Agricultura de precisão e digital asseguram melhor manejo de nematoides

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Divulgação

As tecnologias da agricultura de precisão e digital são estratégicas para o agricultor determinar um manejo mais eficaz e com menor custo, garantindo maior rentabilidade. Em algumas regiões brasileiras, o uso dessas ferramentas já traz redução de custos sem desperdício de nematicidas em até 70%, segundo empresas do segmento.

Com este foco, palestrantes convidados para o segundo dia do 37º Congresso Brasileiro de Nematologia, que está ocorrendo em Ribeirão Preto, apresentaram os benefícios do uso de sensores, drones, aplicativos, imagens de satélites no campo, softwares e sistemas de gestão.

O debate teve a participação do professor Peterson Ricardo Fiório, USP/Esalq, de Piracicaba, da engenheira agrônoma Gabriela Lara Leite Alcalde, da CygniAG, e do engenheiro agrônomo Sérgio Luís Góes, da Apagri Consultoria Agronômica.

Como mediador do debate, o pesquisador e professor Carlos Eduardo de Mendonça Otoboni, da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Pompeia, afirmou que a ideia do painel foi justamente trazer a visão da academia e a prática de produtores e consultores, mostrando aos presentes as possibilidades de tecnologias que existem para ajudar no manejo nematológico e até mesmo desenvolver estudos.

“Falta muito ainda para gente avançar e usar a tecnologia em sua plenitude, o produtor depende dos protocolos agronômicos para que a tecnologia funcione a todo vapor”, afirmou Otoboni.

Para o professor Peterson Ricardo Fiório, as geotecnologias estão aí como ciência e técnica para ajudar no monitoramento de áreas com variações que podem ocorrer dentro de uma cultura.

As imagens de satélites ajudam no monitoramento das áreas e criam um histórico de ocorrência que vai direcionar a amostragem. “O produtor vai conseguir identificar por imagens a variação entre uma planta sadia e outra com problema. Um fator que favorece os estudos de nematoides é o fato dele atacar em reboleira, o que permite a visualização deste formato”, afirma Fiório.

Segundo ele, as ferramentas digitais que estão à disposição ajudam o agricultor a superar desafios e tomar melhores decisões embasadas em informações, permitindo o aumento da produtividade e da rentabilidade.

Empresa

A engenheira agrônoma Gabriela Lara Leite Alcalde, da CygniAG empresa de agricultura digital do Grupo Orion, abordou uma tecnologia nova que vem sendo usada com sucesso em algumas regiões agrícolas. “Trata-se de um equipamento que vai acoplado na plantadeira e no momento do plantio o produto biológico ou químico vai sendo aplicado no sulco”, diz ela, lembrando que a CygniAG ajuda a fazer o diagnóstico inteligente de nematoides baseado em imagens satélites e índices de vegetação.

Segundo ela, ao analisar os índices de vegetação é possível criar um mapa de aplicação com o intuito de economizar o produto, viabilizar a operação e exportar para o equipamento já pronto pra receber essas informações. “O equipamento faz as aplicações localizadas de nematicidas químicos ou em taxa variável e ainda a aplicação de produto biológico no sulco do plantio em área total”.

Gabriela exemplifica o sucesso da ferramenta apresentando um case considerado de sucesso. A tecnologia trouxe grandes resultados, como mostram os números após a aplicação em uma propriedade na região de Ribeirão Cascalheira/MT. Na fazenda de 4,8 mil hectares, são cultivadas soja em sua totalidade e foi realizado o mapeamento de reboleiras de nematoides.

“O cliente nos procurou para fazermos a aplicação na área total e nós sugerimos a ele fazer um estudo da área usando o NDVI (Índice de Vegetação da Diferença Normalizada) em área localizada. A economia foi de 73% com aplicação de nematicidas”, garante Gabriela.

Consultoria

O consultor Sérgio Luís Góes, da Apagri – Consultoria Agronômica – sediada em Piracicaba (SP), defende o monitoramento da evolução dos nematoides, até porque é possível planejar ações para minimizar os impactos da praga no campo.

A Apagri possui 14 consultores que trabalham no Brasil com extensão na Colômbia, atendendo 700 mil hectares de lavoura. “A nossa experiência tem mostrado que o nematoide é uma praga muito importante, que afeta o potencial produtivo, por isso, atuamos no sentido de buscar minimizar os impactos no campo”, afirma o consultor.

Segundo ele, a maior parte das aplicações ainda são por talhões, mas em algumas propriedades já estão usando a tecnologia de aplicação para controle localizado. “Ainda são poucos casos, mas acreditamos que isso deve crescer no curto prazo”.

Programação

Nesta quarta-feira (03/08), a partir das 8 horas, três temas serão debatidos no Congresso Brasileiro de Nematologia: Biologia Molecular e Transgenia Aplicada à Nematologia, Ambiente e a Dinâmica dos Nematoides e Nematoides em Cana-de-Açúcar

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