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Como garantir uma boa plantabilidade?

João SantosEngenheiro agrícola e promotor técnico de marketing da J. Assy

Plantabilidade – Crédito: Case IH

Você já deve ter ouvido por aí o termo “plantabilidade”, mas afinal, o que é isso? No que afeta? E quais os simples segredos para se obter um excelente resultado?

A plantabilidade é a técnica do respectivo implemento (semeadora de grãos graúdos) em semear as sementes de maneira correta longitudinal, equidistante, onde o espaçamento entre sementes e a profundidade de deposição seja o mais homogêneo possível. É nesse exato momento que o potencial de rendimento da lavoura será definido, pois se temos uma plantabilidade eficiente, logo, obteremos uma instalação perfeita da lavoura podendo aproveitar todos os recursos para melhor desenvolvimento das plantas.

Caso isso não aconteça, a plantabilidade será ineficiente e resultará na incorreta população e distribuição de sementes, ocasionando em duplas e falhas no sulco de plantio e profundidade desuniforme, gerando plantas dominadas e competição de recursos disponíveis como água, luz, nutrientes e menor produtividade de grãos. É de extrema importância a assertividade no momento do plantio, visto que populações acima do esperado aumentam o custo de produção e reduzem o potencial produtivo.

De acordo com o estudo realizado por Guilherme Fiss, doutor em ciência e tecnologia de sementes, em 2015, à medida que o espaçamento entre plantas (falhas) aumenta, ocorre decréscimo na produtividade. Os números indicam que a perda pode ser de até 5,7%/ha ocorrendo em média espaçamento falho entre plantas de 7,0 cm. Mas, então, quais os simples segredos para se obter uma excelente plantabilidade?

Para garantir que a lavoura tenha alto padrão e uma bela produção, a regra número um é utilizar uma semente de alta qualidade, poder germinativo e vigor. Quanto maior os índices de qualidade da semente, melhor a homogeneidade do plantio. Existem diversos tipos de híbridos no mercado e a escolha deve considerar a região de plantio.

Manutenção preventiva da semeadora

Antes de iniciar qualquer operação de plantio, a manutenção geral da semeadora deve ser realizada, considerando principalmente: os pontos de engraxamento, para que não ocorra desgaste abrasivo entre peças e as condições dos rolamentos, para verificar estado das correntes, engrenagens, discos, botinhas e eixo de todo sistema de transmissão.

Discos de corte da palhada

A regulagem e o modelo do disco de corte devem ser regulados e escolhidos de forma assertiva para que todo o processo de formação inicial do sulco de plantio seja eficaz. No plantio direito, utiliza-se muito o disco turbo, o qual possui ondulações para expulsar a palha do sulco e maior poder de corte na palhada, porém, exige maior pressão de trabalho em relação aos discos lisos. O tipo ideal de disco vai depender do seu sistema de plantio e solo.

Sulcador ou disco duplo do adubo

A escolha do mecanismo de deposição do fertilizante irá depender principalmente da metodologia de plantio e das condições físicas do solo. No plantio direto utiliza-se principalmente o sulcador, por realizar um trabalho de maior profundidade no solo e descompactar a camada superficial do solo.

Dosadores de semente, discos e anéis

Os dosadores de semente, juntamente com os discos e anéis, têm a função de dosar corretamente sem a ocorrência de furos falhos e duplos de semente. No mercado existem dois conceitos de dosadores: os dosadores, que funcionam de forma mecânica na captura da semente e os dosadores pneumáticos, que utilizam pressão negativa para captura da semente no furo do disco.

Hoje, a J.Assy, por exemplo, já possui tecnologias de dosadores que entregam altíssima precisão de singulação e dosagem, como os discos com a tecnologia Ramp Flow, que reduz em média 60% de duplas e falhas, o dosador mecânico Titanium e o dosador pneumático Selenium, que entrega uma singulação de 99,9%.

A manutenção e possíveis trocas de peças de reposição de qualquer sistema no mercado deve ser checada a cada safra e, se precisar, realizar a troca de componentes para o perfeito funcionamento. A escolha de discos e anéis também deve ser de acordo com a geometria da semente que será semeada, pois existem diversas medidas de diâmetro de furos.

Tubo condutor de sementes

Para que a semente seja depositada até o solo com precisão e sem interferência na queda livre, o condutor deve estar em perfeito estado, sem cortes, rebarbas de plástico e amassos. Geralmente as máquinas possuem pontos próprios para fixação do condutor, justamente para que não ocorra a trepidação no momento do plantio. Fique atento ao condutor, pois seu estado de conservação ou instalação pode alterar a queda livre da semente e levar ao ricocheteio.

Regulagem de profundidade e pressão de linha

A regulagem para profundidade da semente deve ocorrer em todas as linhas de plantio, para que a semente seja depositada ao solo todas em níveis de profundidade iguais, sendo a profundidade ideal entre 3,0 a 5,0 cm, dependendo da umidade do solo.

A pressão da linha de plantio, ou seja, a força que a linha exerce sobre o solo deve ser regulada para que a linha não sofra fortes trepidações e saltos, o que afeta diretamente a distribuição e profundidade.

Velocidade

A velocidade é outro parâmetro importante no momento do plantio e seu ajuste ideal depende, principalmente, das condições de relevo da área a ser trabalhada. Estudos comprovam que se a velocidade de semeadura estiver acima dos 5,0 km/h, os índices de duplos e falhas crescem consideravelmente, comprometendo a distribuição das sementes em até 40%.

Com o surgimento da Agricultura 4.0, as tecnologias para sistemas de plantio ganham cada vez mais espaço. O uso de sistemas inteligentes com capacidade de automação agrícola, sensoriamento remoto, internet das coisas, software e eletrônica, proporcionam a melhor gestão das operações e tomada de decisões mais assertivas, resultando no aumento da produtividade.

Ainda há muito o que falar sobre tecnologia de plantio. E você, já está pronto para tornar seu plantio 4.0?

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