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Biológicos mostram eficiência no controle da mosca-branca

 

Alessandra Marieli Vacari

amvacari@gmail.com

Sergio Antonio De Bortoli

Laboratório de Biologia e Criação de Insetos (LBCI), Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, FCAV/Unesp, Jaboticabal (SP)

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Desde 1960 a utilização do controle biológico vem crescendo no Brasil, principalmente devido a pesquisas sólidas desenvolvidas nessa área e aos bons resultados obtidos em condições de campo. Hoje no Brasil existem oito espécies de parasitoides e predadores registrados para utilização no controle de pragas, com cerca de 40 biofábricas produzindo e comercializando esses agentes, sendo eles utilizados em mais de três milhões de hectares, tendo o mais significativo exemplo na cana-de-açúcar.

Em relação aos fungos entomopatógenos, Metarhiziumanisopliae e Beauveriabassiana destacam-se como as espécies mais produzidas, sendo que hoje no Brasil existem cerca de 30 biofábricas que comercializam esses agentes de controle que são utilizados em mais de dois milhões de hectares, principalmente para o manejo da cigarrinha-da-raiz Mahanarvafimbriolata em cana-de-açúcar.

Existem, também, mais de 20 produtos formulados à base da bactéria entomopatogênicaBacillus thuringiensis e de baculovírus que foram liberados para o controle de lepidópteros-pragas em várias culturas, como soja e algodão.

Infestação-de-mosca-branca-em-folha-de-feijão-Créditos-Sebastião-José-de-Araújo
Infestação-de-mosca-branca-em-folha-de-feijão-Créditos-Sebastião-José-de-Araújo

Controle biológico da mosca-branca

As espécies-pragas conhecidas como mosca-branca são insetos sugadores que pertencem à ordem Hemiptera e à família Aleyrodidae, nas quais se encontram vários gêneros, como por exemplo, Aleurotrachelus, Trialeurodes, Bemisia, Aleurothrixus,Aleurodicus e Tetraleurodes.

Diferentes biótipos de mosca-branca têm sido identificados em diversas regiões. B. argentifolii (B. tabaci biótipo B) diferencia-se de B. tabaci por apresentar maior fecundidade, ocorrer em maior número de plantas cultivadas e induzir alterações fitotóxicas em cucurbitáceas, tomate e brócolis.

Essa praga apresenta ciclo de desenvolvimento curto (cerca de 20 dias de ovo a adulto) e alto potencial reprodutivo (podendo produzir mais de 100 ovos por fêmea), disseminando-se rapidamente no campo.

Em alguns períodos, principalmente úmidos e de temperaturas elevadas, é comum o aparecimento de doenças em populações de insetos no campo produzindo as epizootias.

O controle biológico utilizando fungos tem um efeito mais lento do que aquele promovido pelos químicos, sendo necessário, portanto, mudanças no manejo do inseto-praga. O combate com agrotóxicos normalmente é feito em momentos em que o dano já está consolidado e é preciso uma resposta rápida.

No controle biológico procura-se manter os insetos-praga em número reduzido, com a população abaixo do nível de dano econômico, exigindo monitoramento e ações antecipadas.

No controle biológico procura-se manter os insetos-praga em número reduzido - Crédito Shutterstock
No controle biológico procura-se manter os insetos-praga em número reduzido – Crédito Shutterstock

Culturas hospedeiras e danos

As moscas-brancas são pragas que ocorrem em várias culturas, como algodão, soja, feijão, mandioca, tomate, brócolis, berinjela, abóbora, melão, melancia, pimentão, uva, plantas ornamentais, entre outras, sendo espécies polífagas que colonizam mais de 500 vegetais.

Elas sugam diretamente a seiva (floema), provocando clorose e queda foliar, o que favorece o desenvolvimento da fumagina e, além disso, transmitem viroses. Na cultura da abóbora a alimentação de B. argentifolii nas folhas, principalmente no estádio de ninfa, causa uma fitotoxemia sistêmica, resultando no sintoma de prateamento da superfície da folha. Este sintoma se manifesta em torno de três a cinco dias após a exposição das folhas às ninfas, ou nove a onze dias aos adultos.

Além deste, outros sintomas podem ser observados, como a descoloração dos frutos. Na cultura do algodão, o principal sintoma é a queda precoce das folhas e a formação de fumagina sobre ramos, folhas e frutos, o que reduz a capacidade fotossintética da planta e o valor comercial da fibra.

No feijoeiro, o principal dano está relacionado à transmissão do vírus do mosaico-dourado-do-feijão, mais prejudicial em períodos de seca, principalmente até a fase de florescimento das plantas.

Para várias culturas ainda não foram estabelecidos os níveis de dano econômico (NDE) para mosca-branca. No entanto, no caso de insetos-vetores, em culturas com sérios problemas de viroses, como o feijão e o tomate, é muito difícil o estabelecimento do NDE, devido ao baixo número de adultos necessários para disseminar os vírus rapidamente. Por este motivo, os níveis de ação se resumem à presença do inseto na planta, isto é, um indivíduo, em média, por planta, principalmente se a variedade não apresenta características de menor suscetibilidade a viroses.

Beauveriabassiana no controle de mosca-branca

Acompanhando o desenvolvimento populacional da mosca-branca desde o início do aparecimento dos primeiros adultos, o agricultor poderá lançar mão dos diversos métodos de controle recomendados nos programas do MIP, como controle legislativo, cultural, químico e biológico.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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