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Beauveria – Excelente opção no controle da mosca-branca

 

Anderson Gonçalves da Silva

Doutor e professor da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Campus de Paragominas ” PA, Núcleo de Estudos em Manejo Integrado de Pragas de Cultivos Amazônicos – NEEMIP

agroanderson.silva@yahoo.com.br

João Rafael De Conte Carvalho de Alencar

MSc. e professor do Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior (ITES – SP), doutorando em Entomologia Agrícola FCAV/UNESP, NEEMIP

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A mosca-brancaBemisiatabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) se configura em uma das principais pragas para diversas culturas brasileiras, dentre elas as hortaliças, com destaque para o seu biótipo B (mundialmente, estima-se que existam mais de 20 biótipos), mais agressivo e eficiente na transmissão de viroses em algumas culturas, preocupando cada vez mais produtores, assistência técnica e pesquisadores.

A praga, que é um pequeno sugador de 1 a 2 mm de tamanho, com quatro asas membranosas na fase adulta, recobertas com substâncias pulverulentas (cerosas) de coloração branca, de onde vem seu nome comum, mosca-branca (não é um díptero e sim um hemíptero).

Geralmente ocorre na face inferior das folhas, onde ninfas e adultos permanecem sugando a seiva das plantas continuamente, causando injúrias nas hortaliças, que podem ter efeitos diretos e indiretos. As injúrias diretas ocorrem pela sucção contínua de seiva, de maneira que as ninfas e adultos retiram nutrientes da planta.Contudo, essa perda é significativa apenas em altas populações.

Também podem injetar toxinas pela sua saliva, provocando desordens fisiológicas nas plantas. Além disso, seus excrementos açucarados favorecem o crescimento da fumagina (Capnodiumspp.).

Danos

Este fungo se desenvolve na superfície das folhas das hortaliças, reduzindo assim a área fotossintética e a produtividade das plantas. De forma indireta, por ser vetor de diversas viroses, como, por exemplo, a transmissão de geminivírus em tomate, resulta em elevadas perdas ao agricultor (estimadas em até 50%).

Acrescenta-se que hortaliças infestadas e danificadas por mosca-branca perdem seu valor de mercado, já que apresentam aparência desagradável, enegrecidas pela presença da fumagina e enrugadas pela ação direta de sua alimentação e pela injeção de toxinas na planta, pelo aspecto esponjoso ouisoporizado em tomate, anomalias que fazem com que sejam rejeitadas pelo consumidor, pois sua comercialização se dá principalmente de forma in natura.

Quanto à sua proliferação, destaca-se que a mosca-branca é uma praga altamente polífaga, apresentando mais de 600 plantas hospedeiras, pertencentes a 80 famílias botânicas, dentre elas culturas importantes para o agronegócio brasileiro, como soja, algodão, feijão e frutíferas em geral, dentre outras.

Destaque deve ser dado também para as hortaliças como o tomate, couve, alface, repolho, couve-flor, berinjela, brócolis,chicória, chuchu, pepino, batata,pimentão, entre outras, além de diversas plantas daninhas, favorecendo a permanência da praga na área e dificultando o seu controle.

A mosca-branca é responsável pela transmissão de geminivírus em tomate  Crédito - Murillo Zerbini
A mosca-branca é responsável pela transmissão de geminivírus em tomate Crédito – Murillo Zerbini

Manejo

Para o manejo da praga de forma eficiente, o monitoramento dos plantiosde hortaliças é de extrema importância, já que a praga apresenta alta taxa reprodutiva com a fêmea, depositando entre 100 e 300 ovos ao longo de sua vida, e mostra um ciclo biológico muito curto, em torno de 15 dias, além de apresentar sobreposição de gerações (presença de todos os estágios de desenvolvimento, ovo, ninfa e adulto ocorrendo juntamente no plantio), que são favorecidas pela alta temperatura e baixa precipitação, situação que favorece os surtos populacionais, acarretando num difícil controle.

Dessa forma, seu monitoramento pode ser efetuado pelo uso de armadilhas adesivas amarelas, visando a captura de adultos ou inspeção visual nas folhas, anotando-se o número de ovos, ninfas e adultos, observando se estas atingiram nível de dano para seu controle. Destaca-se que, por ser vetor de viroses em várias hortaliças, nesse caso um adulto por armadilha adesiva já requer a adoção de medidas de controle.

Quantoaos métodos de controle que atendem ao manejo integrado de pragas (MIP) e que devem ser estimulados a serem utilizados a fim de um controle efetivo da praga a níveis que não prejudiquem a cultura, destacam-se:

ü Controle cultural: por meio de um vazio sanitário entre culturas, plantios de mudas sadias, eliminação de restos culturais e plantas daninhas que também são hospedeiras da praga.

üEvitar a aplicação de inseticidas (método de controle mais adotado) de amplo espectro de ação, sendo assim possível manter a população de inimigos naturais na área.

ü Realizar o controle da praga nos estágios iniciais de infestação.

ü Remoção de plantas com sintomas de viroses.

ü Rotação de inseticidas com diferentes modos de ação.

üPlantio de cultivares resistentes sempre que possível.

üTratamento de sementes com inseticidas sistêmicos.

üBioinseticidas à base do fungo Beauveriabassiana e inseticidas botânicos à base de óleo de nim (Azadirachta indica), que já estão disponíveis no mercado.

Sintomas de geminivírus à direita - Crédito Embrapa Hortaliças
Sintomas de geminivírus à direita – Crédito Embrapa Hortaliças

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