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Jovem agricultor investe com sucesso na produção de alface hidropônico no Vale do Rio Doce

 Emater-MG elaborou o projeto para obtenção de crédito do Pronaf

 

Alface hidropônica-José Raydan - Crédito Alexandre Soares Emater-MG
Alface hidropônica-José Raydan – Crédito Alexandre Soares Emater-MG
- Crédito Alexandre Soares Emater-MG
Crédito Alexandre Soares Emater-MG
Alface hidropônica-José Raydan  - Crédito Alexandre Soares Emater-MG
Alface hidropônica-José Raydan – Crédito Alexandre Soares Emater-MG

A produção de alface numa propriedade do município de José Raydan, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, está chamando a atenção na região. Um agricultor familiar, de apenas 23 anos, resolveu deixar para trás a capital Belo Horizonte e se juntar ao sogro na produção de hortaliças no sistema hidropônico. O trabalho está provando que na agricultura familiar é possível obter bons resultados, mesmo com um projeto novo, num sistema não convencional de cultivo, ainda com poucas informações disponíveis.

A experiência acontece na Fazenda São Félix, que conta com uma área de 4,5 hectares. O jovem Cássio Antônio de Silva Júnior, junto com o sogro e dono da propriedade, Ronaldo Torquato, está produzindo mensalmente, desde março, nove mil pés da hortaliça, no sistema hidropônico. O negócio está prosperando e por isso a família já pensa em expandir a produção de alface para 27 mil pés por mês e ainda investir em outras hortaliças: rúcula, agrião, cebolinha e salsinha.

Na hidroponia, o cultivo da planta acontece na água e não no solo. No caso do município de José Raydan, as alfaces são cultivadas dentro de três estufas, que ocupam uma área total de 1,4 mil metros quadrados da propriedade. Toda a produção é comercializada em estabelecimentos localizados nos municípios de José Raydan, Capelinha, Santa Maria do Suaçuí, Água Boa, São Pedro, São João Evangelista e Guanhães, como afirma o produtor Cássio Antônio. “A nossa alface está em 22 pontos de vendas. São oito supermercados de grande porte, cinco de médio porte e nove de pequeno porte“, enumera. Segundo Cássio, a empreitada nas terras do sogro está indo muito bem e já garante uma renda mensal de R$ 13,5 mil.

Além de diversificar a produção, os próximos planos, de acordo o jovem agricultor, serão adquirir um veículo para o transporte dos produtos aos supermercados da região;  comercializar em Governador Valadares, Teófilo Otoni e Belo Horizonte. E, muito em breve, inaugurar uma gôndola diferenciada para comercializar as alfaces. Essa última iniciativa será realizada em um supermercado do município de Capelinha, onde será instalado um tipo de equipamento com água circulante para manter a verdura “plantada“.

Batizada de “horta viva“, a nova gôndola deverá atrair mais o cliente, pela possibilidade de oferecer um produto mais fresco e tenro, como se tivesse sido colhido naquela hora da roça, acredita Cássio Antônio. Ele explica que, todo o processo para a instalação do sistema já está em andamento e deverá ser inaugurado nas próximas semanas.

Crédito rural

A produção de alface hidropônica da Fazenda São Félix só foi possível com a participação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).  Em atendimento à solicitação do agricultor proprietário das terras, o escritório da Emater-MG elaborou dois projetos de crédito rural da linha Pronaf, que foram encaminhados à instituição bancária.  O primeiro de R$ 30 mil possibilitou a instalação do sistema de hidroponia, que deu início ao negócio. Já o segundo, ainda em fase de liberação, irá permitir a compra de veículo, no valor de R$ 61 mil, que será usado para o transporte das hortaliças até os pontos de venda.

A extensionista Tâmara Magali Marques, que vem acompanhando o trabalho dos produtores do município, comemora o sucesso da empreitada e destaca a visão empreendedora do agricultor familiar Cássio Antônio. “Num município tão pequeno, encontrar um produtor tão jovem que se arrisca numa atividade diferente é admirável“, elogia. De acordo a técnica, por estar localizada em uma bacia leiteira, os produtores de José Raydan investem muito na produção de leite. “Mas estamos começando a diversificar. Já tem uma produção de banana e tomate“, informa.

Defensora da elaboração de projetos para crédito rural, como “mais uma ação do trabalho extensionista“, além da assistência técnica, Tâmara informa que o escritório da Emater-MG de José Raydan registrou em 2014, 65 contratos do Pronaf, no valor total de R$ 801,5 mil. Segundo a profissional, o município tem 4.376 habitantes, sendo que, 64% da população reside no meio rural. No ano passado, a unidade local da empresa atendeu um total de 318 agricultores familiares do município.

Hidroponia: vantagens e desvantagens

A hidroponia é um sistema de cultivo de plantas, feito diretamente na água, com ausência de solo. O coordenador técnico estadual de Olericultura da Emater-MG, Georgeton Silveira, explica que, para o bom desenvolvimento da planta é necessário que os nutrientes (macro e micro) sejam todos incorporados à água.

Segundo Silveira, as hortaliças estão entre as plantas que podem ser cultivadas desse jeito. “Isso pode ser feito no chamado sistema NFT (fluxo laminar de nutrientes), onde as plantas são cultivadas em bancadas, com uma lâmina de água, contendo nutrientes e sendo bombeada diretamente nas raízes. A outra forma é no chamado sistema com substratos ou semi-hidropônico, no qual as hortaliças são plantadas em sacos ou vasos, recheados de compostos (substâncias orgânicas ou minerais) que servem para fixar as raízes. Nesses sacos é injetada uma solução nutritiva“, ensina.

De acordo o técnico, entre as vantagens da hidroponia estão:  a melhor qualidade do produto e preços mais competitivos; maior produtividade; economia de fertilizantes, economia de água, de 50% a 70%, em comparação aos sistemas convencionais; produção em pequenas áreas; produção fora de época e o ano todo; proteção (estufas) a intempéries da natureza tais como geada, chuva e granizo; eliminação de diversas operações, como preparo de solo e a rotação de culturas.

As desvantagens desse modo não convencional de cultura, segundo Silveira, ficam por conta do custo mais elevado, na aquisição dos materiais para a estufa e bancadas; a exigência de mão de obra e assistência técnica mais qualificadas;  os riscos de perdas na produção, em decorrência de falta prolongada de energia elétrica; a contaminação do sistema com doenças pela má manutenção das calhas; e o acompanhamento diário do funcionamento do sistema e da solução nutritiva.

Para o coordenador técnico da Emater-MG, esta é uma atividade que está se tornando uma tendência entre os horticultores, seja pela economia de água ou pela maior durabilidade pós-colheita do produto, principalmente das hortaliças folhosas.

 

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