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Horticultores erram na dosagem de fertilizantes e insumos

João Augusto Dourado Loiola Graduando em Engenheira Agronômica – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)joaoaugustodourado@gmail.com

Júlio César RibeiroEngenheiro agrônomo e doutor em Agronomia/Ciência do Solo – UFRRJjcragronomo@gmail.com

Crédito: Apagri

Os insumos agrícolas têm o objetivo de fornecer tecnologia para alavancar a produção da cultura e/ou diminuir as injúrias causadas por pragas e doenças. Os corretivos, fertilizantes e condicionadores de solo proporcionam uma correção da fertilidade do solo.

Os insumos fitossanitários são capazes de reduzir e controlar a incidência de pragas e doenças que acometem as culturas. É recorrente a recomendação de insumos agrícolas de modo informal, em que muitos horticultores utilizam doses de fertilizantes recomendadas pelo vizinho ou para outras culturas agrícolas.

Os agricultores utilizam doses exacerbadas dos insumos com o intuito de alavancar a produção agrícola e/ou aumentar a eficácia do produto no controle da injúria. 

A falta de conhecimento técnico na área e o manuseio errôneo dos insumos agrícolas ocasiona o aumento do custo da produção e o desperdício dos insumos, bem como pode causar fitotoxidez, a depender do insumo utilizado. 

Os diferentes adubos, corretivos e condicionadores de solo, quando aplicados ao sistema, sofrem interações que podem prejudicar ou facilitar a absorção dos nutrientes pelo sistema radicular das plantas.

Altas doses de adubo fosfatado, por exemplo, reduzem a absorção de cobre, e o mesmo ocorre com altas aplicações de nitrato. Outro exemplo é a relação entre os nutrientes cálcio e magnésio, em que altas concentrações de cálcio reduzem a absorção de magnésio pela planta. 

O uso errôneo de produtos fitossanitários ocasiona alteração no ecossistema local, possibilitando aumento da resistência das pragas e, consequentemente, do impacto da praga à cultura, forçando o produtor a adotar novas formas de controle, o que geralmente leva a um maior custo de produção.

A resistência das pragas aos meios de controle pode ser ocasionada pelas altas doses aplicadas, combinação indevida ou uso frequente de fitossanitários, ou seja, sem critérios técnicos de uso.

Cuidados para uma aplicação equilibrada

A escolha do melhor insumo agrícola a ser utilizado é extremamente importante para que a cultura expresse todo seu potencial produtivo. Para isso, é de suma importância verificar a necessidade, viabilidade e custo de aplicação do insumo, devendo sempre ser recomendado por um profissional qualificado.

Toda a recomendação de insumos deve ser embasada em resultados de análise de fertilidade do solo e de análise foliar, as quais indicarão as reais necessidades nutricionais da cultura para alcançar a produtividade desejada pelo horticultor.

A análise de solo deve ser feita com no mínimo três meses de antecedência ao cultivo, para que, de acordo com os resultados, sejam efetuadas as correções necessárias por meio de calagem, e possa ocorrer a ação do calcário no solo.

Para a realização da amostragem de solo, é importante dividir a área de cultivo em glebas homogêneas, coletando no mínimo 20 amostras simples que comporão a amostra composta. As amostras simples deverão ser coletadas em zigue-zague, de modo que a área fique bem representada.

A profundidade de coleta está relacionada ao sistema radicular da cultura que se pretende implantar. Geralmente, para hortaliças a profundidade de coleta das amostras para análise de solo é de 0-20 cm.

Com relação à análise foliar, é importante estar atento ao estádio vegetativo da cultura indicado para a coleta de amostras, além da quantidade de folhas e plantas a serem amostradas por glebas. O critério de coleta varia de acordo com a cultura, sendo sempre importante buscar apoio técnico.

A coleta de amostras de folhas deve também  ser criteriosa, assim como a coleta de amostras de solo, evitando-se coletar folhas próximo a estradas. Também não se deve coletar amostras logo após a aplicação de insumos, e de plantas com estresse hídrico, procurando sempre realizar a amostragem em glebas homogêneas, que representem a realidade da condição nutricional da lavoura. 

Proteção para o aplicador e o cultivo

No caso da aplicação de fitossanitários, o uso de equipamento de proteção individual (EPI) é extremamente necessário. O volume de calda a ser utilizada no tratamento fitossanitário deverá ser calculado em função da cobertura vegetal da área, e sempre com base na recomendação específica para cada produto.

Atenção especial deve ser dada à regulagem dos equipamentos de aplicação e às questões climáticas no momento da aplicação, visto que equipamentos mal regulados e ventos fortes podem proporcionar a deriva do produto para outros cultivos próximos.

Erros e acertos

Dentre os principais erros no uso de fertilizantes e insumos, pode-se destacar a aplicação de produtos não seguindo a recomendação estipulada pelo técnico responsável. Isso porque, muitas vezes, a dose recomendada é muito inferior à utilizada na região, ou o produtor acha que não será suficiente para resolver seu problema, levando à aplicação exacerbada. 

A aplicação de produtos fitossanitários indicados por vizinhos também é um erro frequente, podendo causar contaminação ambiental e aumento do custo produtivo. A aplicação de fitossanitários com o bico aplicador desregulado proporciona a diminuição na eficiência de aplicação, aumentando os custos.

Muitos horticultores acabam aplicando produtos em horários com alta velocidade dos ventos e temperaturas elevadas, causando perda do produto e diminuição da eficiência de aplicação. Outro erro recorrente é a aplicação de insumos agrícolas com ausência de equipamento de proteção individual, colocando em risco a saúde do aplicador.

O manuseio dos produtos, bem como o descarte das embalagens, muitas vezes, é feito de forma irregular, causando problemas à saúde local e impactos ambientais. 

Respaldo profissional

Para obter sucesso e alcançar a produtividade desejada, é de suma importância o respaldo técnico e acompanhamento de um profissional qualificado, o que reduzirá os custos por meio da aplicação de quantidades necessárias ao melhor desenvolvimento das plantas, obtendo produtividade adequada.

Com relação a problemas de aplicação de insumos, para que eles sejam reduzidos, por exemplo, equipamentos de pulverização de produtos fitossanitários devem estar sempre com os bicos regulados de acordo com o espaçamento da cultura, devendo a aplicação ser realizada em horários com baixa velocidade do vento.

É importante ressaltar a necessidade de sempre utilizar equipamento de proteção individual, bem como realizar o descarte correto de embalagens dos insumos agrícolas, visando diminuir os impactos socioambientais. 

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