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IAC apresenta três novas variedades de cana

Cana – Créditos: shurtterstock

O Instituto Agronômico (IAC) apresentou três novas variedades de cana-de-açúcar ao setor sucroenergético brasileiro. “As três novas variedades vêm compor o arsenal biológico que contribuirá para a verticalização da produtividade dos canaviais paulistas e brasileiros”, diz o líder do Programa Cana IAC e diretor-geral do Instituto Agronômico, Marcos Guimarães de Andrade Landell.

O pacote tecnológico que caracteriza as três novas variedades envolve elevada produtividade e resistência às principais doenças da cultura, porte ereto, com indicação para diversos ambientes e ótimos desempenhos em diferentes regiões brasileiras.

As três trazem a possibilidade de plantios nas regiões de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia e Tocantins. Cada uma carrega características que as adaptam às diversas condições de ambiência, apresentando resultados que dependem de sua instalação de acordo com os nichos previstos no desenvolvimento feito pelo do Programa Cana IAC.

Quem são elas

A IACSP04-6007 é uma ótima alternativa para o setor sucroenergético, tanto para usinas como para canavicultores. É muito versátil por apresentar excelente adaptação à região Sul e Centro Paulista até o Norte do Paraná e o Mato Grosso do Sul. Tem produtividade 13% superior à variedade mais plantada no Brasil atualmente. Esse acréscimo representa 10 toneladas a mais de cana por hectare. “Esses ganhos são ainda maiores nos nichos regionais para onde ela é indicada”, afirma Landell.

O pesquisador ressalta que essas novas variedades comerciais foram desenvolvidas dentro da estratégia de alto potencial para nichos regionais. A composição do canavial deve ser diversificada, isto é, devem ser usadas cerca de dez diferentes variedades para seguir a recomendação de cada material representar, no máximo, 15% da área total.

“A complexidade é o que leva à produtividade de 120 toneladas, por hectare, na média dos cinco cortes, otimizando os nichos regionais e usando as variedades mais adaptadas a cada localidade”, complementa.

O Programa Cana IAC adota a estratégia de identificar todas as variedades desenvolvidas com seus perfis regionais para que o produtor não erre ao escolher determinada variedade para a sua região. O objetivo é disponibilizar as orientações como se fosse uma ‘bula’, que traz todas as características dos materiais biológicos e seus respectivos desempenhos de acordo com o ambiente onde são plantados.

A IACSP04-6007, assim como a IACCTC05-9561 e a IACCTC05-2562, reúne excelentes características agroindustriais. Com porte ereto, as três novas variedades contribuem para o melhor desempenho das máquinas no plantio e colheita mecanizados.

A IACSP04-6007 e a IACCTC05-9561 têm alta velocidade de crescimento inicial, característica que faz suas folhas fecharem mais rapidamente, causando sombras que evitam o surgimento de plantas daninhas. “Essa característica de fechar bem resulta numa espécie de guarda-chuva foliar, que protege a planta ao combater as ervas daninhas”, explica. O benefício alcançado é a redução do uso de herbicidas. O crescimento veloz também permite seu plantio mais tardio.

A IACSP04-6007 foi originalmente selecionada na região Sudoeste do Estado de São Paulo, onde há menor déficit hídrico. Já apresenta áreas expressivas de cultivo nos Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, além de estar também na própria região de origem, no município de Assis, interior paulista. Atualmente, tem despertado muito interesse e vem ganhando espaço nas regiões Norte e Oeste do Estado, além do Triângulo Mineiro.

“Apesar de oriunda de região de clima mais ameno, quando em região mais quente, também tem se destacado inclusive em Goiás e Oeste paulista, desde que em solos com melhor capacidade de armazenamento de água”, explica Landell. A IACSP04-6007 tem ótima maturação desde o início de safra, em abril, até o final, em setembro.

IACCTC05-9561

Desenvolvida no Oeste baiano, região muito peculiar e com aspectos produtivos limitantes, a IACCTC05-9561 tem se destacado em condições muito desafiadoras: o Cerrado brasileiro. É muita adaptada ao Norte de Goiás, onde está sendo plantada na usina Jalles Machado. Indicada para ambientes médios a favoráveis, sua adoção também vem crescendo em São Paulo e Paraná.

“Dentre as inúmeras características positivas da IACCTC05-9561, destaca-se a ótima adaptação à mecanização e uma excelente opção nos manejos avançados de canavicultura; além disso, a uniformidade biométrica e o rápido crescimento proporcionam a ela excelentes produtividades ao longo dos cortes”, comenta Landell.

IACCTC05-2562

A IACCTC05-2562 tem crescimento inicial mais lento, portanto, tem menor volume de folhas. Isso é positivo porque, no período da seca, quanto mais folhas tiver a planta, maior será a perda hídrica pela massa foliar. “A cana com fitomassa não muito grande fica mais protegida do déficit hídrico, por não perder tanta água pela evapotranspiração”, esclarece o cientista do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

Desenvolvida na região de Ribeirão Preto, a IACCTC05-2562 é originária da variedade CTC4, uma das mais plantadas, com o diferencial de ter boa resistência à ferrugem, além do bom desempenho do Paraná até Tocantins. Em bons ambientes e ela tem alto desempenho. “É uma variedade que nasce muito bem, fecha muito bem as entrelinhas e colhe muito bem”, resume Landell.

Por que é importante o porte ereto da cana?

As máquinas de plantio e colheita de cana funcionam melhor com canas de porte ereto. Na colheita mecanizada, as folhas são descartadas e deixadas no solo, conservando-o de processos erosivos e livrando-o de perdas hídricas. Além disso a cana ereta ajuda a reduzir a impureza mineral, que resulta do contato da cana com o solo, no momento da colheita. “Quando a cana tomba e encosta no chão, as impurezas vão para dentro da indústria, reduzindo a qualidade da cana”, explica Landell.

Outro fator que contribui para o funcionamento das máquinas é a uniformidade biométrica da cana, isto é, a planta ter a mesma altura e o diâmetro de colmos “Os equipamentos de plantio e colheita funcionam melhores quanto maior a uniformidade do material biológico”, atesta.

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