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Mamão mais saboroso com bioestimulantes

Igor dos Reis Oliveira reisigor07@gmail.com

Fernanda Barbosa Reisfernanda15reis@gmail.com

Wantonny Yves Rodrigues do Nascimentonwt156@gmail.com

Graduando em Agronomia – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

Mamão – Crédito: Brapex

Visando contribuir para a melhora do desempenho agronômico das culturas agrícolas, o uso de extratos oriundos de algas marinhas tem crescido bastante, e isto se justifica pelo fato de serem uma boa alternativa para o uso de forma eficaz de fertilizantes, além de serem produtos ecologicamente corretos (Kumar; Sahoo, 2011).

Milhões de toneladas de algas colhidas anualmente têm sido utilizadas na produção de bioestimulantes para cultivos agrícolas, contabilizando, assim, uma gama bem ampla de produtos (Carvalho, 2013).

Os bioestimulantes podem ser caracterizados como substâncias orgânicas que possuem em sua composição reguladores vegetais, como também substâncias que contribuem para o crescimento vegetal, tais como aminoácidos e carboidratos. Esses compostos orgânicos, em conjunto com os exsudatos das raízes, influem na manutenção do contato solo-raiz, assim como contribuem para a sobrevivência das plantas no crescimento das raízes (Klahold et al., 2006).

Em destaque

Dentre os bioestimulantes, destacam-se os extratos de algas, que contêm aminoácidos, além de possuírem compostos reguladores vegetais, como citocininas, auxinas e giberelinas. Outra característica importante é que essas substâncias orgânicas auxiliam diretamente na expressão do potencial genético da planta por meio de alterações decorrentes dos processos estruturais e vitais (Silva et al., 2008).

Alguns desses produtos são capazes de promover o aumento da absorção de nutrientes e água pelas plantas, como também influenciam na resistência ao estresse hídrico, contribuindo para o uso crescente na agricultura.

Foco

As macroalgas têm sido utilizadas como fertilizantes no setor agrícola desde muito tempo, destacando-se os litorais do Hemisfério Norte. Todavia, somente em meados dos anos 50 as macroalgas começaram a serem utilizadas para fins comerciais visando melhorar a absorção de nutrientes pelas plantas, bem como estimular as respostas a fatores de estresse hídrico.

O extrato da alga Ascophyllum nodosum como bioestimulante tem sido utilizado em muitas culturas. Na Europa tem se tornado frequente a utilização de produtos oriundos de extrato de algas na agricultura orgânica, para manejo do solo ou aplicação foliar.

As algas da espécie Ascophyllum nodosum (L.) Le Jolis são as mais pesquisadas na agricultura, isto porque seu extrato apresenta propriedades que estimulam o crescimento vegetal decorrente da composição altamente rica em carboidratos, macro e micronutrientes, hormônios vegetais da própria alga, como é o caso das citocininas que auxiliam na divisão celular e retardam o processo de senescência, e ainda os aminoácidos.

Adicionalmente, esses extratos podem influir na síntese de peroxidases e fitoalexina capsidiol em plantas, contribuindo para resistência às doenças (Abreu et al., 2008).

Origem

Os primeiros relatos sobre a utilização de algas marinhas no meio agrícola estão nos materiais presentes no livro do autor romano Lucius Junius Collumela, o qual recomendava para o manejo do repolho o uso de cobertura do solo com algas durante e após o transplantio, quando o vegetal atingisse a 16ª folha.

Ainda nesse sentido, relatos que remetem ao Império Romano recomendavam o uso de algas marinhas junto a raízes de romã e plantas cítricas, bem como em compostagem em conjunto com outros compostos orgânicos afim de melhorar o desenvolvimento vegetativo (Craig, 2011).

Há pouco tempo atrás fazendeiros já usavam as algas marinhas como fornecedoras de matéria orgânica e condicionadoras de solo, e até hoje muitos destes agricultores adotam produtos oriundos de algas marinhas em seus programas de plantio.

Resultados comprovados

Pesquisas utilizando extratos da alga Ascophyllum nodosum provocaram aumento na resistência a estresses, melhora no estabelecimento das plantas, desenvolvimento das raízes, maiores níveis de nutrição, produtividade e colheita.

Os extratos desta alga influem nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, possibilitando aumento da capacidade de retenção de umidade e contribuindo para o desenvolvimento de microrganismos benéficos aos cultivos (Norrie e Hiltz, 1999).

No mercado estão disponíveis para agricultura extratos de diversas espécies, como Ascophyllum nodosum, Ecklonia máxima, Laminaria spp., Durvillaea spp. e Sargassum spp., entre outras.

Os benefícios que a aplicação de extratos de Ascophyllum nodosum promovem às plantas são: maior tolerância a estresses abióticos e bióticos, melhor desenvolvimento vegetativo, de forma especial para as raízes (Khan 2009; Sharma et al. 2014).

Estudos realizados por Alam et al. (2012) e Khan et. al (20120 demonstraram efeito positivo da utilização de extratos de Ascophyllum nodosum com a interação de microrganismos benéficos do solo, como as micorrizas. Estes efeitos da aplicação de extratos de algas foram estudados em diversos cultivos importantes para o Brasil, tais como feijoeiro, maracujazeiro e batata (Bettoni et al., 2008; Mógor et al., 2008; Oliveira et al., 2011).

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