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Fatores determinantes no enraizamento de miniestacas em viveiros clonais de eucalipto

Allan Camatta Mônico

Biólogo, mestre em Recursos Florestais e especialista em Manejo de Solos, responsável pela consultoria em viveiros florestais da RR Agroflorestal

allan@rragroflorestal.com.br

Marta Regina Almeida Muniz

Engenheira Florestal e doutora em Biologia Vegetal pela UNICAMP

Fatores determinantes no enraizamento de mudas de eucalipto - Crédito Allan Camatta Mônico
Fatores determinantes no enraizamento de mudas de eucalipto – Crédito Allan Camatta Mônico

Com o início da propagação seriada via miniestaquia, os viveiros florestais puderam aumentar a reversão da fase adulta à fase juvenil (rejuvenescimento) de muitas espécies de eucalipto com interesse econômico produzidas no Brasil.

Dessa forma, o alto percentual de enraizamento alcançado para a maioria dos clones propagados permitiu aos viveiros atingir uma maior eficiência e viabilizar a produção desses materiais. Porém, sabe-se que alguns materiais genéticos apresentam uma maior limitação ao potencial rizogênico, principalmente os que são originados a partir das espécies subtropicais Eucalyptus globulus, E. dunnii e E. benthamii; E. camaldulensis e os mais recentes híbridos de Corymbia citriodora x torelliana, tricross e clones de E. cloeziana.

Dessa forma, para esses materiais esperam-se menores índices de enraizamento nos viveiros, visto que a sensibilidade em relação aos tópicos que serão abordados a seguir é maior.

Um ponto importante a ser destacado é em relação ao tempo de permanência em casa de vegetação conforme a base genética dos materiais. Cada clone apresenta um determinado padrão de enraizamento que deve ser considerado e respeitado pelos produtores, para que dessa forma não haja limitação do enraizamento médio, ou seja, não é recomendável optar por retirar as mudas de uma casa de vegetação com vários materiais somente com base no enraizamento de um clone.

 Emissão e formação radicular de uma miniestaca de eucalipto - Crédito Allan Camatta Mônico
Emissão e formação radicular de uma miniestaca de eucalipto – Crédito Allan Camatta Mônico

O enraizamento

Seja pela ação de fatores isolados ou pela interação de um ou mais fatores, em muitos viveiros florestais as taxas de enraizamento dos materiais genéticos produzidos se tornam limitadas, aumentando os custos de produção das mudas e comprometendo a produção do viveiro.

A seguir os fatores relacionados ao enraizamento estão ordenados de acordo com o que tem sido observado nos viveiros florestais assistidos pela RR Agroflorestal em vários estados do Brasil e no exterior (30 viveiros). Partindo-se do fato de que as casas de vegetação utilizadas para produção de mudas florestais apresentam estrutura adequada para garantir boas condições de temperatura, umidade relativa do ar, luz e assépticas, têm-se:

 

Allan Camatta Mônico, biólogo e consultor florestal - Créditos Arquivo pessoal
Allan Camatta Mônico, biólogo e consultor florestal – Créditos Arquivo pessoal

– Manejo das casas de vegetação: apesar da literatura estabelecer as faixas de temperatura (geralmente entre 30-36°) e umidade relativa do ar (acima de 85%) muitos viveiros pecam por não respeitarem essas recomendações técnicas, promovendo o encharcamento dos torrões e/ou mudanças bruscas das condições de umidade relativa do ar, como por exemplo, com a abertura repentina de cortinas e janelas zenitais.

Casas de vegetação mais modernas, com sensores de temperatura e umidade, apesar de mais onerosas, costumam realizar o controle ambiental mais minucioso em função do tempo do dia e da idade das miniestacas, obtendo melhores resultados.

Em casos de casas de vegetação manipuladas manualmente as chances de erros são maiores, necessitando de uma dedicação exclusiva e atenciosa por parte do funcionário responsável. Fixação de programações dos sistemas de irrigação, férias do irrigador, plantonistas de fim de semana sem treinamento adequado e falta de atenção e “feeling“ têm sido as principais causas de perda em relação ao manejo das casas de vegetação.

Além da temperatura e umidade, muitos viveiros têm se esquecido da importância da limpeza dos plásticos utilizados na cobertura das casas de vegetação, comprometendo sua taxa de transmissão e difusão de luz pelo sombreamento excessivo.

Casas de vegetação que possuem tela aluminizada termorrefletora podem evitar o estresse de incidência de luz solar direta nas miniestacas principalmente quando estão mais jovens e proporcionar melhor controle das condições da temperatura interna.

 

Marta Regina Almeida Muniz, engenheira florestal
Marta Regina Almeida Muniz, engenheira florestal

– Qualidade das miniestacas: uma boa nutrição e, principalmente, a relação nitrogênio:cálcio determinam a lignificação e aumentam as chances de enraizamento das miniestacas, evitando o apodrecimento da base das mesmas e queda de folhas e gemas apicais. Sendo assim, o monitoramento nutricional e ajuste do balanço da solução nutritiva do minijardim clonal são muito importantes.

A presença das folhas inteiras das miniestacas garantem melhores taxas de enraizamento, entretanto, no verão e em viveiros, cuja assepsia não é adequada, o corte de parte das folhas se torna indispensável para minimizar a ocorrência de doenças como Rhizoctonia solani.

– Idade das minicepas: a rusticidade adequada dos primeiros brotos produzidos pelas minicepas é atingida entre a maioria dos materiais genéticos clonados atualmente entre seis a oito meses. Antes desse prazo, os brotos se tornam mais dependentes de um manejo impecável das condições ambientais da casa de vegetação para que possam demonstrar seu máximo potencial de enraizamento; que tende a um crescimento gradativo à medida que as minicepas se tornam mais velhas.

Tratando-se separadamente os blocos de minijardins clonais conforme a idade das minicepas, é possível obter diferentes resultados de enraizamentos que acabam sendo omitidos quando se considera somente a média geral da casa de vegetação ou por clone produzido.

 

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