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Alerta para pinta bacteriana no tomateiro

Controlar essa doença na cultura do tomate exige uma abordagem integrada que combina práticas culturais, biológicas e químicas. A utilização de cultivares com resistência conferida pelo gene Pto e tratamento de sementes também são indicadas.

Luiz Augusto Bonilha de Oliveira
Engenheiro agrônomo e mestrando em Agronomia/Proteção de Plantas – UNESP/FCA
luiz.bonilha@unesp.br
Daniele Maria do Nascimento
Tadeu Antônio Fernandes da Silva Júnior
Engenheiros agrônomos e doutores em Agronomia/Proteção de Plantas – UNESP/FCA

As variações climáticas em 2024, marcadas por flutuações extremas de temperatura e padrões de precipitação irregulares, estão criando condições propícias para o surgimento e a disseminação de diversos patógenos nas plantações de tomate.

A alternância entre períodos de chuvas intensas e estiagens prolongadas pode levar ao aumento da umidade nas folhas e no solo, favorecendo a propagação de muitos patógenos, como Pseudomonas syringae pv. tomato (Pst), agente causal da pinta bacteriana.

Este ambiente úmido, combinado com temperaturas moderadas, cria um habitat ideal para a bactéria, que utiliza a água livre na superfície das folhas para se dispersar e infectar novas partes da planta. Como resultado, os produtores de tomate podem enfrentar surtos mais frequentes e severos da doença, impactando negativamente a produtividade e a qualidade dos frutos.

Sintomas

A pinta bacteriana manifesta-se através de uma série de sintomas distintos que afetam principalmente as folhas, caules e frutos de tomate. Nas folhas, os primeiros sintomas são pequenas manchas escuras e encharcadas que, com o tempo, evoluem para lesões necróticas de cor marrom-escura a preta, frequentemente cercadas por um halo amarelado.

Essas manchas podem coalescer, formando áreas extensas de tecido morto, o que pode levar à desfolha prematura e ao comprometimento da capacidade fotossintética da planta.

Nos caules e pecíolos, as lesões são similares às encontradas nas folhas, aparecendo como manchas escuras e irregulares que podem se espalhar rapidamente. Essas lesões podem enfraquecer os tecidos, causando quebra ou murcha das partes afetadas, especialmente em plantas jovens.

Em condições de alta umidade, é comum observar exsudatos bacterianos (massa bacteriana viscosa) nas áreas lesionadas, o que é um sinal característico da infecção bacteriana.

Nos frutos, as manchas começam como pequenos pontos escuros que, à medida que a doença progride, aumentam de tamanho e se tornam ligeiramente afundadas, com margens bem definidas e escurecidas.

Em casos severos, essas manchas podem coalescer, resultando em grandes áreas necrosadas que comprometem a integridade e qualidade do fruto. Além disso, a presença de manchas nos frutos reduz seu valor comercial, pois o aspecto visual é prejudicado, e a aceitação pelos consumidores diminui.

Etiologia

Pst é uma bactéria capaz de sobreviver em diferentes ambientes, incluindo o solo, resíduos de plantas infectadas e na superfície das folhas, como um saprófita, até encontrar condições favoráveis para causar infecção nas plantas de tomateiro.

O ciclo da doença inicia-se quando as bactérias são disseminadas para plantas suscetíveis através de respingos de chuva, irrigação por aspersão, ferramentas contaminadas ou mesmo pelo vento.

As bactérias colonizam a superfície das folhas e entram na planta através de estômatos ou ferimentos causados por práticas culturais ou danos naturais. A disseminação e o estabelecimento da bactéria no hospedeiro são fortemente influenciados por condições climáticas.

Períodos prolongados de umidade e temperaturas que variam entre 18°C e 25°C são ideais para a infecção da bactéria, e proliferação da doença. A presença de água livre nas folhas, seja por orvalho, chuva ou irrigação, é essencial para a mobilidade e penetração da bactéria nos tecidos da planta.

Essas condições facilitam a propagação do patógeno, aumentando a severidade das epidemias de pinta bacteriana.

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