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Alelopatia – Você não sabe, mas ela existe

 

Lucas Guedes Silva

lucasguedes123@hotmail.com

Marcos Vinicius de Oliveira Gonçalves

mviniciusgon@hotmail.com

Graduandos em Agronomia ” UFLA e membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia ” GHPD

Itamar Ferreira de Souza

PhD em Plantas Daninhas e Herbicidas, professor titular da UFLA e professor tutor do GHPD

ferreiras@dag.ufla.br

 

Alelopatia na agricultura - Crédito Ana Maria Diniz
Alelopatia na agricultura – Crédito Ana Maria Diniz

O termo alelopatia, originário do grego allelon = mútuo e pathos = prejuízos, foi proposto por Hans Molish em 1937, e é definido como efeito inibitório ou estimulatório de uma planta sobre outra, incluindo a participação dos microrganismos, via produção de compostos químicos liberados no ambiente a partir das folhas, raízes e pela decomposição dos restos vegetais.

Esse fenômeno ocorre naturalmente em comunidades de plantas e pode, também, interferir no crescimento das culturas agrícolas. A consequência mais significativa da alelopatia na agricultura é a alteração da densidade populacional e do desenvolvimento das plantas, assumindo grande importância quando resíduos de vegetais são deixados sobre a superfície ou incorporados ao solo.

Controle de plantas daninhas

A alelopatia tem sido reconhecida como um importante mecanismo ecológico que influencia a dominância vegetal, a sucessão, a formação de comunidades vegetais e de vegetação clímax, bem como a produtividade e manejo de culturas.

Já se tem conhecimento que diversas plantas cultivadas pelo homem, como o tomateiro, milho, alface, mamona e muitas outras espécies são altamente sensíveis à aleloquímicos, sendo até mesmo utilizadas como plantas indicadoras em testes laboratoriais. Por conta disso, se faz necessário a realização do controle de plantas daninhas de forma mais eficaz e intensiva para evitar perdas na produtividade e queda da qualidade do seu produto final.

Pesquisas

Existem trabalhos já publicados que afirmam que para o cultivo da mamoneira o controle de plantas daninhas é indispensável, por ser esta cultura bastante sensível à ação dos aleloquímicos, como mencionado acima.

A área cultivada com a mamoneira por um pequeno produtor pode ser mais viável pelo fato deste controlar de forma mais eficiente as ervas daninhas do que aquele produtor em áreas mais extensas, onde este tipo de manejo não é bem realizado.

O efeito das plantas daninhas sobre a mamoneira pode ser provocado tanto pela competição pelos fatores ambientais (água, luz e nutrientes) como por efeito da liberação de compostos químicos pelas plantas invasoras.

Diante de tais fatos, o uso dos herbicidas no combate de plantas invasoras nas lavouras foi e tem sido usado em larga escala e indiscriminadamente, sendo, na grande maioria das vezes, sem os devidos cuidados e precauções, o que contribuiu para o surgimento de diversos casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas.

Diante dessa situação, se faz necessário a busca constante por produtos com diferentes modos de ação que possam driblar a resistência desenvolvida por ervas daninhas e que minimizem o impacto ambiental.

Desenvolvimento de herbicidas

Neste contexto, o estudo dos aleloquímicos é, sem dúvida, uma ferramenta de extrema importância na busca de produtos com possibilidade de emprego como agroquímico, pois a ampla variedade estrutural presente nesses metabólitos favorece esta busca.

Dentre as moléculas já descobertas e empregadas na indústria agroquímica podemos citar a mesotriona, que foi descoberta durante estudo para identificação dos compostos alelopáticos produzidos pela planta escova-de-garrafa (Callistemon citrinus).

Do composto natural (leptospermone), foram produzidos análogos, dos quais resultou a molécula da mesotriona, com atividade 100 vezes maior, e que atualmente é empregada como ingrediente ativo de agroquímicos para controle de cerca de 15 plantas infestantes diferentes, nas culturas de milho e cana-de-açúcar.

Outro exemplo de uso de aleloquímicos na agricultura é a utilização de extratos vegetais, com o objetivo de controlar algumas espécies de plantas daninhas. O extrato feito a partir das folhas da cultura do feijão-de-porco mostra eficácia elevada no controle de algumas invasoras, como por exemplo a trapoeraba (Commelina benghalensis) e a corda-de-viola (Ipomoea grandifolia).

Trabalhos já publicados que afirmam que para o cultivo da mamoneira o controle de plantas daninhas é indispensável - Crédito Bombrasil
Trabalhos já publicados que afirmam que para o cultivo da mamoneira o controle de plantas daninhas é indispensável – Crédito Bombrasil

Uso de palhada

A utilização do sistema de plantio direto vem sendo bastante difundido e utilizado por todo o país em função do grande número de benefícios que traz para a cultura e, principalmente, para a conservação do solo, em função do não revolvimento do solo (aração e gradagem) para o plantio e, consequentemente, menor tráfego de máquinas no campo, que resulta em menor compactação.

Para implantação da lavoura por esse método de cultivo é necessário um plantio prévio de uma cultura que posteriormente será dessecada para recobrimento do solo, formando assim uma palhada que tem como finalidade proteger o solo do impacto direto das gotas de chuva, do escorrimento superficial e das erosões hídrica e eólica, além reter umidade junto ao solo.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de julho da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura integral.

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