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Colheita mecanizada da acerola já é possível

Crédito Nutrilite

Alicia Fiore
Graduanda em Agronomia – Centro Universitário de Ourinhos (Unifio)
aliciafiore18@gmail.com
Aline Mendes de Sousa Gouveia
Doutora em Agronomia/Horticultura e professora – Unifio
aline.gouveia@unifio.edu.br

O Brasil atingiu uma produção total de 60.966 toneladas de acerola. O Estado de Pernambuco é o maior produtor, com 21.351 toneladas produzidas, seguido do Ceará, com 7.578 toneladas, e em terceiro lugar Sergipe, com 5.427 toneladas de frutas produzidas (IBGE, 2017).
A acerola é considerada uma fruta tropical, rica em antioxidantes (substâncias que previnem o envelhecimento celular) como a vitamina C e as antocianinas, sendo essas responsáveis pela coloração avermelhada de sua casca.
O elevado teor de ácido ascórbico da fruta vem aumentando a demanda pelo produto, tornando a cultura atraente no aspecto econômico. Visando aumentar a produção, são adotadas diferentes tecnologias durante o cultivo, e até mesmo nos períodos de colheita.

Tecnologias

A mecanização no setor agrícola resulta na otimização de diversos processos durante o cultivo, sendo possível expandir, assim, a produção total utilizando o trabalho eficiente dos implementos.
No cultivo da acerola, a tecnificação pode estar presente desde os estádios iniciais até na colheita. Inicialmente, o preparo do solo passa por processos similares a outras culturas frutíferas, como roçagem, destoca, aração e gradagem, sendo todas essas realizadas com o auxílio de maquinários.
Depois de implantadas, geralmente faz-se necessário o uso de irrigação, principalmente pelo fato de que o nordeste brasileiro, foco do cultivo econômico da cultura, apresenta precipitações escassas e mal distribuídas. Para tal, podem ser utilizadas técnicas como a aspersão convencional, gotejamento ou microaspersão.

Na colheita

Para a colheita dos frutos da aceroleira destinados ao consumo in natura ou para o processamento do suco para fins de exportação, as etapas devem ser feitas de maneira bastante criteriosa.
A colheita convencional da acerola é realizada de forma manual e os colhedores devem ser adequadamente treinados para o trabalho de colheita. As acerolas destinadas a mercados consumidores distantes devem ser colhidas “de vez”.
Durante o processo de colheita, seleção e embalagem, é preciso evitar que os frutos sofram pancadas ou ferimentos, o que acelera sua deterioração.
Os frutos, principalmente os maduros, devem ser acondicionados nas caixas de colheita em poucas camadas, pois o peso das camadas superiores pode provocar o rompimento da casca dos frutos das camadas de baixo.
Porém, com a tecnificação agrícola do setor, a colheita da acerola pode ser realizada de forma mecanizada. A adaptação de outras colhedoras, como a da azeitona ou do café torna, atualmente, possível a mecanização dessa etapa.

Composição dos maquinários

A máquina é classificada como autopropelida, e internamente possui um sistema de varetas que, quando entram em contato com os ramos da árvore, promovem um movimento oscilatório que desprende os frutos, que por sua vez caem sobre um sistema que armazena a acerola colhida.
É necessário investimento para a aquisição do maquinário citado, porém, sabe-se que a mecanização pode reduzir os custos da operação em até 40%, por apresentar um alto rendimento, diminuição de mão de obra em campo, além da rapidez, se comparado à colheita manual.

Viabilidade

Para saber o rendimento da colheitadeira, deve-se considerar diversos fatores, incluindo a velocidade de deslocamento da máquina, bem como a eficiência da colheita estimada.
Vale ressaltar a importância de realizar ajustes no maquinário, considerando que não foram inicialmente pensados para a colheita da acerola. Caso não sejam feitas as adaptações necessárias, a colheitadeira pode promover a desfolha das árvores, que resulta em estresse à planta e, consequentemente, diminui sua longevidade, interferindo negativamente na produção. Destaca-se, também, que realizar a poda previamente à colheita reduz a possibilidade de causar danos à cultura.

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