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Como aumentar a produtividade do feijão?

Autores

Aldeir Ronaldo SilvaEngenheiro agrônomo e doutorando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USPaldeironaldo@usp.br

João Pedro Ramos da SilvaEngenheiro agrônomo e mestrando em Fisiologia e Bioquímica de Plantas – ESALQ/USPjoaopedror@usp.br

Plantação de Feijão – Crédito: Sebastião Araújo

A introdução de matéria orgânica no sistema de cultivo do feijão é uma prática com excelentes resultados econômicos e sustentáveis. A princípio, a matéria orgânica contribui para manutenção de fatores químicos, físicos e biológicos, mantendo o solo fértil e produtivo.

Em geral, a aplicação de matéria orgânica também possibilita maior absorção de nutrientes pela planta, fator esse importante para a cultura do feijão, que utiliza de simbiose para assimilação de nitrogênio.

Entre outros benefícios a partir do uso de matéria orgânica estão: a redução dos efeitos da erosão do solo; aumento no armazenamento e disponibilidade de água para o feijoeiro; da atividade microbiológica do solo; da aeração e infiltração no solo; e menor diferença de temperatura do solo entre o período diurno e noturno.

Isso possibilita a formação e manutenção do ambiente de cultivo do qual as variedades de feijão expressarão seu máximo potencial produtivo, resultando no incremento da produtividade. Outro ponto bastante favorável com a aplicação da matéria orgânica é a maior resistência do solo a mudanças de pH, proporcionando mudanças mínimas ao longo dos ciclos de cultivo do feijoeiro.

Como implantar a técnica

Para a implementação da técnica, verifica-se a possibilidade de uso de alguma fonte de matéria orgânica disponível na própria propriedade. Caso exista essa possibilidade, é recomendável a realização da análise química da fonte de matéria orgânica.

Em situação de ausência da fonte de matéria orgânica, é recomendável a aquisição de locais com garantia acerca de risco de contaminação, e também da característica química do produto, com o objetivo de maximizar a eficiência da técnica.

O manejo inadequado dessas fontes de matéria orgânica pode provocar graves efeito negativos, tanto para o cultivo do feijão como a contaminação de mananciais. Em geral, o cultivo do feijão responde bem à adubação com matéria orgânica.

Todavia, a quantidade aplicada pode variar bastante de acordo com a fonte utilizada. Por exemplo, para aplicação de esterco bovino é recomendável de 15 a 20 t/ha-1, já para esterco de galinha a aplicação pode variar de 4,0 a 8,0 t/ha-1, podendo ser incorporado ou aplicado a lanço, sendo verificado efeito residual até o terceiro ano após a aplicação.

Produtividade

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A matéria orgânica é responsável por promover o desenvolvimento de microrganismos benéficos que auxiliam na disponibilização de elementos nutricionais para a planta. Além disso, o húmus e a matéria orgânica impedem a elevação brusca de temperatura no solo, evitando possíveis estresses na cultura e permitindo o melhor desenvolvimento do sistema radicular, como no caso do feijão.

Deste modo, o plantio de feijão com incorporação de matéria orgânica e húmus pode elevar a produtividade em mais de quatro vezes.

Em campo

Pesquisas apontam que a utilização de esterco de galinha na adubação de feijão-vagem pode suprir os nutrientes necessários e aumentar a produtividade de vagens. Neste exemplo, verificou-se um aumento de 9,1 toneladas de vagens por hectare. Além disso, a planta pode ser novamente incorporada ao sistema e servir como fonte de nutrientes (Magalhães et al. 2017).

Resultados oriundos de estudos que avaliaram o feijão-caupi sob diferentes quantidades de húmus de minhoca revelaram que o número de flores e o diâmetro do caule estavam diretamente relacionados à proporção disponibilizada de húmus de minhoca, ou seja, enquanto mais húmus foi disponibilizado, mais número de flores e maior tamanho de diâmetro foi observado (Linhares et al. 2014).

Outro estudo realizado com esterco de caprino e húmus de minhoca apontou um acréscimo na produtividade do feijoeiro, com maior incremento na produção de vagens e também aumento na produção de massa seca (Silva, 2016).

Erros frequentes

Um dos erros mais frequentes está na procedência do material escolhido para ser utilizado, pois o material pode não ser tão rico em nutrientes, estar contaminado com sementes de plantas daninhas ou outras culturas, e até patógenos.

Adubos orgânicos não curtidos devem ser evitados, pois não estarão prontamente disponíveis para as plantas e contêm ácidos que podem prejudicar as raízes de algumas culturas.

Utilizar a técnica sem orientação de um profissional pode ocasionar excesso de aplicação do adubo orgânico, elevando os custos de produção e também desbalancear os nutrientes presentes no sistema.


ARTE COM A INFORMAÇÃO A SEGUIR

É essencial optar por produtos que oferecem qualidade superior, ou seja, aplicar na propriedade adubo orgânico de procedência conhecida. Se possível, que o responsável ofereça um laudo de concentração de nutrientes do produto oferecido.

É importante a utilização do produto em quantidade satisfatória para atender a necessidade de cada cultura, evitando extrapolações.

Além disso, é ideal que um profissional da área agrícola oriente o produtor que pretende utilizar a adubação orgânica, com a finalidade de atingir a máxima eficiência, alinhando esse fator À redução dos gastos.


Relação direta com a eficiência

É possível combinar a técnica com outros tipos de materiais, a exemplo do fertilizante organomineral, que possui em sua formulação parte orgânica e parte mineral, fazendo com que esse tipo de adubo tenha um teor de nutrientes mais elevado que um adubo orgânico simples.

Além disso, os fertilizantes organominerais possuem solubilização gradativa no decorrer do período de crescimento da planta, figurando como uma alternativa promissora para o plantio.

Custo

Os produtos podem ser encontrados no mercado nacional por preços bem variados, sendo o húmus no valor de R$ 3,00 a R$ 20,00 o quilo, enquanto o adubo orgânico, geralmente vendido em grande escala, por R$ 250,00 a R$ 500,00 por tonelada.

O preço médio de uma saca de feijão atualmente está na faixa de R$ 250,00. Se a produtividade pode ser aumentada em mais de quatro vezes com a utilização da técnica, então o produtor passará a ganhar essa margem de faturamento em cima de cada saca colhida. O faturamento final vai depender do tamanho da área plantada e condições ideais de plantio.

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