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Automação em hidroponia – Profissionalismo na medida certa

 

Glaucio da Cruz Genuncio

glauciogenuncio@gmail.com

Rafael Campagnol

Doutores e professores – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Elisamara Caldeira do Nascimento

Doutora em Agronomia ” Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Foto Shutterstock
Foto Shutterstock

A automação se caracteriza pela verificação sistemática dos mecanismos responsáveis pelo funcionamento de um sistema qualquer e a busca de sistemas resilientes, os quais garantam a redução dos riscos da atividade agrícola.

Esta verificação ou monitoramento tem por objetivo efetuar medições e, posteriormente, corrigir inadequações do sistema. A aplicação de técnicas baseadas na automação tem por finalidade a diminuição do uso de mão de obra e dos erros intrínsecos à logística deste controle, com consequente aumento da produtividade.

Associando-se a estes fatores supracitados a indisponibilidade de mão de obra, uma variável cada mais onipresente na hidroponia, temos, neste panorama, uma importante ferramenta para a redução de prejuízos na produção, na produtividade, além da garantia de qualidades visual e organolépticas das hortaliças hidropônicas.

O controle automatizado dos parâmetros microclimáticos e nutricionais torna-se um procedimento cada vez mais importante para a condução de sistemas hidropônicos, uma vez que se trata do setor internamente ligado à produção hidropônica que mais necessita de mão de obra qualificada.

Evolução da hidroponia

O investimento na automatização ainda é alto no Brasil, devido a importação dos equipamentos
O investimento na automatização ainda é alto no Brasil, devido a importação dos equipamentos

Ao analisarmos o histórico da hidroponia, constatamos que por muitos anos o entendimento que pesquisas direcionadas ao desenvolvimento aplicado da ciência agronômica voltada para a áreas de Ecofisiologia e Nutrição Mineral de Plantas foi o principal fator impulsionador do crescimento do setor de hortaliças conduzidas nesta modalidade de cultivo.

Em consonância, o surgimento de tecnologias específicas para resolução das variáveis microclimáticas, assim como para a idealização de soluções que atendam a demanda específica local e regional trouxe uma melhoria significativa ao setor, tanto em termos de redução da sazonalidade quanto de valor agregado ao produto.

Etapas mecanizáveis

Com a automatização na Hidroponia reduz mão de obra e aumenta a eficiência
Com a automatização na Hidroponia reduz mão de obra e aumenta a eficiência

A automatização na hidroponia pode ser de ponta a ponta, ou seja, desde os processos de semeadura até a colheita. Porém, e devido à situação atual dos sistemas hidropônicos implantados no Brasil, automatizar o monitoramento e o controle das variáveis microclimáticas e nutricionais é um passo relevante e importante para a busca da qualidade no sistema.

Assim, monitorar as temperaturas (médias, máximas e mínimas), umidade relativa do ar (UR%), pressão de vapor (em função da leitura das duas primeiras), velocidade do vento, irradiância, radiação fotossinteticamente ativa (PAR) e fotoperíodo é fundamental para a tomada de decisão, por exemplo, do acionamento da tela de sombreamento, além do uso do sistema de nebulização, aberturas zenitais, ventilação forçada e do padandfan.

Estes sistemas associados garantirão ao cultivo uma temperatura mais adequada à cultura, assim como um nível de irradiância não superior a 1.400 µmol m2-s- para plantas de pleno sol e 400 a 600 µmol m2-s- para plantas de sombra.

Ressalta-se que a automação no turno de rega é importante para cultivos em substratos, e a associação com a tensiometria é a melhor decisão de aquisição da automação por parte do produtor.

Em relação ao controle nutricional, o monitoramento da temperatura e oxigenação, assim como o controle do pH e da condutividade elétrica (EC) são as variáveis a serem automatizadas, principalmente por se tratarem de pontos críticos quanto ao manejo nutricional a ser adotado pelo produtor e que, na maioria dos casos, são as variáveis que afetam sobremaneira a qualidade da produção.

Importante saber

Aline Retz, engenheira agrônoma e proprietária da Fazenda do Bem
Aline Retz, engenheira agrônoma e proprietária da Fazenda do Bem

De forma específica, ao introduzirmos a automação no controle do pH e da EC, garantimos que as amplitudes aferidas destas variáveis sejam menores, com melhores ajustes na disponibilização de nutrientes para as plantas, criando-se também uma condição de melhor funcionamento bioquímico e fisiológico no ambiente radicular.

Quando falamos em amplitude, basicamente referenciamos que o controle do pH e da EC é mais eficiente quando temos variações mínimas nos valores pré-estabelecidos. Por exemplo, com a automação podemos controlar o pH na faixa de 6,0, com variações de ±0,2, ou seja, uma faixa de 5,8 a 6,2, algo muito difícil de ser obtido sem um sistema automatizado.

Essa é parte da matéria de capa da Revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de setembro de 2018. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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