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Aquisição de sementes para a próxima safra

Maione Almeida de Souza Engenheira agrônoma e mestre em Produção Vegetal – Unimontesmaione@grupoagromg.com.br

Thales Matos Amaral Engenheiro agrônomo – Universidade Federal de Lavras (UFLA)thalesagronomia@gmail.com

Milho – Foto: Shutterstock

A cultura do milho ganhou destaque no último ano devido às médias de preços de comercialização alcançados em 2021, quando os índices de aumento foram em torno de 26%, em relação à safra anterior, segundo o CEPEA.

 Além disso, por se tratar de uma commodity, o cereal sofre influências do mercado interno e externo que ditam os preços praticados. No ano 2021, parte dessa produção foi importada para a China, o que também contribuiu para o aumento da precificação do milho.

Essa elevação de preço fez com que muitos produtores se animassem em relação à cultura e, consequentemente, houve um grande aumento de áreas de plantio.

Realidade

As sementeiras certamente não estavam preparadas para esse aumento expressivo de áreas de plantio de milho, fazendo com que a oferta de sementes de muitos híbridos de milho fosse restrita na safra 2021/22, principalmente para aqueles produtores que não têm o costume de fazer o seu planejamento e antecipação de compras de acordo com o cenário.

 Para aqueles que deixaram para a última hora, não ficaram sem plantar suas áreas de milho, porém, não puderam escolher os híbridos que queriam, tendo que comprar o que tinha disponível no mercado.

Diante disso, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de profissionalização das propriedades rurais por meio da implantação de processos de gestão e, principalmente, planejamento das atividades, dentre elas as compras. Comprar na hora certa é um dos diferenciais daqueles que irão lucrar com a produção. Muitos produtores, por sua vez, já prevendo a falta de sementes, fizeram a compra para a safrinha no ano passado. Diante disso, os que optaram por fazer esse segundo plantio e ainda não adquiriram as sementes poderão enfrentar os mesmos problemas de disponibilidades dos híbridos.

Do outro lado

As empresas venderam, na última safra de milho, parte da cota das sementes reservadas para serem comercializadas na safrinha, logo, a falta de sementes para ser comercializada na segunda safra sofrerá um efeito em cadeia, podendo ser uma falta mais expressiva para a safra verão 2022/23.

Entretanto, antes de qualquer coisa, devemos analisar o risco da segunda safra, dado que com os atrasos da safra verão podemos chegar a uma janela de plantio de safrinha tardia, em que a falta de chuvas pode ser um limitante para a produção. É fundamental que o produtor fique atento e analise friamente os riscos que estão acontecendo na sua região.

Poderá faltar sementes de milho?

 Todas as sementeiras estão se reorganizando no mercado para viabilizar o negócio de produção de sementes, mas enfrentam dificuldades pelas condições climáticas. De um lado, temos o aumento da demanda de sementes de milho pelos produtores rurais, e do outro lado as condições climáticas enfrentadas para a produção das mesmas.

Muitos campos de produção de sementes de milho estão enfrentando situações que podem comprometer novamente a disponibilidade de híbridos para o mercado. Enquanto algumas regiões, como o Paraná e Rio Grande do Sul, passam por condições de extrema seca, outras regiões passam por excesso de chuva.

Com isso, ocorrerá uma quebra na expectativa de produção de sementes e, consequentemente, faltarão sementes para serem comercializadas na safra de verão 2022/23. Muitas sementeiras têm postergado as entregas das sementes e também cancelado alguns pedidos de compras, pois a qualidade das sementes colhidas tem sido comprometida pelo excesso de chuva.

Outro ponto de atenção seria em relação ao planejamento dessas sementeiras, para aumentar áreas de produção de sementes, porém, estas ficam reféns do clima e não há tempo hábil para preencher a lacuna da falta de semente transgênica que poderá ocorrer nessa safra.

As sementeiras têm buscado contornar o problema da oferta de sementes, todavia, os produtores rurais dependem do sucesso das sementeiras para garantir as sementes para os seus plantios. Estes, por sua vez, deverão ser cada vez mais assertivos no planejamento de compras, pois especula-se que haverá um aumento médio de 15% nos preços das sacas de sementes de milho a serem comercializados esse ano e há expectativas de que o preço do grão a ser comercializado pelos produtores se mantenha em alta.

Novidades em híbridos de milho

Várias empresas estão com novidades em lançamentos de híbridos no mercado, mas as principais novidades dizem respeito aos materiais com alta tolerância ao complexo de enfezamento, visto que o ataque de cigarrinhas (Dalbulus maidis), que já foi uma praga secundária, tem se tornado um desafio para a produção do cereal.

Não devemos nos esquecer que o híbrido é tolerante, mas não resolve o problema, sendo fundamental adotar medidas integradas de controle, e nunca práticas isoladas.

O lançamento de híbridos de alto teto produtivo é uma busca incessante, tanto pelas detentoras da genética como pelos produtores, que buscam por altas produtividades. Pensando nisso, nesse ano algumas empresas terão lançamentos de híbridos que somam a alta tolerância à cigarrinha, sanidade e altos tetos produtivos, dentre outras características importantes.

O principal, na hora de escolher o híbrido, é adequar as características do material à realidade da região e do produtor para que este tenha condição de expressar o seu potencial genético, dentro do nível tecnológico utilizado pelo produtor para que este rentabilize o seu negócio.

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