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sexta-feira, abril 19, 2024
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Hidroponia vertical – Nova opção para produção de morango

 

Glaucio da Cruz Genuncio

Doutor em Nutrição Mineral de Plantas ” UFRRJ

glauciogenuncio@gmail.com

Everaldo Zonta

Doutor em Fertilidade do Solo – UFRRJ

Elisamara Caldeira do Nascimento

MSc em Fitotecnia – UFRRJ

 

Hidroponia vertical - Crédito João Roberto Abacherli
Hidroponia vertical – Crédito João Roberto Abacherli

Uma das principais vantagens do cultivo em hidroponia vertical é o aumento da densidade de plantas por metro quadrado de cultivo protegido em até quatro vezes a densidade do cultivo em bancadas ou no sistema convencional.

Concomitantemente a isso, as linhas de cultivo devem ser posicionadas em função da rosa dos ventos (Norte-Sul ou Leste-Oeste), para que haja um maior aproveitamento da radiação fotossinteticamente ativa no interior do cultivo protegido, disponibilizada em arquitetura de cultivo (andares, perfis móveis, pirâmides ou prismas e tubos verticais).

O caso do morango

Vale ressaltar que a produção do morango exige certas características ambientais, pois a cultura é dependente de temperatura e da resposta fotoperiódica, sendo o primeiro fator intrínseco ao ambiente e o segundo fator regulado pela genética da variedade de morango a ser utilizada, que são também conhecidas por plantas de dias curtos (PDC) ou plantas de dias neutros (PDN).

Um fato importante para as PDN é a regulação de sua fisiologia pela variação de temperatura, ou seja, plantas com respostas termoperiódicas.De modo geral, temperaturas diurnas entre 15-25ºC e noturnas entre 8-15ºC, além de fotoperíodo entre oito e 14 horas, são fundamentais para que o morangueiro passe do estádio vegetativo – formação de folhas e estruturas propagativas ” estolões, para o estádio reprodutivo (indução, iniciação, diferenciação e desenvolvimento floral).

Com o atendimento, ao nível de região, destas necessidades fisiológicas específicas, pode-se traçar um mapa agronômico e econômico para a produção do morango no Brasil, cujas principais regiões produtoras localizam-se em áreas de temperatura amena, altitude elevada e variação fotoperiódica.

 Hidroponia vertical - Crédito Shutterstock
Hidroponia vertical – Crédito Shutterstock

Regiões produtoras

Atualmente, os estados produtores de Minas Gerais, com 42% da área de produção; Rio Grande do Sul, com 26% e São Paulo, com 16% são os principais produtores desta cultura no Brasil, sendo os 16% restantes distribuídos nos demais Estados, tais como o Rio de Janeiro, na região serrana (Nova Friburgo) e Espírito Santo, na região serrana (Domingos Martins).

De modo geral, a produção está em torno de 20 t/ha no cultivo convencional, sendo que o cultivo mais tecnificado pode gerar uma produção de 40 a 50 t/ha, com máximos de produção entre 60 a 70 t/ha, as quais foram observadas na região sul do Brasil.

Capacidade produtiva

A densidade do cultivo pode quadruplicar em uma área comparativamente à produtividade adotada por metro quadrado de hidroponia (bancadas) quando se utiliza a hidroponia em sistema vertical.

Porém, são relatadas, na bibliografia científica, reduções entre 25 a 40% na produção de frutos por plantas. Assim, a implantação do sistema de cultivo vertical tende a priorizar uma produtividade entre 50 a 70 t/ha.

Por outro lado, a obtenção de produtividades nestes patamares é possível, geralmente, para o produtor de morango tecnificado.

A densidade do cultivo pode quadruplicar neste sistema - Crédito João Roberto Abacherli
A densidade do cultivo pode quadruplicar neste sistema – Crédito João Roberto Abacherli

Como funciona

Um dos principais fatores a serem discutidos é a densidade do morango, que depende das variedades. De modo geral, em variedades de maior vigor é recomendado o uso de um espaçamento de 0,30 m x 0,30 m, com uma densidade de 60.000 plantas/ha. No caso de variedades com menor vigor, o espaçamento recomendado é o de 0,25 m x 0,25 m, equivalente a uma densidade de 72.000 plantas/ha.

Já em sistema NFT recomendam-se perfis com 150 mm (TP 150),utilizando-se espaçamento de 0,30m x 0,25m (densidade intermediária as citadas anteriormente). Vale ressaltar que a declividade é de 6 a 8%, comprimento de bancada de 12 a 14 m, no máximo, adoção de um fluxo de solução entre 1,5 a 2,0 L/minuto/canal.

A intermitência a ser adotada para a irrigação é dependente das características ambientais. Quanto maior o calor, maior será o tempo de irrigação, não podendo ultrapassar os 15 minutos em função da necessidade de oxigenação radicular, que deve ser, no mínimo, de 8 mg/L de O2 dissolvido.

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