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Cut-to-lengh – Colheita com sustentabilidade

Rodrigo MarangoniGerente de Vendas e Marketing da Ponsse no Brasil

Crédito: Ponsse

Muito mais que um sistema de colheita de árvores, o método CTL (Cut-to-Length), ou corte no comprimento, como é conhecido no Brasil, é sinônimo de eficiência operacional, ergonomia e sustentabilidade. Sua principal característica consiste basicamente na operação de corte e processamento ainda dentro da floresta, já deixando a madeira descascada (quando preciso) e cortada no comprimento correto para posterior baldeio, utilizando, para isso, apenas duas máquinas altamente eficientes: o harvester e o forwarder.

Vivemos em uma época ímpar, em que temos a possibilidade de alterar o curso atual de degradação do meio ambiente, e o setor florestal tem uma posição estratégica e fundamental nesta mudança para o nosso planeta. Por que não desenvolver formas cada vez mais inteligentes de colheita?

As florestas plantadas têm um papel fundamental na captura de gás carbônico e na preservação de florestas naturais. Cuidar das florestas e seu futuro é, portanto, de grande importância para o planeta que teremos nos próximos anos, e este cuidado deve ocorrer durante todo o ciclo florestal, inclusive na colheita.

Como funciona

O método de corte CTL consiste, como primeira etapa, em abater, desgalhar, descascar (se necessário) e traçar (cortar) a madeira no comprimento desejado com o harvester, para posteriormente um forwarder realizar a extração desta madeira, suspensa em sua caixa de carga, para a lateral da estrada ou um pátio intermediário.

Esse sistema tem inúmeros benefícios quando comparado a outras técnicas de colheita florestal como maior eficiência, confiabilidade, ergonomia e conforto ao operador, e além de ser um método amigo do meio ambiente.

Eficiência

Podemos traduzir a eficiência no menor número de máquinas necessárias – apenas dois tipos de equipamentos fazem todo o trabalho: um harvester e um forwarder.

Ainda com relação à eficiência e estendendo o benefício ao quesito ambiental, nesse processo há o maior aproveitamento da matéria prima, especialmente pela acuracidade dos sensores instalados nos harvesters. Hoje temos exemplos de empresas que estimam a produtividade das florestas com precisão próxima a 99%, utilizando  dados provindos das medições feitas pela máquina no momento do abate e processamento.

A confiabilidade do sistema está no paralelismo das operações dos equipamentos. Quando comparamos com o sistema de colheita Full Tree, por exemplo, o CTL apresenta maior taxa de utilização.

Considerando o mesmo número de máquinas para cada um, temos: dois harvester e dois forwarders trabalhando paralelamente de forma independente, no CTL. Enquanto o Full Tree, composto por Feller Buncher, Skidder e duas garras traçadoras, funciona de forma dependente um do outro. Isto significa que, se o Feller Buncher interrompe a produção, os demais equipamentos ficam ociosos.

No final das contas, considerado a taxa de utilização de cada elemento, temos 96,8% de disponibilidade no CTL, enquanto no Full Tree é de 74,8%, seguindo a quantidade de máquinas citadas acima.

Mais benefícios

O conforto é algo pensado desde a concepção das máquinas CTL. Os pneus e bogies oscilantes absorvem os impactos e imperfeições do terreno, os joysticks que apoiam a mão do operador, a ampla visibilidade da cabine… tudo isto para garantir que as horas de trabalho sejam confortáveis e produtivas.

Como o trabalho é feito todo dentro da floresta, benefícios ambientais também são notados. Começando pela menor compactação do solo. Os resíduos como galhos, folhas, topos de árvores, permanecem no talhão, formando uma “cama” sobre a qual as máquinas trafegam.

Além dessa proteção adicional, durante o processo de decomposição natural, os resíduos são importante fonte de nutrientes, promovendo melhor qualidade de solo para o próximo plantio reduzindo a necessidade de fertilização.

A produtividade do CTL varia bastante de acordo com o produto pretendido, o tipo e condição da floresta e as condições operacionais. Também, mais flexível que os outros métodos mecanizados, o CTL permite a operação de desbaste ou corte seletivo, que também influencia bastante na produtividade. Para se ter uma ideia, algumas operações de corte nos Estados Unidos alcançam até 140 m³/h com harvester.

Logicamente o equipamento escolhido também tem grande influência na produtividade alcançada, já que existem, por exemplo, forwarders que variam de 12 a 20 toneladas de capacidade de carga. Se pensarmos nos harvesters também existem diversos modelos, cada um para uma necessidade específica e uma aplicação ótima.

Para citar um exemplo bastante comum no Brasil, o corte de eucalipto para produção de celulose tem, em média, produtividade entre 18 e 28 m³/h, a depender do volume individual. Já o baldeio alcança números maiores chegando em algumas operações a 100 m³/h, apesar de o número médio ficar em torno de 60 m³/h.

Em resumo, quando olhamos toda a cadeia florestal, do plantio ao transporte da madeira, o CTL traz benefícios que vão da redução de custos a ganhos ambientais e de qualidade. Da redução da densidade de estradas, à maior área plantada, passando por uma operação mais ergonômica e sustentável, o CTL é o futuro das florestas.

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