21.6 C
Uberlândia
quinta-feira, abril 18, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosGrãosIncidência da vaquinha-preta-e-amarela na soja

Incidência da vaquinha-preta-e-amarela na soja

Crédito Fundação MT

Praga comum em todas as regiões do Brasil, juntamente com outros coleópteros que ocorrem na soja, a Cerotoma arcuata, também conhecida como vaquinha-preta-e-amarela, merece atenção por parte do produtor. Este inseto é polífago, ou seja, se alimenta de uma ampla variedade de fontes, causando prejuízos em muitas culturas como da oleaginosa, feijoeiro, caupi e cucurbitáceas, e também são observados em áreas de cultivo do algodoeiro.

O alerta da doutora em entomologia e pesquisadora da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), Lucia Vivan, é principalmente por conta do aumento na incidência dessa espécie durante os últimos anos, especialmente na região médio norte de Mato Grosso. “Nos municípios de Sorriso, Lucas do Rio Verde e áreas próximas, por exemplo, tem relatos de altas infestações no ciclo da soja, com danos em estruturas reprodutivas importantes”, aponta.

A especialista destaca que a atenção, contudo, deve ser de toda a classe produtora, já que a vaquinha-preta-e-amarela não é um problema só dos produtores mato-grossenses. Além disso, é válido lembrar que a praga atinge maior densidade populacional no final da floração, mantendo-se até o enchimento de grãos e final do ciclo. Lucia conta que essa espécie, na fase larval, alimenta-se de raízes e nódulos nitrificadores, podendo limitar a fixação de nitrogênio em até 45%.
“Os adultos reduzem a parte aérea, pois consomem cotilédones, folhas, órgãos reprodutivos, como as vagens nos estádios R3, R4 e início de R5, assim, dependendo do estádio de desenvolvimento da soja podem provocar perdas significativas, principalmente em cultivares de desenvolvimento semi-determinado e indeterminado”, explica a pesquisadora.

O que fazer?

É importante monitorar a presença do inseto desde a emergência da soja, pois ele pode causar desfolha já nos primeiros estágios da planta. “No vegetativo esse inseto causará desfolha, no entanto, na fase reprodutiva eles atacam as vagens, onde o dano é até maior que nas folhas por ter efeito direto. Isso ainda gera quedas de vagens e lesiona outras, com perda de até um grão ou mais”, relata a entomologista.

O produtor deve realizar controle da infestação, segundo orientação técnica de um profissional, quando o índice de desfolha estiver na média de 30%, no entanto, o estágio da planta deve ser considerado, como também o número de folhas. “No reprodutivo, a partir de R3, a atenção deve ser maior, pois se alimentarão das vagens. Essa ocorrência mostra que, embora os adultos também se alimentem de folhas, devem ter preferência por flores e vagens de soja, resultando em danos diretos para a cultura. Hoje, na pesquisa, temos dados sobre preferência por algumas cultivares de soja em relação a outras”, explica a doutora.

Pesquisas em andamento

A Fundação MT, buscando sempre a informação mais assertiva para o produtor, está conduzindo trabalhos com a Cerotoma arcuata, avaliando o controle do inseto e proteção à cultura com acompanhamento da desfolha e danos em vagens.
Os estudos estão sendo realizados no CAD (Centro de Aprendizagem e Difusão) Norte, em Sorriso, por ser uma região onde se observa uma população superior da espécie, “no entanto, essa praga está presente em todas as regiões do estado de Mato Grosso e no restante do País”, salienta a pesquisadora Lucia.


“Temos necessidade de realizar mais estudos sobre o controle dela, visto que ocorrem reinfestações frequentes nas áreas. Estudos de preferência a determinadas cultivares também estão em pauta para novas pesquisas”, conclui a entomologista.

ARTIGOS RELACIONADOS

Intempéries desafiam o cultivo de grãos

O clima sempre é elencado como uma preocupação constante para os agricultores.

Sorgo: novas moléculas para controle de plantas daninhas

O controle de plantas daninhas pode ser feito de diversas maneiras, porém, os mais utilizados na cultura do sorgo são o cultural e o químico.

Para controlar alvos importantes na soja e milho, Corteva Agriscience lança herbicidas

Enquanto Gapper® é uma ferramenta eficaz para o controle de trapoeraba e outras plantas daninhas de folha larga em milho em pré-plantio, Elevore® traz facilidade ao produtor no manejo da buva em soja

Produção de soja 2022/23 de Mato Grosso deve chegar a 42,82 milhões de toneladas

Levantamento aponta aumento 4,82% em relação ao ciclo anterior

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!