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Estufas sustentáveis: vantagens e desafios do plástico biodegradável

Crédito Embrapa

Catherine Amorim
Doutora e professora – Instituto Federal Catarinense
cath.amorim@gmail.com

Os materiais disponíveis hoje no mercado para a cobertura das estufas são muitos. Vários tipos de polímeros e de diversas cores inclusive podem ser encontrados. O material utilizado é de suma importância, uma vez que vai determinar a quantidade e qualidade de radiação solar que entra na estufa, bem como a sua difusão no interior.

Vale destacar, ainda, que não existe um único tipo de plástico ideal, pois cada cultura tem suas particularidades e exigências diferenciadas.

Dentre os polímeros para confecção de lonas para as estufas disponíveis no mercado, os mais comuns são o polietileno, o copolímero, o policloreto de vinila (PVC) e o policarbonato.

O polietileno é o mais utilizado hoje, dentre os materiais citados. É um plástico com custo menor, mas que também apresenta uma durabilidade menor, e por isso é indicado para estruturas onde não se pretende investir tanto.

O copolímero tem uma durabilidade maior que o polietileno, mas não é uma boa opção para regiões onde as temperaturas alternam muito. O PVC, comum plástico filme utilizado também para a culinária, é um dos mais caros no mercado, mas que apresenta uma durabilidade superior comparada com o polietileno, sendo uma alternativa interessante para quem está disposto a investir mais na estrutura.

Além disso, o PVC também tem uma maior capacidade de reter o calor no interior da estufa. E, por fim, o policarbonato, por ser um material mais rígido, é uma alternativa interessante para substituir o vidro em estufas construídas nesse modelo.

A substituição do vidro por policarbonato reduz consideravelmente os custos, e apresenta uma maior resistência que o próprio vidro, que quebra mais facilmente.

Os bioplásticos

Plásticos biodegradáveis, também conhecidos como bioplásticos, são aqueles produzidos a partir de fontes renováveis, como produtos vegetais, e que se degradam facilmente no ambiente.

Isso ocorre de forma natural, pela atividade de microrganismos, sendo convertido a carbono ao final do processo, que pode, ainda, ser utilizado no solo pelas plantas. A permanência desse tipo de material no ambiente é muito menor que a dos plásticos tradicionais acima citados.

Mas, como nada é perfeito, o desafio no desenvolvimento desse tipo de plástico é a obtenção de um material com a durabilidade e características semelhantes às dos plásticos tradicionais como o polietileno.

Pesquisas

Recentemente, uma equipe de pesquisadores mexicanos do Centro de Pesquisa e Unidade de Estudos Avançados (Cinvestav), localizado em Querétaro, conseguiram desenvolver um novo plástico biodegradável para ser utilizado em cobertura de estufas.

O projeto foi liderado pelos pesquisadores Juan Francisco Pérez Robles e Alejandro Menchaca Rivera. O desenvolvimento desse novo plástico foi feito a partir de amido de milho, material abundante no México, e sílica. Esse material, quando ao final da vida útil, pode então ser enterrado e facilmente degradado no solo.

Segundo os pesquisadores do projeto, os custos iniciais com o plástico são semelhantes, uma vez que a matéria-prima é abundante no país. Com o objetivo de diversificação, novos experimentos também estavam sendo conduzidos pela equipe para utilização de mucilagem de cacto como matéria-prima em substituição amido de milho.

Segundo dados dos pesquisadores do Cinvestav, o bioplástico desenvolvido permite a passagem de cerca de 84 a 85% da luz solar para o interior da estufa, semelhante ao polietileno. O polietileno permite que passe cerca de 89% da luz solar.

A substituição dos polímeros tradicionais por materiais biodegradáveis é uma tendência e tem chamado atenção em vários campos do agronegócio e na área de alimentos. A adesão do produtor a este tipo de material pode, além de contribuir com toda a questão ambiental, gerar um apelo ecológico em cima de sua marca, que atrai consumidores preocupados com o meio ambiente.

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