Autores
Rudinei De Marco
Doutorando em Agronomia – Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Carlos Roberto Martins
Pesquisador da Embrapa Clima Temperado
carlos.r.martins@embrapa.br
Flávio Gilberto Herter
Professor – UFPel
Diniz Fronza
Professor da Colégio Politécnico – Universidade Federal de Santa Maria
A nogueira-pecã (Carya illinoinensis (Wangenheim) K. Koch) é uma espécie que não suporta solos com excesso de umidade por períodos prolongados, no entanto, é sensível ao déficit hídrico, sobretudo no período de reprodução. Embora a região sul brasileira não possua uma estação seca definida, frequentemente ocorrem períodos durante o ano com baixo índice pluviométrico, o que dá a “falsa impressão” que não há necessidade de irrigação às plantas.
O sistema radicular da nogueira-pecã não possui pelos radiculares (raízes finas com maior capacidade de absorção de água e nutrientes) e sim radicelas, o que reduz a eficiência na captação de água do solo. Dessa forma, dependendo das condições do solo, época do ano e do estádio de desenvolvimento da planta, pode sofrer déficit hídrico com apenas três a quatro dias após precipitação ou irrigação.
Assim sendo, a irrigação é uma das mais importantes ferramentas de manejo que devem ser utilizadas na produção de nozes com qualidade.
Necessidade hídrica
Durante os estádios fenológicos de dormência (junho-agosto) a necessidade hídrica é mínima, no entanto, no crescimento vegetativo e reprodutivo (setembro – março) tem-se aumento no requerimento de água e em casos de déficits nesse período, ocasionam queda de frutos, redução do tamanho das nozes e, consequentemente, decréscimo na produção.
Água insuficiente da floração até o endurecimento da casca (outubro-fevereiro) resulta em nozes pequenas, pois nesse período ocorre o crescimento padrão de cada cultivar, enquanto a falta de água durante o estádio de enchimento da amêndoa (fevereiro-março) pode causar frutos chochos ou mal preenchidos.
No final de março até maio, durante o amadurecimento das nozes, o déficit hídrico pode fazer com que as cápsulas permaneçam fechadas dificultando a colheita das nozes. Nesse mesmo período, o excesso de umidade também pode prejudicar a abertura da cápsula e, consequentemente, aumentar problemas com viviparidade.
Nesse contexto, solos mal drenados devem ser evitados, pois a nogueira-pecã não tolera solos com excesso de umidade. Em condições de solos mal drenados a planta pode morrer ou apresentar desenvolvimento reduzido, com grande queda na produção de nozes.
Após a colheita, até a senescência das folhas, a umidade inadequada reduz a fotossíntese. Portanto, a falta de água pode afetar o crescimento e a produção das nozes não apenas durante o ciclo atual, mas também no ano seguinte.
A quantidade de água a ser fornecida às plantas via irrigação depende da fase da cultura, das condições climáticas, do tipo de solo e da profundidade a ser irrigada. Para tanto, cada pomar deve possuir ferramentas que auxiliam o monitoramento de umidade do solo, sendo o tensiômetro a mais comum dentre elas.