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Girassol: Sanidade para o solo e rentabilidade

Autores

Daniele Maria do Nascimento daniele.nascimento@unesp.br

Marcos Roberto Ribeiro Junior marcos.ribeiro@unesp.br

Engenheiros agrônomos, mestres e doutorandos em Agronomia/Proteção de Plantas – UNESP – Botucatu

Adriana Zanin Kronka Engenheira agrônoma, doutora em Agronomia/Fitopatologia e professora – UNESP – Botucatu – adriana.kronka@unesp.br

Girassol – Crédito Shutterstock

Uma das mais belas paisagens observadas nos campos são as plantações de girassol na época de floração. Atrativa também para o bolso do agricultor, essa é uma das principais oleaginosas produzida no mundo todo.

No Brasil, em torno de 63 mil hectares foram destinados ao plantio do girassol na safra 18/19. Com uma produtividade média de 1.669 kg/ha, foram produzidas 104,9 mil toneladas do grão. O Estado do Mato Grosso, maior produtor de girassol no País, respondeu por 60% da safra brasileira.

Os maiores índices produtivos, no entanto, foram alcançados pelos produtores do Distrito Federal. Mesmo tendo a menor área cultivada do País, em torno de 700 ha, a produtividade média do Estado foi de 2.100 kg/ha, sete sacas por hectare a mais que a média nacional (Companhia Nacional de Abastecimento, Conab).

Com o preço médio da saca variando entre R$ 70,00 a R$ 80,00, o cultivo do girassol na safrinha vem oferecendo uma boa rentabilidade ao produtor. Outro fator que tem motivado a produção desse grão é a demanda do mercado interno. Os produtores se sentem mais seguros em investir em mais hectares, uma vez que o mercado interno absorve bem a produção.

Segundo a Conab, cerca de 80% da produção que vem sendo colhida em Goiás já se encontra comercializada por meio de contratos.

Polo de produção

O maior polo produtor do País está localizado na região de Campo Novo do Parecis (MT), e os dois produtos principais obtidos têm destino certo. Após a colheita, os grãos são enviados a esmagadoras instaladas na mesma região. O óleo bruto é levado às refinarias e o farelo destinado à nutrição animal, vendido a confinamentos e fábricas de ração.

Com uma qualidade superior aos demais, o óleo de girassol é sinônimo de saúde. A semente, rica em ácidos graxos, possibilita a extração do óleo por meio da prensagem a frio e, por não passar pelo processo de aquecimento, muitos dos nutrientes não se degradam e continuam presentes.

Mesmo diante do cenário atual, os preços do óleo vegetal vêm subindo, impulsionados pela demanda interna, por parte do consumidor final, que busca alimentos mais saudáveis e dietas equilibradas.

Outro grande diferencial desta cultura está em sua versatilidade: das raízes às flores, tudo pode ser aproveitado. Além do mais, ele se adapta às diferentes regiões, resistindo a secas e geadas. Por ser uma espécie de comportamento rústico, o girassol não requer tanta água como as outras culturas também cultivadas na safrinha.

Girassol – Crédito Shutterstock

O ciclo produtivo tem em torno de 120 dias, dependendo da cultivar escolhida, e são necessários 200 a 500 mm bem distribuídos ao longo desse ciclo, principalmente nas fases de germinação, florescimento e enchimento de grãos. Nessa última fase, que ocorre após a polinização, o déficit hídrico pode prejudicar a formação dos grãos, acarretando em um menor potencial produtivo.

Herança para o solo

As raízes do girassol, do tipo pivotantes, não só trazem benefícios à planta, como também ao solo e às culturas posteriores. Podendo atingir até dois metros de profundidade, as raízes proporcionam uma boa base de sustentação para a planta, dificultando o acamamento.

Outra característica importante é que, em épocas de baixa disponibilidade hídrica, como os veranicos, essas raízes conseguem buscar água a uma profundidade onde outras raízes não conseguiriam.

E quais os benefícios para o solo e as próximas safras? O girassol consegue reciclar nutrientes que estão em um perfil não explorado, como o potássio. Pouco desse nutriente é exportado para o grão, deixando-o quase por completo para a palhada, que se decompõe rapidamente, disponibilizando, assim, potássio para as culturas subsequentes.

Além do potássio, outros nutrientes, como o nitrogênio, cálcio e boro são também reciclados e prontamente disponibilizados, melhorando as qualidades química, física e biológica do solo.

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Quando plantado para fins de adubação verde, prática que consiste na incorporação dos restos vegetais ou manutenção da palhada na superfície do solo, o girassol pode ser semeado entre 60 a 80 dias antes do período previsto para instalação da cultura comercial.

Antes da semeadura, ele será deitado ou incorporado ao solo. Dessa forma, a incidência de plantas daninhas na área também diminui, reduzindo os custos de produção.

Solo e suas exigências

São os cuidados durante o plantio e os tratos culturais que garantem uma boa produtividade ao final da safra. O primeiro passo para iniciar o cultivo de girassóis é a escolha da área.

 Como normalmente o plantio ocorre em áreas já agricultáveis, espera-se que os solos já estejam corrigidos e férteis. Atenção deve ser dada ao pH do solo, que deve ser em torno de 5,5. Se necessário, realizar a calagem.

Solos ácidos comprometem o desenvolvimento das raízes e, consequentemente, a resistência à seca e ao acamamento. A atividade residual de herbicidas usados na cultura anterior também promove danos ao girassol.

O solo deve ser preparado de modo que as raízes do girassol possam se aprofundar. Para isso, a não ser que o cultivo seja realizado em plantio direto, o preparo convencional (uma aração e duas gradagens) é recomendado.

Plantio

A época de semeadura varia de acordo com a região e deve ser realizada de acordo com o zoneamento agroclimático do girassol, que estabelece as épocas e locais com menor risco de escassez hídrica. Essas informações, de fácil acesso, podem ser consultadas na internet (www.agritempo.gov.br).

Na ocasião da semeadura, o produtor pode lidar com algumas adversidades como, por exemplo, a adequação dos equipamentos. Como a semente é irregular e leve, é preciso adaptar a plantadeira de milho e soja com peneiras específicas e regular adequadamente, pois pode ocorrer de passar mais de uma semente, e o girassol é uma planta competitiva.

O espaçamento entre linhas pode variar de 50 a 90 cm e a quantidade de sementes por metro linear depende da cultivar selecionada. De modo geral, a população ideal se situa entre 30 a 40 mil plantas/ha. Lavouras bem estabelecidas, sem desuniformidades, alcançam maiores produtividades.

A adubação deve ser feita de acordo com a análise de solo. Os macronutrientes nitrogênio, fósforo e potássio são essenciais para o bom desenvolvimento da planta. O boro, micronutriente indispensável para o enchimento dos aquênios, pode ser aplicado na dessecação, adubação de plantio, por meio de formulações que já o contenham, ou em cobertura, até quatro semanas após a emergência na dosagem de 1,5 a 2,0 kg/ha do elemento Boro. A aplicação de Boro sempre deve ter como objetivo atingir o solo, uma vez que o elemento é imóvel na planta.

Em torno de 110 dias após a semeadura, quando os girassóis já não chamam mais atenção pela sua beleza, é a hora de colher. O momento certo de iniciar a colheita é quando a umidade dos grãos estiver entre 12 a 14%. Apesar de já termos disponível no mercado colhedoras eficientes de girassol, para evitar custos adicionais, o produtor pode optar pela modificação da plataforma de milho ou soja/trigo.

Ervas daninhas, pragas e doenças

As ervas daninhas, quando não controladas adequadamente, podem causar perdas de até 70% na cultura do girassol. Os primeiros 30 dias após a emergência são os mais críticos, quando a planta ainda apresenta um crescimento lento, mas, após esse período, o girassol já consegue competir com as plantas daninhas.

As principais pragas são as lagartas desfolhadoras, como a lagarta do girassol (Chlosyne lacinia); e as lagartas que acometem as flores, causando danos diretamente no grão. Os percevejos, insetos sugadores, também causam danos diretos ao grão, por meio das toxinas injetadas.

O controle dessas pragas é dificultado devido ao porte das plantas, impossibilitando a passagem adequada das máquinas e também porque na fase de floração a aplicação de inseticidas pode afetar os insetos polinizadores (abelhas principalmente) e inimigos naturais.

Uma das principais doenças que pode acometer não somente o girassol, mas também diversas outras culturas de importância econômica, é o mofo branco, ou podridão branca, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum. Esse patógeno é considerado um dos mais importantes para a cultura do girassol no mundo todo, ocorrendo em todas as áreas produtoras.

O fungo pode sobreviver no solo por vários anos, por meio de estruturas de resistência (escleródios). Como tem uma ampla gama de hospedeiros, o plantio de culturas suscetíveis, como a soja, canola e feijão, entre outras, contribui para a manutenção de inóculo na área.

O manejo integrado é a melhor recomendação neste caso. Uso de sementes sadias e certificadas; rotação de cultura com gramíneas; eliminação de ervas daninhas que são hospedeiras alternativas de S. sclerotiorum; escolha da época de semeadura, evitando as épocas que resultem em florescimento em baixas temperaturas, que favorecem o desenvolvimento do patógeno.

Todas as medidas podem e devem ser empregadas. Atualmente, no Brasil, 17 produtos dos grupos químicos das fenilpiridinilamina, anilinopirimidina, benzimidazol, estrobilurina e fenilpirrol estão registrados para o controle da podridão branca no girassol (Ministério da Agricultura Pecuária e Estabelecimento – MAPA). No entanto, o controle químico não tem sido tão eficiente após a infecção pelo fungo. Quando aplicado preventivamente tem-se alcançado bons resultados em termos de controle.

Uma boa opção

Nas regiões de Cerrado, os agricultores vêm apostando no consórcio de girassol com braquiária. Com boa adaptação às condições climáticas da região, o girassol é mais resistente à seca que o milho ou o sorgo, assim como proporciona um maior sombreamento.

O consórcio com a braquiária pode ainda auxiliar no manejo do mofo branco. Estudos demonstram que a palhada formada após a dessecação da forrageira pode atuar como uma barreira física à formação dos apotécios, estruturas semelhantes a cogumelos, que germinam dos escleródios e produzem os esporos sexuados.

Mas, para se obter sucesso no manejo desta doença, outras medidas também precisam ser adotadas. O controle biológico é uma dessas estratégias que vêm se mostrando promissoras.

Controle biológico

Produtos à base de Trichoderma harzianum podem ser usados no controle de S. sclerotiorum, e alguns já estão registrados no MAPA. São três os mecanismos de ação pelos quais o fungo T. harzianum pode atuar: competição, ocupando o espaço de patógenos do solo; micoparasitismo, inviabilizando as hifas e até mesmo os escleródios, e antibiose, por meio da produção de metabólitos que degradam a parede celular do patógeno.

Com a adoção de todas as estratégias descritas, o produtor que optar pelo cultivo do girassol pode conseguir altos rendimentos e ainda melhorar significativamente a sanidade do solo.


De olho no mercado

Monalisa Tavares, produtora da Fazenda Santa Fé, em Estrela do Sul (MG) Crédito: Monalisa Tavares

Monalisa Tavares e Roberto Tavares são produtores de girassol na Fazenda Santa Fé, no município de Estrela do Sul (MG). A área plantada está, atualmente, em 150 hectares. “Ainda estamos na fase de colheita, mas a média de produtividade está em aproximadamente de 30 sacas por hectare. O preço fixado nesta safra foi de R$ 79,00 a saca de 60 kg”, conta.

As variedades escolhidas foram a Helio 250 e Helio 260. Segundo a produtora, algumas empresas vêm oferecendo adaptações na plataforma de corte que otimizam a colheita do girassol, diminuindo a perda de capítulos.

Seu manejo atual inclui o controle de plantas daninhas, adubação de base, aplicação de micronutrientes via folha (principalmente boro, pois a cultura é muito exigente nesse elemento), pulverizações de inseticida e fungicida.

Detalhes do campo

Na adubação entra 1,5 kg de boro via solo, seguida da adubação de base, com 220 kg/ha do 6-24-16 e em cobertura, 80 kg/ha de 46-00-00. Já o controle de plantas daninhas é feito da seguinte forma: “Esperamos, depois da colheita, emergir soja e ervas voluntárias de folha larga para fazer uma boa dessecação. Depois, o próprio sombreamento do girassol inibe o crescimento e plantas não desejadas, pois ainda não há no mercado herbicida seletivo para girassol”, explica Monalisa Tavares.

O tratamento de sementes com inseticidas ajuda na prevenção aos primeiros ataques de insetos à cultura. Quando a planta se encontra com 15 a 20 dias de nascida, entra o inseticida piretroide + boro foliar. A produtora relata que, na maioria das vezes, é necessário fazer apenas uma aplicação de inseticida se não houver ataque de vaquinha (diabrótica speciosa) na lavoura. Quando a planta está com 45 dias de nascida, é feita a aplicação de fungicida à base de estrobilurina triazol + boro foliar.

“Esse é o manejo básico da cultura, mas cada ano tem um histórico, e por isso é bom estar sempre alerta para qualquer adversidade que aparecer na lavoura. Nesse ano não tivemos ataque de lagartas, mas já aconteceu em outros anos, aumentando o número de aplicações de inseticida”, destaca Monalisa.

Desafios

Na Fazenda Santa Fé, o maior desafio é o controle da doença mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum), especialmente com alto índice de chuva no outono, como aconteceu na safra 2019/20. “O cultivo de girassol é interessante para nós devido à sua janela de plantio no inverno se estender até o final de março. Outro ponto que devemos destacar é que o girassol não é uma cultura tão exigente em água quanto as outras, e alcança uma boa produtividade mesmo em ano de poucas chuvas”, detalha a produtora.

O girassol extrai nitrogênio, fósforo e potássio, sendo que parte desses nutrientes retornam ao solo após a colheita, por meio da palhada (caule e capítulo) que fica no solo após a colheita dos grãos, o que é muito importante para culturas que sucedem o girassol, além de ser mais uma opção que podemos contar para a rotação de culturas.


Caramuru

Referência em processamento de girassol

Túlio Ribeiro Silva, Coordenador de negócios girassol da Caramuru – Crédito: Caramuru

O principal produto derivado do girassol é o óleo, e o subproduto o farelo, diferente da soja, que tem no farelo seu principal derivado. Assim, o principal consumidor desse produto é o consumidor final.

Apenas 20% do óleo ofertado no Brasil é originado nacionalmente e os 80% restantes vêm da Argentina, que é o maior produtor da América do Sul. “Enquanto o Brasil plantou 50 mil hectares de girassol, a Argentina plantou 2 milhões de hectares. Portanto, nosso objetivo é avançar nesse mercado e gradativamente irmos atendendo essa demanda interna. Em 2020, a Caramuru atuou em uma área plantada de 20 mil hectares. Para o ano que vem, esperamos trabalhar com 35 mil hectares, e em quatro anos queremos chegar aos 70 mil hectares”, diz Túlio Ribeiro Silva, coordenador de negócios girassol da Caramuru.

 O projeto da Caramuru com girassol foi iniciado em 1999, e em 2020 ficou aquém do esperado em função do atraso de plantio da safra de verão, que empurrou também a safrinha, onde entra o girassol.

Em números

Nas contas de Túlio Ribeiro, o investimento em 50 mil hectares de lavoura de girassol, trabalhados atualmente pela Caramuru, movimenta, na média de R$ 70 milhões ao ano de investimento, ou seja, R$ 1,4 mil por hectare.

Já a cadeia produtiva soma um valor de R$ 180 milhões, envolvendo apenas a parte agrícola. “Para se ter uma ideia do peso do girassol na economia brasileira, já temos quase 14 mil toneladas travadas em negociação, com a média de R$ 85,00 a saca, com o teto de R$ 95,00. Este é um mercado com forte demanda, tendo o perfil voltado para o consumidor final, que tem exigido cada vez mais produtos saudáveis, o que vai de encontro ao óleo e outros derivados de girassol”, informa o especialista.

 O farelo de girassol também acompanha essa vertente. O que até pouco tempo era um problema, o escoamento desse subproduto tem tido grande demanda pelos produtores de galinhas poedeiras, por exemplo. “O produtor que conhece o cultivo de girassol não se arrepende de investir. Isso porque é um leque a mais, dentro da propriedade, com alta demanda e lucratividade”, garante Túlio Ribeiro.

Em época de plantio, o girassol concorre em janela com o milho de média/baixa tecnologia, mas é mais seguro, por necessitar de menos água: “Com 250 mm de água bem distribuídos durante seu ciclo, ele vai alcançar alto potencial produtivo, o que não acontece nem mesmo com o milho de baixa tecnologia. Outra segurança é o mercado, super aquecido. Já temos girassol para entregar em junho do ano que vem. A rentabilidade chega a R$ 1.400,00/ha, com total segurança”, pontua.

Além disso, o girassol é uma planta extremamente recicladora de nutrientes, especialmente o potássio, que ela retira da camada mais profunda do solo, disponibilizando-o na superfície para a cultura, o que agrega de quatro a sete sacas por hectare. Assim, observa-se que a rentabilidade dessa lavoura não finaliza ao fechar a comercialização, pois ainda haverá mais lucro para as culturas subsequentes, em virtude do girassol.

Mas, é importante entender que ela é tão exigente quanto a soja e o milho, e por isso é importante investir em tecnologias para que o retorno aconteça.

– Área plantada no Brasil: 63 mil hectares

– Produtividade: 1.669 kg/ha

– Produção:104,9 mil toneladas do grão.

–  O Estado do Mato Grosso, maior produtor de girassol no País, responde por 60% da produção

– Preço médio: R$ 70,00 a R$ 80,00/ saca

– Em 2020, a Caramuru atuou em uma área plantada de 20 mil hectares e em quatro anos pretende chegar aos 70 mil hectares

– O investimento em 50 mil hectares de lavoura de girassol, trabalhados atualmente pela Caramuru, movimenta, na média de R$ 70 milhões ao ano de investimento, ou seja, R$ 1,4 mil por hectare.

MANEJO

  • O girassol consegue reciclar nutrientes que estão em um perfil não explorado, como o potássio, nitrogênio, cálcio e boro, melhorando as qualidades química, física e biológica do solo.
  • A população ideal de plantio situa entre 30 a 40 mil plantas/ha.
  • O girassol é colhido em torno de 110 dias após a semeadura
  • As ervas daninhas, quando não controladas adequadamente, podem causar perdas de até 70% na cultura do girassol
  • O consórcio com a braquiária auxilia no manejo do mofo branco.

Heliagro

Sementes de alta qualidade e produtividade

Edwar SugaharaConsultor e gestor comercial da Heliagro

Ademir TorquettiConsultor e gestor técnico da Heliagro

Ana Virgínia D. OlivatoEngenheira agrônoma melhorista da Heliagro

A Heliagro é uma empresa brasileira, fundada em 2008, com foco em desenvolvimento, produção e vendas de sementes híbridas de girassol. Nosso principal objetivo é garantir o fornecimento consistente de sementes de alta qualidade e produtividade aos campos agrícolas brasileiros.

Estamos baseados em Uberlândia (MG) e fornecemos sementes de girassol para todo o Brasil. Somos a única produtora de sementes híbridas de girassol no Brasil e nossa produção de sementes é feita na região do Triângulo Mineiro, em áreas irrigadas por pivô central.

Heliagro Agricultura e Pecuária Ltda. tem parceria com empresas de pesquisa na Argentina e Bolívia para desenvolvimento de novos híbridos. Além de nossa rede interna de ensaios, onde testamos novos híbridos todos os anos, também participamos da Rede Nacional de Ensaios de Girassol, coordenada pelo Embrapa.

Nosso portfólio de produtos é composto de híbridos de alta performance produtiva, sanidade, alto teor de óleo e diferentes ciclos, amplamente testados e adaptados às diversas condições de cultivo de girassol no Brasil. Temos híbridos convencionais, alto teor de ácido oleico e com tecnologia Clearfield.

Atualidade

É importante contextualizar o histórico da cultura no Brasil. A cultura do girassol já foi muito marginalizada e historicamente sofreu muitos altos e baixos em termos de área plantada.

Túlio Ribeiro Silva, Coordenador de negócios girassol da Caramuru – Crédito: Caramuru

Para se ter uma ideia, nosso vizinho, a Argentina, planta mais de 1,5 milhão de hectares/ano e o Brasil, com o a dimensão territorial e as condições edafoclimáticas excepcionalmente boas que temos, esta área não chega aos 100 mil hectares/ano. E a demanda por óleo de girassol, com o apelo de maior saudabilidade, chega hoje a ser quatro vezes maior que a oferta local. Ou seja, não é por falta de mercado que a cultura não cresceu sustentavelmente.

Na nossa opinião, pelo menos quatro fatores, como o (1) posicionamento antigo da época de plantio; o (2) estigma de cultura de difícil manejo de doenças, em que pese ser verdadeiro para o mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum); (3) as limitações nas políticas governamentais de fomento (falta de um zoneamento agrícola assertivo, de incentivos e linhas de crédito específicas para a cultura); e o (4) restrito interesse das empresas originadoras desta matéria-prima para produção de óleos levaram a estes altos e baixos da cultura no Brasil.

Entretanto, a boa notícia é que, com o novo reposicionamento da época de plantio para a segunda safra após a janela ideal do milho; com a novas ferramentas e tecnologias de manejo de doenças; os esforços nas políticas oficiais de fomento e o aumento do interesse da indústria compradora, acreditamos muito que a cultura do girassol seja novamente uma excelente opção e uma ótima alternativa técnica e economicamente viável dentro do sistema de produção do agricultor brasileiro.

Ações da Heliagro

Tendo em vista o maior interesse pela cultura do girassol, usando como exemplo a atual expansão das áreas de plantio que vem ocorrendo em Minas Gerais e Goiás, a Heliagro, que é a única empresa de sementes de girassol 100% nacional e sediada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, tem como objetivo auxiliar o setor neste processo, oferecendo genética de ponta por meio de sementes híbridas de altíssima qualidade e compartilhando as melhores técnicas de manejo e dicas operacionais para alta produtividade.

A Heliagro dispõe de quatro híbridos para o mercado: Helio 250 e Helio 251 são os mais demandados atualmente. A seguir os principais atributos dos híbridos:

Ü Helio 250: precocidade (105 dias) ideal para o escalonamento do plantio; baixa altura de plantas, que facilita as operações após o florescimento; e ampla adaptabilidade de plantio, podendo ser plantado em todas as microrregiões de MG e GO.

Ü Helio 251: alta uniformidade de plantas e capítulos, traduzida em boa produtividade; dupla aptidão de mercado (óleo e alimento para pássaros); e boa estabilidade produtiva.

Ü Helio 260: alto potencial produtivo; boa uniformidade de plantas e capítulos; e nova genética, sendo o mais novo lançamento do mercado.

Ü Tera 868 HO: alto teor de ácido oleico desejável para indústria de “fast food” e excelente potencial produtivo. Utilizado para um nicho específico de mercado.

Investimento e retorno

No atual posicionamento de plantio de segunda safra (safrinha) após a janela ideal do milho, o investimento/custo de produção fica em torno de 15 a 20 sc de 60 kg/ha, dependendo da tecnologia utilizada. Já a receita fica entre 25 a 40 sc/ha.

Aos preços atuais, verifica-se uma rentabilidade entre R$ 700,00 a R$ 1.500,00/ha, de forma direta, sem contar com benefícios indiretos, como a reciclagem de nutrientes no solo, como o potássio (K), que pode chegar até 120 kg/ha, que será aproveitado pela próxima cultura.

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