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Manejo de capim-amargoso na soja

Joana Caroline D’arc de Oliveira

Graduanda em Agronomia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Giovani BeluttiVoltolini

giovanibelutti77@hotmail.com

Larissa Cocato da Silva

Engenheiros agrônomos e mestrandos em Agronomia/Fitotecnia – UFLA

Fotos Sebastião Polato
Fotos Sebastião Polato

 O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Diante disso, o correto manejo da cultura é de grande importância para garantir uma alta produtividade e boa qualidade ao produto.

Um dos manejos de maior importância realizados na cultura da soja é o controle de plantas daninhas, visto que estas são consideradas um dos maiores problemas, pois apenas sua presença pode interferir diretamente no crescimento e desenvolvimento da soja, principalmente pela alta competição por água, luz, espaço e nutrientes, afetando assim a produtividade e ocasionando grandes prejuízos econômicos que podem chegar a 90%.

 

Danos

Em geral, o efeito da competição varia de acordo com as espécies de plantas daninhas presentes e com a intensidade da infestação, o que ocorre pelo fato de que algumas plantas daninhas são mais agressivas, quando comparadas à soja cultivada.

Além do declínio na produção, as plantas daninhas também podem afetar ou até mesmo impossibilitar alguns tratos culturais, como a colheita, principalmente quando esta for mecanizada. As plantas daninhas podem dificultar a ação das colhedoras, e também obstruir a comercialização das sementes produzidas, pela mistura de outros tipos de semente às sementes da cultura.

Desta forma, o controle de plantas daninhas é um manejo indispensável no cultivo de soja. No entanto, esta etapa possui grandes dificuldades, pois, além dos altos gastos no controle, o agricultor convive com um problema ainda mais sério, que é a resistência de alguns biótipos de espécies de plantas daninhas aos principais herbicidas utilizados, se tornando um grande empecilho no controle.

O problema

Touceira do capim amargoso rebrotada após colheita da soja
Touceira do capim amargoso rebrotada após colheita da soja

O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma gramínea perene com alta adaptabilidade a diferentes ambientes, sendo uma espécie nativa de regiões tropicais e subtropicais do continente americano.

Possui características que permitem sua maior dispersão em ambientes de cultivo, como a alta produção de sementes, o tamanho das mesmas e também a característica de possuir sementes dispersas pelo vento, possibilitando assim que elas sejam carregadas a grandes distâncias.

Sua reprodução pode ser feita tanto a partir de sementes como por meio de pequenos rizomas, formam touceiras e possuem um bom poder germinativo, fazendo com que, em casos de resistência, tomem conta rapidamente de toda a área cultivada.

Por conseguinte, a matocompetição do capim-amargoso apresenta uma correlação negativa entre a produtividade da soja e o número de plantas daninhas por unidade de área. Estudos demonstram que a produtividade da soja reduziu de 3.392 kg ha-1 para 1.885 kg ha-1 na presença de 04 a 08 plantas m2, havendo um decréscimo de cerca de 50% da produção.

Agressividade

Além destas características, as plantas de capim-amargoso também possuem crescimento inicial baixo, até 45 dias após sua emergência, quando ainda não houve a formação dos rizomas. A partir destes 45 dias a planta já se torna mais agressiva, pois aumentam consideravelmente suas raízes, sua fixação no solo e também sua rebrota, a partir dos rizomas.

Diante disso, o melhor período para se controlar o capim-amargoso é até os 35 dias após a emergência. Contudo, o maior problema relacionado ao capim-amargoso, atualmente, é sua manifestação de biótipos resistentes ao uso do herbicida Glyphosate, o que dificulta seu controle.

A problemática da resistência a alguns ingredientes ativos de herbicidas tem acometido algumas espécies de plantas daninhas. Este fato se dá, principalmente, pelo uso de práticas incorretas, como a utilização de herbicidas com o mesmo ingrediente ativo ou do mesmo grupo químico, e sem alternância de métodos de manejo, o que, por um longo período, fez com os biótipos resistentes de algumas espécies fossem selecionados, e assim tornando-se a grande maioria em algumas áreas de cultivo.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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