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Controle de tripes do feijoeiro

Suzeth Carvalho SousaGraduanda em Agronomia – Unicerradosuzecarvalho10@gmail.com

Pauletti K. RochaEngenheira agrônoma, mestra em Agronomia e diretora do curso de Agronomia – Unicerrado paulettirocha@unicerrado.edu.br

O primeiro passo para controlar a praga é realizar o monitoramento da lavoura – Crédito: Alltech

O feijão, além de ser um dos alimentos mais importantes da dieta básica dos brasileiros, é também um dos produtos agrícolas de maior valor econômico-social em várias partes do mundo. Cultivada em mais de 100 países, essa leguminosa pode ter três safras ao ano e assim como outras culturas, vem sofrendo com o ataque de pragas que causam redução na produção.

O tripes do feijoeiro é um inseto pertencente à ordem Thysanoptera, que tem como característica principal as asas franjadas. É uma praga que causa danos severos nas lavouras, pois prejudica o desenvolvimento das plantas e, consequentemente, ocasiona expressivas perdas de produtividade.

Outra característica do tripes é o hábito alimentar raspador-sugador, em que os estiletes presentes no aparelho bucal são introduzidos no tecido vegetal e esse é cortado pelo inseto, que succiona a seiva extravasada.

Sintomas e danos

No local atacado ocorre o ressecamento do tecido, o que diminui a área fotossintética da planta e também podem ser notadas pontuações brancas provenientes da alimentação do inseto. Além disso, a saliva do tripes pode apresentar toxicidade e provocar o surgimento de galha ou lesões prateadas, confirmando o ataque da praga.

Indiretamente, esse inseto acarreta prejuízos significativos devido à transmissão de viroses que são mais expressivas que os danos diretos. A maior incidência da praga na cultura do feijoeiro se dá nas fases vegetativa, de floração e de frutificação.

Devido à alimentação do inseto, o qual se succiona a seiva do tecido vegetal, as plantas apresentam pontos esbranquiçados na superfície adaxial das folhas, bronzeamento e escurecimento de vagens. Quando há infestações severas no início do desenvolvimento da cultura, ocorre a seca das folhas.

Controle

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O primeiro passo para controlar a praga é realizar o monitoramento da lavoura e, de acordo com os dados obtidos, optar pelo melhor método, respeitando o nível de controle. A procura por novas alternativas no controle de pragas fez com que diversos pesquisadores voltassem a atenção para o controle biológico, que se baseia na utilização de inimigos naturais para o controle de pragas.

Dentre esses inimigos naturais tem-se o agente Beauveria bassiana, um dos fungos mais estudados e comercializados no mundo, sendo responsável por causar doenças em uma grande gama de artrópodes pragas.

A infecção normalmente ocorre via tegumento onde, após o contato, os conídios do fungo germinam na superfície do inseto, penetram e colonizam o hospedeiro internamente. Durante esse processo ocorre a liberação de toxinas no interior do corpo do inseto, que reduzem seus movimentos, dificultando a alimentação e levando-o a morte.

Os insetos colonizados pelo fungo tornam-se duros e recobertos por uma camada branca pulverulenta, correspondente aos conídios do fungo. Várias pesquisas confirmam a eficiência desse agente ao relatarem o controle de outras pragas, como a mosca-branca (Bemisia tabaci) e o ácaro-rajado (Tetranychus urticae).

Opções e preços

No mercado, esse bioinseticida é comercializado na formulação pó molhável (PM) ou Water Powder (PW). Em média, os preços variam de R$ 90,00 a R$ 350,00, conforme a fração e o fornecedor. É vendido isoladamente ou em composição com outros fungos entomopatogênicos, conforme cada empresa.

A pulverização deve ser feita em períodos noturnos ou em dias nublados, evitando-se a radiação ultravioleta, que pode provocar inativação dos conídios e dessecação dos esporos, reduzindo a eficiência do fungo.

É também de suma importância atender as dosagens e número de aplicações recomendadas para cada cultura.

Sustentabilidade em primeiro plano

A agricultura moderna busca cada vez mais alternativas que reduzam o uso de produtos fitossanitários, os custos de produção e os riscos à saúde humana e recursos naturais, tornando o controle biológico uma ferramenta imprescindível para atingir os objetivos esperados e aumentar a produtividade.

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