26.6 C
Uberlândia
quarta-feira, abril 24, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiAs variedades de graviola

As variedades de graviola

Igor dos Reis Oliveira Graduando em Engenharia Agronômica – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/CESBA)reisigor07@gmail.com   

Adriana Araujo DinizProfessora adjunto II – UEMA/CESBAadrisolos2016@gmail.com

Bianca Cavalcante da SilvaDoutoranda em Agronomia/Ciência do Solo – FCAV/UNESPbianca.cavalcante@unesp.br

Graviola – Crédito: Shutterstock

A cultura da graviola (Annona muricata L) é de grande importância para o Brasil e para o Cerrado. É uma planta herbácea de pequeno porte que pode atingir entre 4,0 – 6,0 m de altura, outrossim, boas condições ecológicas propiciam um crescimento de até oito metros.

Ademais, apresentam flores hermafroditas, com cheiro forte, folhas simples, fruto sincarpo grande e carnoso, polpa suculenta e sementes brilhantes de cor amarronzada. A espécie está presente em grande parte da América Tropical, inclusive no Brasil.

A Venezuela se destaca como o maior produtor de graviolas da América do Sul. No Brasil, o Estado do Ceará recebe o título de maior produtor nacional, pois apresenta grandes áreas favoráveis para o cultivo da espécie, aliado à prática da irrigação.

Outros Estados, como Bahia, Paraíba e Pernambuco também se destacam na produção de graviola (Braga Sobrinho, 2010; Freitas 2012).

Nomes diversos

A gravioleira é conhecida por diversos nomes, a depender do seu local de origem no Brasil. Destaca-se como principais nomes vulgares: coração de rainha, condessa, graviola, jaca do Pará, entre outros.

No Haiti e Antilhas Francesas, a Annona muricata é conhecida popularmente como corossol, enquanto que no Panamá, El Salvador, Costa Rica, Colômbia, Venezuela e Guatemala ela recebe o nome de guanábana.

Agregado de valor

O fruto da gravioleira é comestível e bastante utilizado na produção de sorvetes, geleias, sucos e cremes. Atualmente, a fruta tem recebido um grande destaque, por apresentar alto valor comercial devido à sua industrialização em diversos países. Esse interesse socioeconômico está ligado basicamente ao estímulo do preço, existindo a possibilidade de expansão para o mercado europeu.

Embora seja observado o quanto a graviola é importante para a fruticultura do Nordeste, não há variedades de gravioleiras que carregam consigo descritores botânicos geneticamente estabelecidos. Em países como Venezuela, Costa Rica e Porto Rico, que se destacam como grandes produtores do fruto, os diversos tipos de gravioleira são distinguidos de acordo com a consistência, sabor e forma.

Variedades

São apontadas três variedades de graviola: Morada, Lisa e Blanca, as quais foram introduzidas pela Embrapa Cerrados em 1981 (Sacramentoe et al., 2003).

Dentre as três, a Morada é considerada a melhor, com rendimento de até 40 kg de polpa por planta/ano obtidos de frutos grandes (3 a 10 kg), de forma redonda a cordiforme, polpa firme e sabor sub-ácido a ácido.

Outra característica muito importante da Morada é sua menor suscetibilidade ao ataque das brocas do fruto e do tronco em relação aos outros tipos. A Morada é, assim, um dos tipos de gravioleira mais indicados para exploração comercial, não só por sua elevada produção, como pela sanidade e qualidade de seus frutos (Pinto; Silva, 1995).

A variedade Lisa, assim como a do tipo Morada, corresponde a uma variação colombiana. O fruto pode atingir tamanho médio de aproximadamente 20 cm, tornando-se menor que as variedades Crioula e Morada, entretanto, mais de 80% do fruto é constituído de polpa.

[rml_read_more]

Em geral, esta variedade costuma apresentar acúleos incipientes e coloração verde-clara brilhante, enquanto os frutos dos tipos ‘Morada’ e ‘Comum’ tende a apresentar acúleos proeminentes e coloração verde-clara brilhante. Tanto a variedade Morada quanto a Lisa manifestam diâmetro médio dos frutos maior que as do tipo Crioula, caracterizando o fruto das duas primeiras variedades como cordiforme.

Apesar disso, na região do nordeste brasileiro, a variedade predominante é a gravioleira Nordestina ou Crioula, de frutos cordiformes pesando entre 1,5 e 3,0 kg, com polpa mole, doce a sub-ácida. Tal denominação está relacionada ao fato de que as graviolas pertencentes a esta variedade não se enquadram nas variedades de origem colombiana.

Grande parte das gravioleiras presentes nas coleções de trabalho é considerada ecótipo, isto porque elas foram introduzidas de maneira que não passaram por um processo mais criterioso de avaliação, seleção e fixação de seus descritores. De forma geral, esses descritores distinguem-se pelo sabor ácido ou subácido e/ou pela forma.

Geralmente, observa-se para a gravioleira Nordestina ou Crioula menor valor para percentagem de sementes por frutos e maior para percentagem de casca, em relação aos demais. Apresenta menor fruto, em termos de tamanho, e por este motivo, proporciona menos polpa.

ARTIGOS RELACIONADOS

Irrigação: Respostas à florada do maracujazeiro

O maracujá é uma frutífera de clima tropical pertencente à família Passifloraceae. O Brasil é o primeiro produtor mundial de maracujá e sua produção está em franca expansão, tanto para a produção de frutas para consumo "in natura" como para a produção de suco.

Nematoides da cenoura

A cenoura é a quinta hortaliça mais cultivada no Brasil, com produção estimada de 760 mil toneladas ...

Cultivares regionais beneficiam produtores brasileiros

Especialista diz que é preciso considerar as características de clima, solo, presença de doenças e insetos-pragas em cada localidade

Panorama de figos frescos e indústria

Ficus Carica L., da família Moraceae, é o nome botânico da figueira cultivada comercialmente ...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!