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Impulso para o trigo no Brasil Central

Biotrigo

Nesta semana foi aprovado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento o plano de trabalho da Embrapa para suporte à expansão da produção de trigo na região tropical do Brasil Central. As ações de pesquisa e transferência de tecnologia deverão envolver diversos setores da cadeia produtiva de grãos nos estados de SP, GO, MG, DF, MT, MS e BA. Os recursos na ordem de R$ 2,9 milhões deverão viabilizar as atividades desenvolvidas nos próximos 36 meses.

O trigo, ao lado dos fertilizantes, constitui-se numa das principais pautas de importação do setor agrícola brasileiro, onerando a balança comercial do País em R$ 10 bilhões/ano. Em 2021, a produção brasileira de trigo chegou a 7,7 milhões de toneladas, com importação de outras 6,2 milhões de toneladas. “O projeto de expansão do trigo tropical pode ser viabilizado financeiramente pela redução de gastos com as importações de trigo, além da geração de renda com a dinamização da economia no Brasil Central”, declara o Chefe-Geral da Embrapa Trigo Jorge Lemainski.

O plano de trabalho para a expansão do trigo na região tropical do Brasil Central, chamado de Termo de Execução Descentralizada ou TED do Trigo Tropical, foi construído ouvindo as demandas do setor produtivo, apresentado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pela primeira vez em setembro de 2020. “O trabalho será coordenado pela Embrapa com protagonismo da indústria moageira, cooperativas, extensão rural, associações de produtores e federações da agricultura, além de lideranças regionais. Neste processo, os produtores de sementes têm papel fundamental, já que a expansão da área depende da disponibilidade de sementes de trigo em quantidade e com qualidade para suprir a demanda crescente”, avalia Jorge Lemainski, destacando ainda a importância da assistência técnica na região como apoio para a capacitação de novos técnicos e produtores iniciantes na cultura do trigo.

De forma geral, as ações da Embrapa serão orientadas para três linhas principais: transferência de tecnologia, caracterização dos municípios produtores e combate à brusone, principal doença limitante da cultura na região.

O plano de trabalho foi organizado em oito atividades:

  1. Organizar a produção de sementes: a oscilação da área de cultivo e o número restrito de produtores de sementes licenciados para ofertar cultivares no mercado têm resultado num grande volume de sementes salvas, muitas vezes ocasionando problemas de germinação, uniformidade e produtividade das lavouras, além de promover a disseminação de doenças. A instalação de novas áreas e a ampliação dos campos de multiplicação de sementes de trigo vai assegurar maior qualidade na instalação das lavouras, além de servir de estímulo aos produtores de sementes de soja como forma de diluir os custos fixos de produção.
  2. Transferir tecnologias para a produção de trigo: levar conhecimentos sobre genética e manejo da cultura a produtores e profissionais da assistência técnica através da validação de tecnologias, capacitação e eventos. Compõem a atividade diversas estratégias como unidades demonstrativas, lavouras de referência tecnológica, dias de campo, visitas técnicas e ensaios de pesquisa.
  3. Apoiar a governança da cadeia produtiva: promover fóruns e reuniões de aproximação com agentes decisores para compartilhamento de informações e motivação no avanço do trigo na região.
  4. Comunicação e divulgação: utilizar recursos de mídia e audiovisuais para ampliar o alcance das informações, bem como promover melhor compreensão das tecnologias disponíveis para a produção de trigo tropical.
  5. Zoneamento agrícola de risco climático: promover o refinamento metodológico nas simulações de risco climático a partir das lavouras expositivas e experimentos que serão conduzidos em 36 municípios em sete estados.
  6. Fortalecimento do Núcleo Avançado de Trigo Tropical: reforço de pessoalaquisição de máquinas e implementos para suporte à base de pesquisa e transferência de tecnologias instalada em Uberaba, MG.
  7. Controle da brusone: intensificar as ações de pesquisa em manejo e resistência genética à brusone, combinando práticas que levem à redução dos riscos de epidemias da doença no Brasil Central. Os recursos humanos da Embrapa e instituições parceiras deverão contar com infraestrutura de apoio na correta detecção e seleção de estratégias de controle da doença.
  8. Estudo prospectivo sobre a dinâmica da produção: identificar e construir critérios para categorizar municípios brasileiros em relação à dinâmica da produção.

Entre os resultados esperados com a aprovação do TED do Trigo Tropical está a expansão da área em 100 mil hectares (ha) de trigo na região (25 mil ha irrigado e 75 mil ha em sequeiro), produção que pode representar 300 mil toneladas a mais de trigo, desonerando em R$ 450 milhões a balança comercial das importações de trigo no Brasil. “É preciso considerar que, além de prover segurança alimentar ao País, a expansão do trigo no Cerrado também promove agregação de renda e empregos na região, principalmente em empresas de insumos e produtores de sementes, já que a cultura do trigo é inserida em áreas que ficam em pousio na estação seca”, avalia Jorge Lemainski, e conclui: “Ganham todos os brasileiros, a região que movimenta a economia, a indústria que dispõe de matéria-prima, o governo que reduz a evasão de divisas e o consumidor que ganha alimento de qualidade a preço justo”.

Resultados esperados TED do Trigo Tropical 2022-2025:

  • 1.760 toneladas de sementes de trigo produzidas.
  • 70 assistentes técnicos capacitados.
  • 22 dias de campo; 36 unidades demonstrativas; 22 lavouras expositivas; 143 visitas técnicas.
  • 2 fóruns e 14 reuniões de pesquisa e transferência de tecnologia.
  • 1 estudo prospectivo.
  • 20 materiais técnicos, informativos e promocionais;
  • Zoneamento agrícola de risco climático atualizado/aprimorado por município.
  • Seleção de cultivares e indicação de manejo mais eficientes no combate à brusone.
  • Crescimento de 40% da área cultivada com trigo, passando de 252 mil ha em 2021 para 353 mil ha até 2025.
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