Estudo mapeia mais de 1000 investidores interessados no agronegócio brasileiro 

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Soja – Créditos: shurtterstock

Em 2021, o mercado de fertilizantes e defensivos agrícolas cresceu cerca de 80% em relação ao ano de 2020. Notou-se um aumento de 14% no volume vendido, o que evidencia uma tendência de maior emprego pelos agricultores desse tipo de mercadoria. Também foi observado um surpreendente aumento de 62% no preço dos produtos vendidos, o qual se atribui ao maior custo das matérias-primas decorrente de um desalinhamento na cadeia de suprimentos global, conforme aponta o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).  

A invasão russa na Ucrânia desencadeou uma corrida por produtores de fertilizantes na América Latina. A Rússia, até então, era o maior exportador de fertilizantes do mundo, com vendas de 7,6 bilhões de dólares em 2020, segundo o Observatório Econômico da Competitividade (OEC), valor que representava mais de 12% da oferta global. O fornecimento russo, todavia, foi praticamente paralisado diante das sanções internacionais oriundas do conflito, contexto que impactou de forma significativa o suprimento no território brasileiro.  

O Brasil importou 80,9% das 40,5 milhões de toneladas de fertilizantes que usou em 2021, e 20% dessas importações vieram da Rússia, de acordo com dados divulgados pelo Governo. Essa lacuna no fornecimento representa, portanto, uma oportunidade para o país, visto que aumenta o potencial de produção in loco. 

Diante desse cenário, a Hand, empresa focada em operações de fusões e aquisições analisou a configuração atual do agronegócio brasileiro e verificou que, entre fundos de investimentos e grandes empresas, existem mais de 1600 investidores em 63 países interessados em avaliar uma potencial oferta de aquisição no setor. A Hand ainda realizou uma análise de 56 transações – venda de empresas – no agronegócio brasileiro que ocorreram nos últimos três anos.  

“O interesse por empresas produtoras de fertilizantes e defensivos, com destaque aos fertilizantes especiais e soluções biológicas e orgânicas chama a atenção, visto que 34% das empresas vendidas analisadas na amostra eram deste segmento”, afirma José Venancio, sócio da Hand.  

O estudo contou com o conhecimento setorial de Thomas Britze, atual conselheiro da Hand na cadeira de agronegócio e executivo com 38 anos de carreira no mercado. Alemão, Thomas, desembarcou no Brasil há 16 anos para liderar a atividade de agronegócio da Bayer no país e ainda acumulou posições como CEO de outras multinacionais do agronegócio, como a Amvac e a Helm.  

Segundo Thomas, são diversas as oportunidades no mercado interno brasileiro. “Através do Hand Data, ferramenta que desenvolvemos para identificação de empresas e investidores, já mapeamos 334 companhias com potencial para serem vendidas ou receber aporte de um fundo de investimento, nas categorias de sementes, alimentos para animais e especialmente em fertilizantes especiais, soluções biológicas e orgânicas, devido as altas margens e o crescimento deste nicho”, destaca. 

Além disso, nota-se que o mercado está aquecido para fusões e aquisições. A TTR (Transacional Track Record) estima que o volume de fusões e aquisições de maneira geral cresceu 19% no primeiro trimestre de 2022 com relação a 2021 totalizando 569 operações, que somam R$ 63,9 bilhões. Assim, Thomas finaliza “Este dado evidencia a relevância e o dinamismo do mercado doméstico brasileiro. Mesmo em um cenário macroeconômico desfavorável e com ajustes de preço no mundo todo, são diversas as oportunidades de consolidação em diferentes segmentos da economia brasileira, sendo o setor do agronegócio um dos destaques. 

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