazer incrementos de produtividade na cultura do milho pelo aumento da taxa de enchimento de grãos e ampliação do período fotossintético efetivo.
Estima-se que cerca de 63% do N aplicado é absorvido até o final da fase vegetativa, e os outros 37% são absorvidos até a fase de florescimento. O que nos mostra que é importante, além da adubação no plantio, a realização de adubação de cobertura a lanço, nas entrelinhas, para que não falte esse nutriente também na fase após V7, onde há um maior crescimento da planta e, na sequência, o florescimento.
Pesquisas
Estudos apontam que a cada kg ha-1 de N aplicado à cultura do milho pode-se obter um ganho de até 11 kg ha-1 do grão, em números médios atuais. Com a aplicação de 150 kg ha-1 de ureia se obtém, em média, um aumento na produtividade de 25%.
A adubação nitrogenada suplementar de cobertura via solo aumenta os teores de nitrogênio, cálcio, proteína, fósforo e potássio nos grãos, contudo, a produtividade do milho pode ser aumentada com a adubação nitrogenada em cobertura mesmo quando cultivado em sucessão à soja, leguminosa que fixa altas concentrações deste elemento ao solo.
Sem errar
Os erros mais frequentes na aplicação de nitrogênio estão relacionados ao tempo e modo correto de aplicação. Quando aplicado a lanço, o solo não pode estar muito seco (perda de N por volatilização) e nem encharcado (perda de N por lixiviação). Já a aplicação foliar nitrogenada líquida, quando aplicada em dias com rajadas de vento forte, causa perda do produto e, consequentemente, menos absorção foliar do mesmo pela planta.
Um dos erros que podem atrapalhar também a aplicação é a regulagem incorreta dos implementos a serem utilizados, podendo afetar a dosagem a ser aplicada (kg ha-1 ou l,0 ha-1). A aplicação fora de época também é um dos erros frequentes. O ideal é fornecer nitrogênio para a planta no período em que ela exige alta demanda de N (estádio V7 até o florescimento).
Outro fato seria o uso de doses excessivas de N, que podem prejudicar a produção de lignina, que tem por finalidade conferir rigidez e proteção aos ataques de patógenos. A falta de lignina na planta pode causar acamamento e facilitar a entrada de fungos causadores de doença.
Como agregar à técnica
O nitrogênio pode ser perdido nos sistemas agrícolas por lixiviação, volatilização e durante os processos de desnitrificação. O fornecimento de nitrogênio com a fonte ureia tem ocasionado elevado potencial de perdas por volatilização da amônia, principalmente no sistema plantio direto.
Essa tem sido uma justificativa para substituição da ureia por fontes de nitrogênio protegidas no sistema plantio direto. Neste sentido, a utilização de fertilizantes revestidos com polímeros é a que apresenta os melhores resultados do ponto de vista agronômico.
Custo-benefício
Em quantidades ideais, o nitrogênio é um dos melhores aliados do produtor rural na busca por altas produtividades. Contudo, é preciso que não haja deficiência de outros nutrientes, dentre eles cálcio, ferro, magnésio e molibdênio. Sem esses elementos, a utilização da adubação nitrogenada pela planta pode ser anulada, gerando prejuízos.
Entre os maiores prejuízos causados pela deficiência do nitrogênio na planta estão, além da queda na produtividade, o amarelamento das folhas pela falta de clorofila, a diminuição do volume das raízes, a antecipação da senescência e a queda dos níveis de teor de óleo e de proteína nos grãos.
Outro aspecto que deve ser considerado no manejo da adubação nitrogenada nas culturas diz respeito à fonte empregada, que relaciona-se com a absorção e metabolismo do nitrogênio pelas plantas, existindo uma demanda sobre a melhor fonte a se utilizar em função da espécie vegetal, da qualidade do produto e do valor encontrado na região de cultivo.