20.1 C
Uberlândia
sábado, novembro 23, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioMáquinasAgronegócio passa por virada digital e pede gestão para alavancar

Agronegócio passa por virada digital e pede gestão para alavancar

Cintia Leitão é diretora de Agronegócios na Senior (cintia.leitao@senior.com.br)

Crédito Sunalizer

O cenário atual das relações comerciais entre a China e os EUA favorecem a posição no Brasil no mercado internacional com as exportações de soja. O agronegócio brasileiro está muito bem estruturado e possui pontos fortes relevantes que garantem a competitividade no cenário internacional: recursos humanos profissionais e qualificados, boa capacidade de gestão na produção e comercialização das commodities agropecuárias, clima e topografia de solo favoráveis que nos permitem produzir mais de uma safra, bom nível de desenvolvimento tecnológico, alta capacidade de produção de maquinário e insumos agrícolas, e grande extensão de terras com potencial agrícola ainda não cultivada.

O país também é precursor da criação do sistema de integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF), que permite, simultaneamente, o cultivo de grãos, de forma saudável e sustentável, junto com a produção pecuária e com a manutenção do eucalipto como reserva neste contexto integrado. Este sistema, um dos mais modernos no mundo, permite a geração de vários benefícios adicionais permitindo que toda a cadeia ganhe na geração de valor e que produtor possa otimizar recursos, mão-de-obra e maquinários.

De fato, o Brasil possui pesquisadores de ponta e tem adotado o que há de mais moderno na prática agrícola, desde o desenvolvimento e uso da biotecnologia até a aplicação destes sistemas integrados de produção como acontece com o ILPF.

Desafios

Apesar de investir no que há demais moderno em tecnologia de campo, o agricultor brasileiro ainda não se profissionalizou em gestão de tecnologia. Este profissional ainda precisa se preparar para a revolução digital – seja na adoção da agricultura de precisão, no uso da inteligência artificial ou big data.

Junto com o desafio da gestão deste universo agro e tecnológico, outro obstáculo é instruir os agricultores a lidar com o compartilhamento de informação. Este público ainda teme que seus dados sejam compartilhados ou vendidos, muitos ainda não vêm vantagens em compartilhar as informações. A deficiência de compreensão é facilmente notada na subjetividade que ainda é muito presente na produção e no processo de classificação de sementes e grãos; na falta de automação na coleta de informações; na baixa precisão na coleta atual de dados e falta ou deficiência de conectividade nas fazendas. Quando se fala em conectividade o ponto também é crítico, a grande maioria dos agricultores ainda possuem internet a rádio em suas fazendas e um grupo mínimo deles possui via satélite. A dificuldade de aquisição e os preços são os principais entraves.

Virada digital no campo

O mundo é tecnológico e digital. Os sistemas e tecnologias são desenvolvidos e se multiplicam todos os dias para facilitar todas as relações da sociedade mundial.  Conexão e uso de dados, de forma inteligente, não apenas impulsionam os negócios, mas os mantém sustentáveis e competitivos hoje e nos próximos anos. Dados precisam ser gerados, armazenados e cruzados para que produzam, em tempo real, informações precisas que suportem as tomadas de decisão e melhorem a rentabilidade dos negócios em todos os mercados. Diante deste atual cenário é preciso que se invista em sistemas de gestão em toda a cadeia do agronegócio.

Não basta gerar dados, é preciso conectá-los e analisá-los da forma correta para que sejam usados de forma eficiente. Não adianta ter dados se não tivermos sistemas de gestão. Não adianta ter sistemas se não existir conexão. 

Tendências

O uso da Inteligência Artificial (AI) proporcionará o aprendizado de máquinas e o aprimoramento de sistemas e processos produtivos, redução de perdas e desperdícios na produção de alimentos até a orientação na tomada de decisão do produtor rural, posicionamento de produtos agrícolas nos mercados internos e externos, bem como para a agregação de valor aos produtos. A AI Influenciará nas decisões de toda a cadeia.

Ainda como tendência, o controle de decisões ligadas à cadeia produtiva, como irrigação e aplicação de fertilizantes e insumos, poderá ser realizado de forma automatizada, possibilitando um maior controle das condições da lavoura.

Primeiros passos

Enquanto uns engatinham, outros despontam e investem pesado para serem referência na adoção de tecnologia no setor agro, como é o caso da SCL Agrícola, que adota desde 2016 investimentos e testes de todos os novos conceitos de tecnologia como IoT (internet das coisas), cloud, drones e big data em suas fazendas. Assim como a SCL o grupo Scheffer investe pesado e tem a meta de se tornar referência e liderar a vanguarda tecnológica nos próximos dois anos.

A virada digital tende a favorecer as empresas que investem em inovação e que deverão, por esta razão, alçarem o topo em performance em seus segmentos.

ARTIGOS RELACIONADOS

iSolis Brasilis inova com energia solar

  A participação da iSolis Brasilis na primeira Feira Internacional de Irrigação atraiu os olhares do público. É que a empresa lançou uma tecnologia que...

Sistema de cultivo mínimo

As práticas silviculturais no Brasil foram estabelecidas inicialmente, no final da década de 1970 ..

41º Congresso de Pesquisas de Café vai ser em Poços de Caldas

O tradicional Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras, em sua 41ª edição, vai acontecer de 27 a 30 de outubro de 2015, em Poços de...

Irrigação em cenários de escassez hídrica

  Edmar José Scaloppi Doutor em Engenharia de Irrigação e professor da UNESP edmar@fca.unesp.br   A água para irrigação representa a maior proporção entre tantos outros usos competitivos....

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!