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Inovações da pesquisa agropecuária estão na Nano Tradeshow

 

Filmes comestíveis - Crédito Samuel Vasconcelos
Filmes comestíveis – Crédito Samuel Vasconcelos

Na primeira feira do Brasil voltada ao mercado de nanotecnologia, a Embrapa Instrumentação (São Carlos ” SP) apresenta resultados de pesquisa que vão promover mudanças na indústria de embalagens e no modo de aplicação de agroquímicos, por adotarem recursos naturais no processo de desenvolvimento.

Os participantes da Nano Tradeshow, realizada de 13 a 15 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, terão a oportunidade de conhecer os filmes comestíveis ” produzidos à base de rejeitos de verduras, frutas e legumes ” e um sachê biodegradável para liberação controlada, que também é desenvolvido com produtos naturais.

Desenvolvidas no âmbito da Rede de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio (Rede AgroNano), as tecnologias já despertaram interesse de diversas empresas que apostam nas últimas tendências da pesquisa agropecuária para investir. O pesquisador e coordenador da Rede AgroNano, Caue Ribeiro, acredita que a feira é uma excelente oportunidade para mostrar ao mercado as inovações que as instituições de pesquisas estão desenvolvendo com uso de recursos naturais e novos materiais.

Filmes comestíveis

Os filmes comestíveis são produzidos à base de espinafre, beterraba, cenoura, tomate, mamão, goiaba e muitos outros como matéria-prima. “O trabalho de desenvolver filmes a partir de frutas tropicais é pioneiro no mundo“, ressalta o doutor em engenharia de materiais Luiz Henrique Capparelli Mattoso, coordenador da pesquisa.

Com características físicas semelhantes aos plásticos convencionais, em resistência e textura, o novo filme se destaca porque pode ser ingerido junto com o alimento, seja envolvo em uma ave, em uma pizza, sachês de sopas, além de muitas outras possibilidades.

O plástico comestível é feito basicamente de alimento desidratado misturado a um nanomaterial que tem a função de dar liga ao conjunto. “Podemos utilizar rejeitos da indústria alimentícia para fabricar o material, isso garante duas características de sustentabilidade: o aproveitamento de rejeitos de alimentos e a substituição de uma embalagem sintética que seria descartada“, lembra Mattoso que fará palestra no dia 14 sobre nanomateriais e nanocompósitos.

Sachê biodegradável

A pesquisadora Elaine Paris, que coordena os estudos pela Embrapa Instrumentação, explica que a tecnologia consiste em um sachê polimérico biodegradável selado por prensagem, para que possa levar em seu interior o insumo desejado ” fertilizantes, pesticidas ou herbicidas. “No método convencional pode haver dispersão desses materiais, com pouco aproveitamento pela planta, e com prejuízo ao meio ambiente“, diz.

Elaborado à base de produtos naturais e destinado à embalagem de qualquer tipo de insumo solúvel em água, o sachê biodegradável de liberação controlada/prolongada de agroquímicos é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

A tecnologia leva em sua composição uma mistura de amido e pectina, materiais poliméricos com elevado teor de biodegradabilidade. “Espera-se que, ao ser inserido no solo, a liberação do composto ativo ocorra gradualmente, conforme vai se decompondo“, informa a pesquisadora.

A aplicação do sachê tem por objetivo diminuir os riscos de contaminação do meio ambiente e à saúde dos produtores rurais, pela menor manipulação dos agroquímicos. Outra vantagem do sachê é que pode evitar os efeitos da lixiviação, minimizando o risco do agroquímico ser levado pela água da chuva, por exemplo. A quantidade de agroquímico por sachê poderá ser variada de acordo com a aplicação desejada.

A tecnologia pode ser empregada para embalar qualquer tipo de agroquímico, desde que constituído por partículas, desde nanopartículas até micropartículas, total ou parcialmente solúvel em água.

Sache biodegradável - Cédito Amanda Mazzini
Sache biodegradável – Cédito Amanda Mazzini

Nanotecnologia

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que o mercado mundial de nanotecnologia deve movimentar aproximadamente US$ 3 trilhões até 2018. Só em 2010, o mercado mundial de nanotecnologia movimentou cerca de 383 bilhões de dólares ” cerca de 58 milhões no Brasil.

Atualmente o país conta com cerca de 90 empresas que possuem tecnologia nano para os mais diversos mercados, dentre eles o agronegócio, mercado têxtil, alimentício, de plástico e borracha, tintas, petróleo e gás, saúde, cosméticos, embalagens, automotivo, eletrodomésticos e de aeronáutica.

Nano Tradeshow

A feira tem como objetivo reunir fornecedores de todo o mundo, universidades, pesquisadores e a indústria a fim de impulsionar os negócios e o desenvolvimento do setor. Nesta edição, a Nano TradeShow espera atrair 70 expositores, que apresentarão as mais inovadoras soluções em nanotecnologia para diversos segmentos da indústria.

No mesmo local, em paralelo à feira, também será realizada a Conferência Internacional de Nanotecnologia e Inovação. O evento reunirá CEO’s, presidentes, diretores, gerentes, engenheiros, profissionais das áreas de PD&I, produção, qualidade, químicos, físicos e biólogos de empresas que buscam a capacitação de seus profissionais e mais inovação em seus produtos.

 

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