José Celson Braga Fernandes – Engenheiro agrônomo, mestre em Ciências Agrárias e Doutorando em Biocombustíveis – UFU/UFVJM – celsonbraga@yahoo.com.br
Maria Idaline Pessoa Cavalcanti – Engenheira agrônoma, mestre em Ciências Agrárias e doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – idalinepessoa@hotmail.com
Vanessa Santos Soares – Graduanda em Agronomia – UNIPAC – vanessa02soares@gmail.com
Em áreas de Sistema Plantio Direto (SPD) já consolidadas, onde não há revolvimento do solo, a amostragem deve considerar a linha de semeadura e as entrelinhas. Nesse caso, a partir da linha de semeadura, amostra-se uma faixa transversal, no sentido dos sulcos até o meio das entrelinhas vizinhas, independentemente do espaçamento.
Por exemplo, se o espaçamento for de 50 cm, amostra-se uma faixa de 25 cm de cada lado da linha. Nos três primeiros anos de implantação do sistema, recomenda-se amostrar de 0 a 10 cm e de 10 a 20 cm, separadamente. O procedimento restante é semelhante à amostragem normal.
Assim como no sistema convencional, se faz necessário realizar análise de solo. No SPD, essas amostras são coletadas realizando a limpeza do local com a retirada da palhada e coleta-se o solo para análise em diferentes profundidades, 0-5, 0-10 e 0-20, sendo realizada periodicamente, visto que inicialmente o SPD necessita, em média, de três a cinco anos para consolidar-se.
Como implantar a técnica
No SPD, basicamente são três etapas consecutivas e de grande importância, não sendo prudente abrir mão de nenhuma. O primeiro passo é realizar um planejamento agrícola separando uma área que se pretende implementar a técnica. Logo, deve-se abrir um sulco onde a semente será depositada e utilizar o resto de palhada (cultura agrícola anterior) para fazer a cobertura, e após a colheita sempre realizar rotação de cultura, favorecendo o depósito de palhada para cobertura do solo.
Atualmente, o SPD está presente em quase todas as áreas de plantio do Brasil, portanto, a produção de grãos no Brasil tem contribuído efetivamente para a economia brasileira, por ser um setor que tem alavancado o agronegócio.
Além desse fator, há inúmeros benefícios que estão ligados ao desenvolvimento sustentável, como a redução de insumos agrícolas, pois a palhada contribui com a proteção do solo.
Falhas
Os erros mais frequentes do SPD estão diretamente ligados ao planejamento agrícola, que prevê erros e os evita. Logo, há necessidade de profissionais especializados, pois não é uma técnica simples de ser implementada. Seus erros podem favorecer o aumento da umidade, o que pode prejudicar as culturas em locais de clima úmido ou em solos de pouca permeabilidade.
Observa-se, ainda, aumento na concentração de nitrogênio, que pode resultar na eliminação de alguns microrganismos que são benéficos ao solo, pode aumentar o uso de herbicidas, o volume de material depositado pode favorecer um enraizamento superficial, e quando realizado de forma errada pode contribuir para o desenvolvimento de plantas daninhas, nesse caso, necessitando de uso de grande quantidade de herbicidas.
Caso contrário, ao não realizar esse controle, pode-se reduzir a produção agrícola. Há, ainda, necessidade de investimento em conhecimento e em pessoal técnico especializado em utilização de herbicidas, tratos de ervas daninhas, equipamentos, etc.