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Inseticidas e zinco na formação da lavoura de milho

João Carlos Nunes Consultor técnico LabCem

Semente – Crédito: Marcelo Madalosso

A agricultura brasileira vem aumentando sua produtividade ano após ano. O milho é uma das principais culturas que tem apresentado ganhos consistentes em produtividade. De acordo com a FarmNews, a produtividade do milho aumentou 231,5% nos últimos 40 anos. Isso representa um crescimento médio anual de cerca de 5,8%.

Por outro lado, apesar deste aumento consistente de produtividade, de acordo com dados da Conab de 2021, ainda temos um grande potencial de crescimento de produtividade.

São vários os fatores que afetam negativamente a produtividade. A obtenção de uma população de plantas e sua distribuição espacial adequada é fundamental para obtermos o melhor potencial produtivo. A correta nutrição de plantas também é outro ponto a considerar.

As sementes de milho, a exemplo de outros cultivos, têm sido veículo para uma série de tecnologias aplicadas sobre elas, tais como fungicidas, inseticidas, nematicidas, inoculantes, micronutrientes, extratos de algas, filmes de recobrimento, pós de acabamento, etc.

Neste artigo vamos abordar dois importantes pontos que podem contribuir para a produtividade: a proteção inicial das plântulas com inseticidas e o uso de óxido de zinco por meio do tratamento de sementes.

Pragas em questão

Temos várias pragas que colocam as plântulas em risco na fase inicial de desenvolvimento do milho. Dentre elas, podemos destacar: o complexo de percevejos, com destaque para o percevejo barriga-verde, os corós, a cigarrinha e as lagarta elasmo e do cartucho.

Um diagnóstico prévio e correto da situação é crucial para definir a escolha da tecnologia de controle de pragas mais adequada ao ambiente onde vamos cultivar o milho.

Temos um leque de produtos inseticidas para uso em tratamento de sementes, como os neonicotinoides (clotianidina, tiametoxam e imidacloprid), o fipronil do grupo pirazol, e o grupo das antranilamidas (ciantraniliprole e clorantraniliprole).

Em especial para os sugadores (percevejos, cigarrinhas, pulgões e tripes), temos os neonicotinoides, que também possuem alguma ação sobre alguns outros tipos de pragas mastigadoras (vaquinhas, mosca-das-sementes, cupins e alguns corós. Talvez por isso eles se destacam como os mais utilizados e indispensáveis para tratamento de sementes de milho.

Entretanto, mesmo com a maciça adoção de biotecnologia para controle de largartas, temos ainda uma importante utilização das antranilamidas e do pirazois, principalmente no controle da lagarta-elasmo e dos corós. Este uso ocorre principalmente em áreas sujeitas a constantes veranicos na fase inicial da cultura, como por exemplo no MT, MS, GO e na região Matopiba.

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Por conta disso, o uso das antralamidas no controle inicial da lagarta-do-cartucho é importante, tanto em áreas de refúgio com milho convencional quanto ferramenta de proteção para os híbridos com tecnologias Bt.

Complementando, existe ainda um uso expressivo de neonicotinoides em associação com pirazois, antranilamidas e carbamatos (thiodicarb), justamente para ampliar o espectro de controle de pragas.

Fique de olho no zinco

Do ponto de vista do aspecto nutricional, muito se tem falado sobre o uso do zinco (Zn) via tratamento de sementes como suplemento para carências das plântulas e plantas.

A deficiência de Zn é reconhecida como problema nutricional mundial para a produção de culturas (Fageria, 2011). O zinco é um micronutriente essencial para o crescimento e reprodução de plantas, pois participa de inúmeros processos metabólicos, tais como: síntese de proteínas, carboidratos, hormônios, entre outros, sendo o milho uma das culturas extensivas mais suscetíveis à deficiência de Zn.

O sintoma de deficiência aparece como uma clorose interna na lâmina das folhas mais jovens, uma vez que é relativamente imóvel dentro da planta. A deficiência subclínica ou marginal de Zn reduz o rendimento das culturas sem o aparecimento de sintomas visíveis.

Portanto, a análise do solo em pré-semeadura pode ser útil para prever precocemente se as culturas serão bem supridas com este micronutriente (Rozas 2020). Segundo Castro (2005), uma das características da deficiência de Zn é a redução no comprimento dos entrenós e do tamanho das folhas.

Recomendações

Uma das possibilidades de aplicação de Zn é via tratamento de sementes. Dentre as vantagens, de acordo com vários autores estão: facilidade operacional, baixo custo relativo, maior eficiência do uso do fertilizante, uniformidade na distribuição dos elementos e maior disponibilidade na fase inicial de crescimento das plantas (Dias, 2013).

O óxido de zinco aplicado em sementes favorece o crescimento inicial do milho em comparação com a utilização do sulfato de zinco. Entretanto, ele observa que diferentes trabalhos atestam resultados positivos para óxido ou sulfato zinco. Ele ainda destaca a importância do uso de doses corretas para evitar toxidade por excesso de Zn.

A análise de solo é fundamental na tomada de decisão sobre o uso de fertilizantes, e no caso do Zn, é crucial para o estabelecimento da dose adequada a cada cultivo e situação.

Finalmente, para obtermos os melhores resultados, um fator importantíssimo para o tratamento de sementes é a qualidade da aplicação. A qualidade demanda equipamentos adequados e profissionais treinados (cientes da importância de sua responsabilidade) para assegurar o uso da dose correta, obtenção da melhor qualidade de cobertura e distribuição dos produtos semente a semente.

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