A cada ano, a produção aumenta com consistência. A safra colhida este ano cresceu quase 11 milhões de toneladas de grãos em relação à anterior; na próxima safra serão mais 13 milhões de toneladas. Em dois anos, são 25 milhões de toneladas de grãos a mais. São mais alimentos para atender à demanda global, que se mantém aquecida, e também representa mais receita para o Brasil.
Informações divulgadas pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), em um levantamento realizado pela consultoria Spark Inteligência Estratégia – a partir do estudo BIP (Business Inteligence Panel) – sobre a área plantada tratada com defensivos agrícolas no 3º trimestre de 2020, confirmam a expectativa de aumento da produção de grãos. “Foram tratados 10 milhões de hectares a mais do que no 3º trimestre de 2019. No total, foram 212,2 milhões de hectares contra 202,2 milhões de hectares no mesmo trimestre do ano anterior”, informa o presidente do Sindiveg, Julio Borges Garcia.
Destaque para os herbicidas, que combatem as plantas daninhas – especialmente agressivas nesse período de preparação do plantio –, que representaram 51% do investimento em USD dos produtos aplicados, seguido por inseticidas (18%), fungicidas (15%) e tratamento de sementes (10%). Em relação às culturas, soja (39%) e pastagens (19%) lideraram em termos de área tratada.
Área tratada cresce 7,1% no ano
O levantamento exclusivo do Sindiveg também mostra que a área tratada aumentou 7,1% (+59,67 mil hectares) entre janeiro e setembro de 2020 em comparação direta com o mesmo período de 2019.
Destaque para o crescimento do uso de fungicidas e inseticidas, a partir do aumento dos desafios fitossanitários resistentes. Foram tratados 904,1 milhões de hectares (2020) contra 844,5 milhões/ha (2019).
Em termos de produtos, os inseticidas representaram 27% da área tratada, os herbicidas 24%, os fungicidas 17%, o tratamento de sementes 8% e outros 23%. Em relação às principais culturas, a liderança é da soja (34% da área tratada total), seguida por milho (24%), algodão (15%), cana-de-açúcar (6%), pastagem (5%), feijão (4%) e HF (3%).
No acumulado do ano, Mato Grosso liderou em termos de área tratada, com 27%. Em seguida vem São Paulo (14%), Matopiba (11%), Paraná (10%), Rio Grande do Sul/Santa Catarina (10%), Goiás (8%), Minas Gerais (8%) e Mato Grosso do Sul (7%).
Principais culturas exigem novas tecnologias
O crescente desafio de doenças, pragas e plantas daninhas, inimigos que podem reduzir em até 100 milhões de toneladas a produção agrícola brasileira, exige o uso das mais modernas tecnologias disponíveis em defensivos agrícolas, incluindo soluções multisítio.
O levantamento do Sindiveg aponta crescimento de 3,4% da área cultivada de soja para a safra 2020/21, com aumento do uso de tecnologias para combater os principais desafios (ferrugem asiática, percevejos, nematoides e ácaros, entre outros problemas fitossanitários).
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Quanto ao milho safrinha, verifica-se crescimento de 4% na área em relação à safra passada, com necessidade crescente do uso de novas tecnologias, especialmente contra sugadores, manchas foliares e tratamento de sementes.
Em relação à próxima safra de algodão, a expectativa é de recuo de 3% na área, porém, maior necessidade de novas tecnologias para proteção e controle do cultivo contra bicudo e a ramulária.
“O aumento da produção agrícola em um país tropical, como o Brasil, cobra o seu preço. Nosso clima e temperatura são ideais para a disseminação de doenças, pragas e ervas daninhas cada vez mais resistentes e desafiadoras. Os defensivos agrícolas desempenham um papel essencial no controle desses inimigos, proteção dos cultivos e aumento da produção de alimentos”, assinala Julio Garcia.