21.6 C
Uberlândia
quarta-feira, abril 24, 2024
- Publicidade -
InícioNotíciasFalta de dessecante trará prejuízos à safra brasileira de soja

Falta de dessecante trará prejuízos à safra brasileira de soja

Soja – Créditos: shurtterstock

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) alerta para a ameaça real de prejuízos à safra de soja do país decorrentes da falta de produto adequado para dessecação, que é a aplicação preparatória de herbicida a fim de deixar a lavoura uniforme para a colheita do grão. Esse problema passou a atormentar os produtores desde que a Anvisa baniu o uso e a comercialização do Paraquat em setembro de 2020. A decisão obrigou agricultores a buscarem herbicidas similares no mercado, embora apenas o Diquat tenha a mesma função e a mesma qualidade.

https://bit.ly/33K4RQC

No entanto, a grande demanda pelo Diquat não tem sido atendida pela indústria. A Syngenta, que é a titular do registro, emitiu nota em 23 de dezembro de 2021 informando não haver produto em quantidade disponível no mercado para atender a demanda brasileira. Inclusive, a empresa não está cumprindo com as vendas já efetuadas e não tem o produto para entregar. A Aprosoja Brasil tem recebido reclamações de produtores de todo o país que compraram e ainda não receberam o produto.

Diante desse impasse, a Aprosoja Brasil solicita ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a liberação emergencial do registro de herbicidas para a importação direta de Diquat, de modo a permitir que os produtores de soja possam fazer a dessecação desta safra. A entidade entende que seria importante lançar mão de produtos que estiverem disponíveis em países do Mercosul. E tem conhecimento de que existem empresas no Brasil aguardando a liberação do registro de produtos com o mesmo princípio ativo do Diquat, assim como empresas no Paraguai e em outros países também possuem disponíveis produtos no mesmo percentual de princípio ativo. Por isso, pedimos a liberação urgente.

A Aprosoja Brasil pede também a liberação emergencial do uso do Paraquat seguida de revisão da decisão da Anvisa que baniu o produto. A entidade acredita que esta é a única forma de resolver os problemas das safras futuras. Caso contrário, os produtores brasileiros continuarão tendo prejuízos com a perda de qualidade da soja produzida e em desvantagem frente aos principais concorrentes, que continuam aplicando o herbicida Paraquat.

A ausência de produto trouxe impacto no bolso do produtor rural, com uma elevação de mais de 300% do seu valor, cotado em dólar, devido à falta de produto concorrente. Atualmente um litro do produto custa mais de R$ 100,00 enquanto na safra passada custava em torno de R$ 30,00. Além do custo mais elevado ao sojicultor, o risco de perder a produção e a qualidade dos grãos também é do país, com perda de divisas nas exportações.

A Anvisa argumentou à época que o banimento do Paraquat era necessário pelo fato de se tratar de um herbicida altamente tóxico e com riscos desconhecidos à saúde do aplicador. No entanto, ao emitir a Resolução 177 (21.09.2017), a própria Anvisa passou a exigir medidas restritivas com o objetivo de garantir a segurança dos aplicadores, entre elas a aplicação apenas com veículo de cabine fechada, a proibição para pulverizações aéreas e o veto ao uso de bomba costal. Ou seja, os problemas apontados estavam resolvidos com a obrigatoriedade de medidas de segurança para produtores e trabalhadores no campo.

Importante lembrar que o uso do Paraquat ainda está permitido nos Estados Unidos e na Argentina, que são os principais concorrentes do Brasil em cultivo de soja. Recentemente o Paraquat foi reavaliado e seu uso mantido no Canadá e na Austrália, onde não foram identificados e comprovados danos à saúde quando a aplicação cumpre as exigências de aplicação, as mesmas definidas para o Brasil.

O banimento do Paraquat e a falta de Diquat obrigou produtores a usarem produtos que não são adequados para a dessecação de soja, o que deixa claro que a Agência ignorou em sua decisão o impacto regulatório para as boas práticas agronômicas e a elevação de riscos com o uso dos produtos alternativos. A proibição ocorreu mesmo após a Aprosoja Brasil ter apresentado evidências de que não havia disponíveis substitutos à altura do Paraquat.

A pergunta que fica é: a Anvisa vai arcar com os prejuízos que os produtores rurais estão tendo? E a conta da sociedade que amargará pressões inflacionárias cada vez maiores com a queda de produtividade da soja, quem vai pagar?

Aprosoja Brasil

ARTIGOS RELACIONADOS

Lavoro pretende atingir a marca de R$ 700 milhões em vendas de insumos agrícolas com operações de Barter

Maior distribuidora e redistribuidora de insumos agrícolas da América Latina, investe na democratização de serviços financeiros para produtores rurais de todo o Brasil.

Sistemas de colheita de batata – Qual escolher?

  Maurício Cesar Iung Engenheiro agrônomo e professor do Curso de Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, campus Curitiba mauricio.iung@pucpr.br O processo de colheita da batata consiste...

Colheita da soja

A colheita da soja no Rio Grande do Sul avançou 12 pontos percentuais na semana que passou ...

BASF reforça que o uso do produto Finale® promove excelentes resultados na dessecação pré-colheita do Trigo e Cevada

 Tecnologia é determinante quando se busca o máximo potencial produtivo do Trigo e da Cevada, mantendo a qualidade do grão.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!