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Arranjo contribui com aumento da produtividade da soja

Lavoura com semeadura cruzada - Crédito Miriam Lins
Lavoura com semeadura cruzada – Crédito Miriam Lins

O arranjo espacial de plantas, ou seja, a forma como as plantas são dispostas na área, pode influenciar diretamente nos resultados de produtividade das lavouras. Esse arranjo é definido pela densidade de semeadura (plantas por hectare), pelo espaçamento entre as fileiras e pela uniformidade de distribuição de plantas dentro dessas fileiras.

O uso de cultivares de soja com tipo indeterminado e com arquitetura compacta de plantas tem aumentado nos últimos anos, estimulando a avaliação de arranjos alternativos, como a semeadura cruzada, a fileira dupla e o espaçamento reduzido.

Estudos indicaram que o arranjo que apresenta melhor resultado para a soja de crescimento indeterminado é o espaçamento entre 40 e 50 cm de distância entre as linhas. Ainda assim, os pesquisadores alertam para o fato de que o arranjo vai depender da cultivar selecionada e da época de semeadura.

Respostas positivas

A pesquisa coordenada pela Embrapa Soja intitulada “Novos sistemas de semeadura e arranjos de plantas para aumento da produtividade e sustentabilidade da cultura da soja” já foi concluída e encontrou respostas para alguns dos modelos de arranjos produtivos de soja que estão sendo testados por produtores. A pesquisa foi realizada em todo o Brasil e contou com a participação de diversas Unidades da Embrapa, além de parceria com universidades.

O líder do projeto,Alvadi Antônio Balbinot Junior, pesquisador da Embrapa Soja, explica que o arranjo pode alterar o crescimento da cultura, a incidência de estresses bióticos (plantas daninhas, insetos-praga e doenças) e abióticos (déficit hídrico, por exemplo), a qualidade das pulverizações, o acamamento e, consequentemente, a produtividade e qualidade dos grãos.

Segundo ele, no Brasil, nas décadas de 1980 e 1990, foram conduzidos vários trabalhos com diferentes espaçamentos entre fileiras em soja. “Porém, após o ano 2000, poucas pesquisas foram conduzidas sobre esse assunto”, informa. Ele salienta ainda que esses trabalhos conduzidos há algumas décadas foram baseados em cultivares de soja com características distintas das utilizadas atualmente.

Assim, o pesquisador da Embrapa Soja destaca que os estudos sobre os arranjos espaciais das plantas são necessários e devem ser atualizados. “Estamos vivendo tempos em que as mudanças nas características morfofisiológicas das cultivares de soja e nas práticas de manejo são uma realidade. Além disso, temos um aumento da expectativa de produtividade de grãos, acompanhado de aumento do custo com sementes”, conta o especialista.

Outro fator que justifica as pesquisas com espaçamentos, de acordo com o pesquisador, é a semeadura antecipada da soja, estratégia utilizada para reduzir a incidência de doenças e pragas no final do ciclo ou para semear o milho de segunda safra em sucessão à soja o mais cedo possível.

“É importante considerar que o ajuste do espaçamento, fundamentado nas cultivares utilizadas e no ambiente de produção, pode conferir ganhos expressivos de produtividade, sem grandes alterações nos custos de produção e nos impactos ambientais decorrentes do cultivo da soja”, acrescenta Balbinot Junior.

Mais produtividade

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia, acrescenta que, na área de abrangência das pesquisas desenvolvidas pela Unidade, observam-se lavouras com formas inovadoras de arranjos, como a semeadura cruzada e espaçamento reduzido. “Modificar a forma de plantio, em alguns casos, pode conferir ganhos expressivos de produtividade, sem grandes alterações nos custos de produção e nos impactos ambientais decorrentes do cultivo. No entanto, esses resultados podem estar associados a outros fatores, como as condições climáticas, proporcionando resultados diferentes de uma safra para outra”, disse ele.

Arroyo faz uma importante ressalva. “É interessante que o produtor faça testes em sua propriedade com arranjos de plantas, no entanto, deve-se ter muita cautela, utilizando pequenas áreas para realizar esse tipo de teste. Esse é um papel da pesquisa, e a Embrapa está se dedicando a fazer isso, para que a recomendação seja a mais sólida possível, com grandes chances de ganhos de produtividade”, ressalta.

Cultivares de soja com arquitetura compacta de plantas tem proporcionado espaçamento reduzido - Crédito Miriam Lins
Cultivares de soja com arquitetura compacta de plantas tem proporcionado espaçamento reduzido – Crédito Miriam Lins

Criatividade em arranjos

Atualmente, uma nova modalidade de arranjo de plantas é o cultivo de soja com semeadura em “covas”, com sementes agrupadas, ou seja, o agricultor deposita de três a quatro sementes juntas, utilizando discos apropriados especialmente para essa finalidade.

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste explica que esse tipo de cultivo não é recomendado por enquanto, pois as pesquisas sobre essa forma de arranjo ainda estão sendo realizadas. “Não se sabe se esse modelo de implantação influenciará na fitossanidade da lavoura, seja de forma positiva ou negativa, ou mesmo se o potencial produtivo será maior nessa forma de arranjo de plantas diferenciado. Porém, conforme as pesquisas vão sendo realizadas, devemos ter respostas seguras sobre esse formato de arranjo nas próximas safras”, informa o pesquisador.

Utilizada há algumas safras, a semeadura cruzada consiste na disposição das plantas de forma distinta. Em vez de plantar de forma linear, o cultivo é feito como se fosse um tabuleiro de xadrez, em que o produtor faz uma primeira passada da plantadeira e depois volta em sentido perpendicular.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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