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Cupins – Qual a melhor forma de prevenção?

Thalles Cardoso Mattoso

Engenheiro agrônomo e doutor em Produção Vegetal

Richard Ian Samuels

Doutor e professor associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Campos dos Goytacazes RJ

richardiansamuels@gmail.com

 Crédito Richard Ian Samuels
Crédito Richard Ian Samuels

Os cupins, ou térmitas, apresentam cerca de 2.750 espécies descritas no mundo e são amplamente conhecidos pela sua importância econômica como pragas urbanas e agroflorestais, contudo, dentre as espécies conhecidas pouquíssimas são consideradas pragas.

As espécies consideradas pragas florestais se distinguem por se alimentarem desde as raízes até o cerne de espécies arbóreas. Estes insetos apresentam mandíbulas com peças rígidas, especialmente preparadas para cortar e mastigar materiais fibrosos, como material vegetale madeira viva ou morta, do qual se alimentam.

Além disso, os cupins apresentam bactérias e protozoários em seus intestinos responsáveis pelo auxílio da digestão de celulose e lignina (material de estrutura rígida e fibrosa que compõe as células vegetais).

Recentemente, foi descoberto também que os cupins carregam, em seu genoma, genes da celulase, que é uma enzima responsável pela digestão da celulose.A digestão da celulose fornece a energia para o seu metabolismo.

Operário de Syntermessp
Operário de Syntermessp

No Brasil, as principais espécies de importância florestal são:

→Cupins subterrâneos: cupins com colônias subterrâneas, algumas se assemelhandoàs de formigas “lava-pés“ (Syntermessp.), com pequenas câmaras na superfície do solo e olheiros.

→ HeterotermestenuiseHeterotermeslongiceps (Rhinotermitidae):estas espécies provocam danos às raízes, colo e caule, causam perda do poder germinativo e redução do desenvolvimento das plantas.

→ Syntermesmolestus, SyntermesobtususeSyntermesinsidians (Termitidae):espécies que forrageiam as folhas e fazem roletamento do caule na altura do coleto, prejudicando o crescimento.

→ Cupins de montículo: colônias que formam montículos de formatos variados com 50 a 100 cm de altura. Camada externa rígida e espessa (06 a 10 cm) feita de terra cimentada com saliva e parte interna de celulose e terra, menos dura.

→ CornitermescumulanseCornitermesbequaerti(Termitidae):dificultam os tratos culturais e manejo. São pragas importantes na fase inicial da cultura, podendo reduzir o número de mudas no campo. Causam poucos danos a culturas já estabelecidas.

→ Cupins do cerne: ninhos subterrâneos, geralmente conectados à madeira.

→ Coptotermetestaceus (Rhinotermitidae):atacam árvores vivas, instalando-se no cerne da planta cultivada, provocando perda de material lenhoso, podendo levar ao tombamento das plantas quando há incidência de ventos fortes.

Soldado de Syntermessp  Crédito Richard Ian Samuels
Soldado de Syntermessp Crédito Richard Ian Samuels

Prejuízos

Os cupinzeiros podem reduzir a produção de madeira, brotação em tocos de eucaliptoe também a qualidade do carvão. Estudos revelam que espécies de cupins de cerne, por exemplo, podem causar perdas estimadas de 0,65 m3/ha para Eucalyptusurophylla e 0,32 m3/ha em Eucalyptuscamaldulensis.

Contudo, danos maiores podem ser provocados por cupins em mudas de espécies florestais. Os cupins podem ser responsáveis por falhas no plantio na ordem de até 18%. Para evitar estas perdas, se faz necessário um bom planejamento e manejo das culturas florestais desde o viveiro até o estabelecimento da cultura no campo, evitando-se gastos excessivos com controle futuro.

 

O ataque

Em florestas naturais, as árvores são geralmente tolerantes ao ataque dos cupins, contudo, em florestas plantadas são atacadas do plantio até a colheita por diversas espécies de cupins que causam danos consideráveis.

Isto acontece porque, geralmente, para a implantação de uma floresta, é necessária a remoção da vegetação nativa. Sendo assim, as árvores plantadas posteriormente serão uma das únicas fontes de alimento das colônias de cupins remanescentes no local.

Além disso, em florestas implementadas, condições adversas, como carência de nutrientes e estresse hídrico podem tornar plantas adultas suscetíveis ao ataque de cupins.

Sintoma-de-morte-por-cupim-CréditoZani-Filho-Jr
Sintoma-de-morte-por-cupim-CréditoZani-Filho-Jr

Condições favoráveis ao cupim

O ataque dos cupins às espécies florestais e consumo de celulose depende de alguns fatores, dentre eles a idade da planta (plantas menos desenvolvidas são mais suscetíveis), o vigor da planta (plantas pouco nutridas, por exemplo, são alvos do ataque de cupins) e condições ambientais desfavoráveis ao desenvolvimento das plantas (períodos secos do ano ou que favoreçam algum estresse fisiológico às plantas podem torná-las mais propensas ao ataque de cupins).

 

Essa matéria completa você encontra na edição de março/abril 2018  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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