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Benefícios do fosfito para o tomateiro industrial

Douglas José Marques

Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS)

douglas.marques@unifenas.br

Hudson Carvalho Bianchini

Professor de Fertilidade do Solo da (UNIFENAS)

Crédito Hellen Geórgia
Crédito Hellen Geórgia

O fósforo é um macronutriente essencial para as culturas que, nas regiões tropicais, especialmente no Brasil, é o elemento que mais limita a produção vegetal devido à baixa disponibilidade no solo.

A manutenção do P disponível para as plantas é difícil porque ele reage com alguns componentes do solo (Ca, Mg e Al, principalmente), formando compostos que as plantas não podem aproveitar de imediato, sendo, então, necessária a aplicação de altas doses na adubação, apesar de o P ser o macronutriente primário exigido em menores quantidades pelas plantas.

A sua concentração nas plantas varia entre 0,1 e 0,5%, e as plantas absorvem o fósforo na forma de H2PO4-e HPO42, dependendo do pH do solo. Estas formas ocorrem naturalmente como minerais insolúveis, que são pouco disponíveis às plantas. Além do fosfato, o fosfito (H2PO3-) pode ser utilizado para aumentar a produtividade de várias culturas.

Para o tomateiro

O cultivo do tomateiro exige um alto nível tecnológico, sendo considerado, dentre as hortaliças, uma das espécies mais exigentes em adubação, principalmente a fosfatada. Portanto, conhecer as exigências nutricionais, os principais sintomas de deficiências e o modo de corrigi-los é fundamental para o êxito da cultura.

De maneira geral, a absorção de nutrientes pela cultura do tomateiro é baixa até o aparecimento das primeiras flores. Na segunda fase fenológica, após o pegamento da flor e a formação dos frutos, a absorção aumenta e atinge a máxima demanda por nutrientes, principalmente o fósforo, no período entre 40 e 70 dias após o plantio. Neste período a aplicação de fosfito pode proporcionar aumento na produção, devido à maior disponibilidade do fósforo para as plantas, em razão das características desse produto.

O fosfito aumenta o teor de clorofila na planta - Crédito Nilson Gomes
O fosfito aumenta o teor de clorofila na planta – Crédito Nilson Gomes

Absorção

Para os fertilizantes fosfatados normalmente empregados na adubação do tomateiro, a taxa de absorção é baixa, sendo que a maioria do fósforo aplicado tende a ficar no solo em estado mais ou menos disponível, dependendo da forma, das condições e do tempo em que os fosfatos se encontram no perfil, podendo estar adsorvidos nos coloides do solo, precipitados com ferro e alumínio (em pH alto pode haver precipitação com o cálcio), ou podem formar compostos mineralogicamente estáveis, que não estão disponíveis para as plantas.

O ciclo do fósforo no solo pode ser representado pela figura a seguir.

Benefícios para as plantas

Os fosfitos são compostos derivados do ácido fosforoso que podem se combinar com elementos como potássio, cálcio, magnésio, alumínio, manganês e zinco. Tais compostos caracterizam-se por estimular o crescimento das plantas, possuírem considerável ação fungicida e não serem fitotóxicos quando utilizados em concentrações adequadas.

Estes compostos são rapidamente absorvidos pelas plantas através das raízes e das folhas, apresentando ação sistêmica, pois são translocados pelo xilema e pelo floema.

Dependendo da cultura, a translocação das folhas para as raízes pode ocorrer num prazo de até 24 horas e permanecerem ativos por até 160 dias, já que os fosfitos não são metabolizados pelas plantas.

O fosfito aumenta produtividade e qualidade do fruto - Crédito Ana Maria Diniz
O fosfito aumenta produtividade e qualidade do fruto – Crédito Ana Maria Diniz

Fosfito x fosfato

Como o fosfito difere quimicamente do fosfato, seu comportamento no solo e na planta não é o mesmo. O fosfito pode ser convertido a fosfato no interior dos tecidos das plantas, não existindo evidências concretas de que as plantas utilizem o fosfito como uma fonte direta de fósforo.

Porém, vários trabalhos demonstram que o fosfito possui efeito positivo sobre a produtividade e a qualidade das culturas, provavelmente devido ao controle de patógenos e à maior absorção do fosfito em relação ao fosfato pelas folhas.

Na cultura do tomateiro o uso de fosfito, além de favorecer o controle de patógenos, incrementa a quantidade de frutos de maior tamanho e também a produtividade total do tomateiro.

Ainda, a utilização do fosfito amplia a chance de recuperação da lavoura devido a algum estresse que as plantas tenham sofrido. São comercializados como fosfito de potássio, fosfito de cálcio, fosfito de sódio e fosfito de amônio. Essas formulações são recomendadas como fungicida ou como suplemento de P, e são indicadas para diversas culturas.

Benefícios:

ðAumenta o teor de clorofila na planta;

ðEstimula a fotossíntese;

ðFavorece o desenvolvimento radicular;

ðAumenta a produção;

ðEficaz no controle de várias doenças;

Ã°É uma fonte de fósforo prontamente assimilável pelas plantas;

ðAumenta a produtividade das culturas e a qualidade das partes colhidas.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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